EXPRESSÃO DO GENE CARTPT NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL DE INDIVÍDUOS CONTROLE E COM ESQUIZOFRENIA – UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DO ALLEN HUMAN BRAIN ATLAS
schizophrenia; dlpfc; CARTPT; in situ hybridization; Tobacco use; executive function.
O gene CARTPT (cocaine-and amphetamine-regulated transcript) codifica um
pré-propeptídeo que após processado gera múltiplos peptídeos biologicamente ativos.
Eles desempenham um papel importante nos sistemas de recompensa, uso, abuso e
dependência de substâncias, humor, balanço energético e manutenção do peso
corporal. Esses achados decorrem de estudos de análise da modificação do padrão
de expressão deste gene em diferentes cenários metodológicos, tanto em pacientes
e grupos controles quanto em modelos animais. Mutações no CARTPT estão também
presentes em estudos de associação em diferentes doenças. Dentro dessa
diversidade de abordagens metodológicas há um crescimento de estudos baseados
no modelo de Open Science, com dados produzidos em larga escala e disponíveis
publicamente para a comunidade científica. Em 2014, o pimeiro estudo de Guillozet-
Bongaarts e colaboradores forneceu uma primeira perspectiva analítica e
metodológica. O objetivo deste trabalho é revisitar esta análise escolhendo por
conveniência o gene CARTPT, principalmente pelo crescente interesse como forma
de interferir em alguns grupos de sintomas. Os resultados do estudo revelaram
diferenças estatisticamente significativas na expressão do CARTPT (medida pelos
índices de expressão, IEs) entre os grupos Esquizofrenia e Controles. Estes dados
sugerem que a esquizofrenia pode estar associada a uma redução na expressão do
CARTPT, o que pode ter implicações importantes para a compreensão das alterações
neurobiológicas subjacentes à doença. A análise do impacto do tabagismo sobre a
expressão do CARTPT revelou que, independentemente do diagnóstico de
esquizofrenia, os indivíduos tabagistas apresentaram IEs ligeiramente menores do
que os não-tabagistas. No entanto, essa diferença não foi estatisticamente
significativa, indicando que o tabagismo, por si só, pode não ser um fator determinante
na expressão do CARTPT. Em suma, os resultados desta pesquisa contribuem para
a compreensão das alterações na expressão do CARTPT na esquizofrenia e
ressaltam a complexidade das interações entre fatores biológicos e comportamentais,
como o tabagismo, na modulação de sistemas neurobiológicos em condições de
saúde e doença.