EFEITOS DE PADRÕES PÉLVICOS DA FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA NOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO.
Eletromiografia. Músculos Abdominais. Exercícios de Alongamento
Muscular. Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva. Controle Motor. Modalidades de
Fisioterapia.
OBJETIVO: Analisar o efeito dos padrões pélvicos do conceito de Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva (conceito FNP) nos músculos do assoalho pélvico
(MAP), bem como o comportamento eletromiográfico dos músculos sinérgicos ao
assoalho pélvico em mulheres jovens e saudáveis. MÉTODO: Estudo observacional,
realizado com 31 mulheres de 18 a 35 anos, média de idade 23.3 (22.1–24.4; IC 95%).
O complexo muscular transverso do abdômen/oblíquo interno (TrA/OI) direito, grácil
bilateral e os MAP, representados pelo músculo esfíncter anal externo (EAE) foram
monitorizados por eletromiografia de superfície (sEMG) durante à execução da técnica
combinação de isotônicas nos quatro padrões pélvicos do conceito FNP: ântero-
elevação (AE), póstero-depressão (PD), ântero-depressão (AD) e póstero-elevação
(PE). Foram realizadas três repetições com intervalos de dois minutos entre elas. Para
análise do sinal eletromiográfico foi extraída uma época de 500ms ajustado ao valor
central e analisada a amplitude Root Mean Square. Teste ANOVA de duas vias com
medidas repetidas foi utilizado para verificar a diferença de média entre os tipos de
contração da técnica, padrões pélvicos e atividade mioelétrica dos músculos TrA/OI e
grácil bilateral em relação a atividade mioelétrica dos MAP, utilizando o software
Statistical Package for Social Sciences e intervalo de confiança 95%. RESULTADOS:
Não houve diferença estatística entre os padrões pélvicos em relação a atividade
mioelétrica do assoalho pélvico. Porém, houve efeito da técnica combinação de
isotônicas sob os MAP quando comparado ao baseline [F (1.6, 48.2) = 71.5; p<0.000],
com grande magnitude de efeito (Partial ƞ2 = 0,705), mostrando que as contrações
concêntricas (22.4μV ± 1.1), isométricas (17.3μV ± 0.6) e excêntricas (15μV ± 0.5) da
técnica combinação de isotônicas aumentam a atividade dos MAP quando comparado
ao baseline (10.8μV ± 0.4) em todos os padrões pélvicos. Ao analisar o
comportamento eletromiográfico dos músculos sinérgicos ao assoalho pélvico, a
ANOVA de duas vias com medidas repetidas mostrou há efeito de cada fator isolado,
bem como há efeito da interação do tipo de contração, padrão pélvico do conceito
FNP e músculos sinérgicos sobre a atividade mioelétrica do esfíncter anal externo [F
(3.2, 96.5) = 5.6; p<0.000], com grande magnitude de efeito (Partial ƞ2 = 0.15). Nos
quatro padrões pélvicos do conceito FNP foi observado que no padrão AE os
músculos TrA/OI e grácil esquerdo apresentam sinergia em fase com o músculo EAE
em todos os tipos de contração (p<0,00), sendo o maior nível de atividade encontrado
nas contrações concêntricas, um comportamento que se mostrou repetitivo nos
demais padrões estudados. No padrão AD observou-se uma menor atividade
eletromiográfica do músculo grácil direito em relação ao EAE em todas as contrações
(p<0,00) e um aumento de atividade do músculo grácil esquerdo, porém sem diferença
estatística em relação ao EAE. No entanto, nos padrões posteriores (PE e PD),
evidenciou-se diminuição do nível de atividade de todos os músculos (p<0,01), com
exceção do músculo EAE que manteve o mesmo nível de atividade em todos os
padrões. CONCLUSÃO: Não houve diferença estatística entre os padrões pélvicos
sob a atividade mioelétrica dos MAP. No entanto, há efeito da técnica combinação de
isotônicas sob os MAP quando comparado ao baseline, sendo a contração
concêntrica a que apresenta maior atividade. Porém, no padrão AE os músculos
TrA/OI e grácil esquerdo apresentam sinergia em fase com os MAP e nos padrões
posteriores (PE e PD) houve diminuição do nível de atividade de todos os músculos
sinérgicos, sem alterar o nível de atividade dos MAP. Dessa forma, os padrões
pélvicos do conceito FNP podem ser usados para aumentar o recrutamento dos MAP
em mulheres jovens e saudáveis.