ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA REPETITIVA NO TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL
ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA REPETITIVA NO TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL
O transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) afeta 1,6% das mulheres,
porém, seus tratamentos atuais têm benefícios limitados devido aos efeitos colaterais,
baixa adesão ou inacessibilidade. O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia,
aceitabilidade e tolerabilidade da estimulação magnética transcraniana repetitiva
(EMT) de alta frequência no tratamento do TDPM. Métodos: Foi realizado um estudo
duplo-cego, controlado, no qual 40 participantes foram aleatoriamente randomizadas
para o grupo ativo (n = 21) ou grupo controle (n = 19). Cinco sessões de EMT à 10Hz
sobre o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo foram realizadas durante a fase lútea
tardia, por dois ciclos menstruais consecutivos. As medidas de avaliação incluíram a
Ferramenta de Triagem de Sintomas Pré-Menstruais, o Registro Diário de Intensidade
dos Problemas, a Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton, a Escala de
Avaliação de Ansiedade de Hamilton e a Escala de Bem-Estar Subjetivo, assim como
taxas de desistência e efeitos adversos relatados. Resultados: A idade média foi de
35,6 (± 5,44) anos para o grupo submetido à EMT ativa e 33,8 (± 6,07) anos para o
grupo EMT sham. As taxas de resposta não foram significativamente diferentes entre
os grupos, mas, a ansiedade foi significativamente reduzida apenas após as sessões
de EMT ativa, no primeiro ciclo menstrual. Não foram observadas alterações
estatisticamente significativas nas pontuações médias dos sintomas depressivos e
nos subdomínios de bem-estar subjetivo em nenhum dos grupos. De maneira geral, a
intervenção foi considerada aceitável e bem tolerada. Conclusão: o presente estudo
sugere que a EMT é uma alternativa potencialmente viável para o tratamento do
TDPM e aponta para a necessidade de pesquisas adicionais com amostras maiores
e parâmetros de estimulação alternativos.