CRISES EPILÉPTICAS NA URGÊNCIA DE CENTRO TERCIÁRIO DE RECIFE:
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA, ETIOLÓGICA E TERAPÊUTICA
Epilepsia; Crise sintomática aguda; Crise não provocada
A epilepsia é uma das doenças neurológicas não transmissíveis mais comuns no mundo,
com prevalência de aproximadamente 70 milhões de pacientes. Aproximadamente 1/3 dos
pacientes com epilepsia procuram, por ano, o departamento de emergência por
descompensação da doença, além de apresentar três vezes maior mortalidade do que
controle saudáveis. Essa associação é bem caracterizada nas crises epilépticas
sintomáticas agudas cuja taxa de mortalidade nos primeiros 30 dias do evento é de 20%.
O motivo principal para esse aumento da mortalidade nos pacientes admitidos por crise
epiléptica está na associação entre a as próprias crises epilépticas com traumas, fraturas,
queimaduras e transtornos de humor, como depressão e ansiedade; dentre outras
patologias associadas. A identificação da etiologia das crises epilépticas já no atendimento
da urgência é um fator prognóstico estabelecido cuja avaliação imediata diminui o impacto
dessas crises na vida diária de pacientes com epilepsia.
Na literatura médica brasileira existe uma escassez de dados epidemiológicos acerca das
principais etiologias das crises epilépticas sintomáticas agudas e não provocadas atendidas
na urgência de centros terciários principalmente na região nordeste do país.
A correlação e análise desses dados com individualização de faixa etária, escolaridade,
comorbidades, semiologia, fatores prognósticos possibilitam traçar o perfil epidemiológico
da população e definir melhores protocolos de tratamento assim como medidas de
prevenção. O objetivo deste estudo é analisar o perfil epidemiológico das admissões por
crise epiléptica no pronto-socorro de um centro terciário de neurologia da cidade de Recife
(PE), assim como estabelecer os principais fatores desencadeantes das crises, o
tratamento realizado na urgência e o prognóstico.