“Todos aqui são educadores”: cartografia do devir docente no caminhar- com educadores(as) do Centro de Educação Popular Assunção (CEPA)
Devir Docente; CEPA; Educação popular; Cartografia; Pesquisa-refazenda.
A presente cartografia surge a partir do encontro com educadores(as), como possibilidade de pensar o devir docente. Passeia com os sujeitos nas experiências, atos e atitudes de educar para além de premissas herméticas, ou seja, perspectivas que não se atrelam à manutenção de saberes que imobilizam a fantasia, o refazer e o recriar no processo educativo. Assim, a dimensão devir caminha em abertura, nos modos que a educação popular suscita, aproximando- se dos afetos e dos movimentos de vida na educação. Nesta pesquisa-refazenda cartografo o devir docente de educadores(as) populares do Centro de Educação Popular Assunção (CEPA), no município de Caruaru. Pelo horizonte da cartografia, em Deleuze e Guattari (1995), ressalto o caminhar-com o sujeito educador desde algumas pistas cartográficas: a conversação, a observação e atenção flutuante, o acompanhamento e a escuta das narrativas, além do diário de campo, não necessariamente nesta ordem. Desde a cartografia sentimental, em Rolnik (2011), cogito a inspiração poética da pesquisa pela Refazenda, junto à (des)montagem de um mapa poético, a partir de pistas fotográficas, nas vivências-com os(as) educadores(as). As experiências, no devir docente, sugerem tessituras compreensivas que reorientam a intersecção entre teoria e prática no território da educação popular. A pesquisa-refazenda, no caminhar- com, ressalta o vivido enquanto mapa direcionado à experiência e aos atravessamentos no fazer educativo. No devir apresentam-se multiplicidades dos corpos educativos que educam e, ao mesmo tempo, são educados. Desse modo, encontramos-com territórios reflexivos e afetivos que se vinculam ao refazer dos atos do educar desde os afetos e rizomas. Nas experiências-com o sujeito educador, compreendemos que o devir docente não se conclui, pois é acontecimento, assim, algo sempre pode escapulir no cotidiano.