EDUCAÇÃO ESTÉTICA AFRODIASPÓRICA: sensibilidades e imaginário nos saberes do Candomblé Jeje-Mahi no Terreiro T'Aziry Ladè, Caruaru-PE
Educação; Estética; Experiência; Candomblé; Voduns; Imaginário.
Esta dissertação aborda saberes estéticos afrodiaspóricos e subjetividades mobilizadas no
Candomblé Jeje-Mahi, praticado no Terreiro T'Aziry Ladè, localizado em Caruaru–PE.
Fundamentado nos estudos decoloniais, retorno às tradições religiosas de matriz africana,
expoentes de saberes subalternizados pelas colonialidades. Discuto a resistência fundamentada
na fé consequente à diáspora e escravidão dos corpos negros. As dimensões teóricas que visam
compreender como os saberes em terreiro se estabelecem correspondem à estética e à
experiência sensível como condutoras do aprender, pois consideram que os saberes do
candomblé se constituem entre fazer e pensar, aprender e ensinar, participar e observar. Os
métodos utilizados perpassam a atitude cartográfica, produtora de processos de subjetivação
entre campo e pesquisador. O método cartográfico permite uma escrevivência, a tensionar uma
memografia de fé como relato impassível de neutralidade, ao expor a integração do pesquisador
ao campo. A partir da Teoria do Imaginário de Gilbert Durand foi analisada a materialidade
estética e simbólica dos artefatos sacros utilizados pelos voduns, a compreender a manifestação
de aspectos da natureza das divindades cultuadas pelo Candomblé Jeje-Mahi. Os artefatos
analisados expressam o imaginário e concebem aproximações ao campo da Educação, a
exprimir significados simbólicos e mitológicos dotados de sentidos culturais e históricos que
projetam inferências acerca das práticas educativas que resistem ao epistemicídio, em uma
educação pautada nas potências do imaginário, da experiência e das práticas sensíveis de
terreiro, versada na circularidade e nos saberes do sagrado.