A AVALIAÇÃO DA COMPLACÊNCIA CEREBRAL E MONITORIZAÇÃO INDIRETA NÃO INVASIVA DA CURVA DE PRESSÃO INTRACRANIANA EM PACIENTES COM CEFALEIA PRIMÁRIA A NÍVEL AMBULATORIAL
A AVALIAÇÃO DA COMPLACÊNCIA CEREBRAL E MONITORIZAÇÃO INDIRETA NÃO INVASIVA DA CURVA DE PRESSÃO INTRACRANIANA EM PACIENTES COM CEFALEIA PRIMÁRIA A NÍVEL AMBULATORIAL
A tese foca na avaliação da complacência cerebral e da curva indireta da pressão
intracraniana (PIC) em pacientes com cefaleia primária, utilizando o sistema
Brain4Care®. Este método não invasivo oferece uma abordagem promissora para
monitorar alterações na dinâmica intracraniana, especialmente em pacientes com
enxaqueca e cefaleia tensional, condições que afetam significativamente a qualidade de
vida. A introdução apresenta a evolução da neuromonitorização, desde métodos invasivos
até abordagens modernas não invasivas, com destaque para a relação P2/P1 como um
indicador de alterações na complacência cerebral. O sistema Brain4Care® é introduzido
como uma tecnologia inovadora que mede a morfologia da curva da PIC, contribuindo
para diagnósticos diferenciais em condições ambulatoriais. A tese se propõe a investigar a
utilidade do sistema na diferenciação entre enxaqueca e cefaleia tensional. Enxaqueca:
Associada à ativação do sistema trigeminovascular, liberação de neuropeptídeos (como o
CGRP) e alterações na morfologia da curva PIC, especialmente com elevação do pico P2.
Cefaleia Tensional: Relacionada a sensibilização central e fatores periféricos, como tensão
muscular, com menor impacto na relação P2/P1. Complacência Cerebral: Representa a
capacidade do sistema intracraniano de acomodar variações de volume sem elevações
significativas na PIC, sendo influenciada por condições como cefaleias primárias.
Hipótese O sistema Brain4Care® pode identificar diferenças significativas na morfologia
da curva PIC entre pacientes com enxaqueca e cefaleia tensional, com destaque para os
parâmetros relação P2/P1 e tempo para o pico (TTP), auxiliando no diagnóstico
diferencial em contextos ambulatoriais.Objetivos Geral: Caracterizar a morfologia da
curva PIC em pacientes com cefaleia primária.Específicos: Avaliar diferenças na curva
PIC entre enxaqueca e cefaleia tensional. Materiais e metodos: O estudo transversal e
prospectivo incluiu 50 pacientes atendidos em um ambulatório especializado em dor.
Parâmetros avaliados: Relação P2/P1: Indicador de alterações na complacência cerebral.
TTP (Tempo para o Pico): Reflete a dinâmica da curva PIC. Morfologia da onda PIC:
Classificada como normal (P1 > P2) ou alterada (P2 ≥ P1). Outras variáveis incluíram
idade, sexo, presença de comorbidades e queixa de dor no momento do exame. Análises
estatísticas avaliaram associações entre os parâmetros monitorados e os subtipos de
cefaleia. Resultados: Frequência por Tipo de Cefaleia: Enxaqueca: 48,98%. Cefaleia
Tensional: 51,02%.Relação P2/P1:Maior prevalência de curvas alteradas (P2 > P1) em
pacientes com enxaqueca.Curva ROC: AUC: 0,655, indicando capacidade moderada de
discriminação. Ponto de Corte: P2/P1 > 1,28 (sensibilidade de 62,5% e especificidade de
76%). Associações Estatísticas: Associação significativa com P2/P1 elevado (p = 0,0082).
Pacientes mais jovens apresentaram maiores valores de P2/P1 (p < 0,001). Alterações na
morfologia associadas à enxaqueca (p < 0,001). Maior frequência de P2/P1 elevado (p <
0,001). Discussoes : Os resultados destacam a utilidade da relação P2/P1 e do TTP como
biomarcadores não invasivos para diferenciar cefaleias primárias. A tecnologia
Brain4Care® oferece insights relevantes sobre a dinâmica intracraniana, contribuindo para
diagnósticos mais precisos e intervenções personalizadas em contextos ambulatoriais.
Entretanto, limitações como o tamanho da amostra e a ausência de um grupo controle
indicam a necessidade de estudos futuros. Conclusoes: Inovação: O Brain4Care® é uma
ferramenta promissora para monitoramento não invasivo da PIC, com potencial para
revolucionar o manejo de cefaleias primárias. Biomarcadores: A relação P2/P1 e o TTP
emergem como indicadores úteis na diferenciação entre enxaqueca e cefaleia tensional.
Perspectivas Futuras: Estudos adicionais devem validar esses achados em populações
maiores e explorar novas aplicações da tecnologia na prática clínica.Limitacoes: Amostra
de conveniência. Falta de um grupo controle. Variabilidade na posição do sensor e
interpretação dos parâmetros.Impacto Clínico.O estudo reforça a importância de
abordagens não invasivas para o diagnóstico diferencial de cefaleias, oferecendo um
suporte valioso para manejo clínico e melhoria na qualidade de vida dos pacientes.