A CONSTRUÇÃO DO PERTENCIMENTO RACIAL EM ESTUDANTES NEGROS
ORIUNDOS DO ENCCEJA NA UFPE
Pertencimento Negro. Experiências educativas em estudantes
negros. Políticas de Ações Afirmativas para população negra. Comissão de
Heteroidentificação. Processo de ensino e aprendizagem.
Desde 2019 a Universidade Federal de Pernambuco - UFPE passou a
implementar, nos editais de seleção discente dos Cursos de Graduação, o processo
de verificação da autodeclaração de pretos(as) e pardos(as) a fim de selecionar
candidatos detentores legítimos dos direitos das políticas de ações afirmativas para
população negra. Nessa perspectiva, sabe-se que a construção do pertencimento
negro está diretamente vinculada às memórias e experiências vivenciadas pelos
povos de origem afro-brasileira e às características fenotípicas que são inerentes a
este grupo étnico-racial. Entretanto, boa parte da população não se reconhece
enquanto negro(a), pois muitas vezes não percebem a origem de sua ancestralidade
e se afastam do seu fenótipo, contribuindo para não percepção do racismo existente
em nossa sociedade. Pensando nesta problemática, esta pesquisa objetiva fazer
uma análise das memórias e do percurso educacional dos candidatos(as)
aprovados(as) no processo seletivo da UFPE que passaram pela análise fenotípica
da Comissão de Heteroidentificação a fim de compreender suas percepções acerca
do processo educacional e do reconhecimento racial. Escolhemos como lócus da
pesquisa a própria UFPE e como sujeitos estudantes ingressantes nos Cursos de
Graduação entre 2019 e 2022. Ao final desta pesquisa, pretende-se responder a
problemática: Quais experiências educativas contribuem para o processo de
construção do pertencimento racial em estudantes negros oriundos do Encceja na
UFPE?, utilizando-se a abordagem teórica da afrocentricidade e as categorias de
pertencimento racial, memória e racismo no Brasil.