FATORES ASSOCIADOS A MELHORES DESFECHOS NO PRIMEIRO EPISÓDIO PSICÓTICO: ANÁLISE DO AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPE
primeiro episódio psicótico; duração de psicose não tratada; intervenção precoce.
A presença de sintomas psicóticos é bastante comum na prática clínica, ocorrendo em diversos
transtornos e doenças. A criação de serviços especializados na condução do primeiro episódio
psicótico (PEP) tem demonstrado melhores desfechos funcionais e tratamento adequado e rápido para
tais condições. Em 2018, foi criado no Hospital das Clínicas da UFPE (HC-UFPE), o ambulatório de
PEP. O presente estudo irá avaliar os dados dos pacientes admitidos no ambulatório desde julho de
2018 até julho de 2021, buscando identificar o perfil de pacientes neste ambulatório, bem como os
fatores relacionados com melhores desfechos clínicos. Foi realizada uma coleta de dados de
prontuário em dois momentos: admissão e após seis meses de seguimento, tratando-se de um estudo
de coorte. A hipótese principal do estudo foi que menor duração da psicose não tratada (DPNT) e
ausência de história de uso de substâncias psicoativas estão significativamente associadas a melhores
desfechos clínicos após PEP. Após a coleta de dados, foram incluídos na pesquisa 34 pacientes. A
análise estatística descritiva foi realizada através de medidas de média e desvio padrão ou mediana e
intervalo interquartil, a depender da distribuição de normalidade dos dados, para as variáveis
quantitativas contínuas; e número absoluto/percentagem para as variáveis qualitativas. Para
comparação entre os valores da PANSS nos dois momentos utilizamos o teste T pareado, paramétrico.
Para avaliação da correlação entre DPNT e resposta ao tratamento com as demais variáveis foi
realizado o teste de correlação de Spearman e Pearson. Resultados: 85,3% da amostra foi de homens,
com 50% dos pacientes com idade entre 19-30 anos, 82% moradores da região metropolitana do
Recife. A maioria dos pacientes (70%) não teve história de internamento ao longo do
acompanhamento. Na análise pré/pós da PANSS houve diferença significativa entre os valores da
PANSS geral, PANSS positiva e PANSS total. Realizando a correlação entre DPNT e variáveis só
encontramos correlação direta, moderada, com valor de p significativo para: história de internamento,
resposta ao tratamento e PANSS geral. Os dados são preliminares, pois ainda faltam ser coletados
dados de 13 prontuários.