DESAFIOS E PARADOXOS DA EDUCACAO INCLUSIVA: Entre inventividade e a
hospitalidade de criancas com necessidades de acompanhamento especial
Educação Inclusiva. Hospitalidade. Inventividade. Diferença.
Reconhecemos que a educação é um direito a ser garantido a todas e todos sem distinção,
considerando em suas políticas e práticas as singularidades de territórios, grupos e corpos. No
entanto, percebemos que a educação inclusiva ainda tem muitos desafios e contradições. Pois
as normas e padronizações curriculares instituídas a partir de uma macropolítica, acabam
favorecendo a manutenção de uma uniformidade, que tende a reforçar o estranhamento ao outro
e as diferenças. Assim, nos colocamos a pensar como uma escola pode ser inclusiva se não
assumirmos um compromisso ético de hospedar o outro no sentido de valorizar as diferenças e
afirmar as vidas? Diante dessa problematização surge o seguinte questionamento: Quais
movimentos são tecidos pelo professorado em seus cotidianos que se desdobram em
experiências inventivas e gestos hospitaleiros no processo inclusivo do outro e das diferenças?
Tomamos como objetivo geral: Descrever os movimentos inventivos que se desdobram em
experiências e gestos hospitaleiros que contribuem com o processo de inclusão dos estudantes
que apresentam necessidades de acompanhamento educacional especial. Entre os intercessores
teóricos com os quais dialogamos estão, Derrida (1995, 2002a, 2002b, 2003, 2008), Deleuze e
Guattari (1992, 1995, 1996, 1997, 2010), Dias (2009, 2011, 2014, 2020), Foucault (1989, 2001),
Skliar (2001, 2003, 2008), Pagni (2015, 2019), Kastrup (2008, 2015) e Rolnik (2011).
Metodologicamente nos aventuramos numa experiência cartográfica. Nessa caminhada tivemos
a oportunidade de acompanhar sujeitos e cotidianos e isso nos ajudou a perceber que diante das
imprevisibilidades e da fluidez dos acontecimentos, alguns movimentos tecidos pelos docentes,
acabam subvertendo as regras e técnicas de ensino.