JOGO DARA NIGERIANO E O ENSINO DE ALGEBRA: Formacao de professores que ensinam matematica numa perspectiva do conhecimento matematico africano
Educação Matemática, Formação Docente, Educação Antirracista,
Cultura Afro-Brasileira, Jogo Dara, Enfoque Ontossemiótico.
Com a publicação da Lei no 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da história e
cultura afro-brasileira na Educação Básica, impôs desafios que extrapolam as
disciplinas tradicionalmente associadas à temática, como história e arte, atingindo
também a matemática e seu ensino. Esta pesquisa teve como objetivo, investigar uma
proposta didática utilizando o Jogo Dara, e sua aplicabilidade para implementação da
lei 10.639/03 como instrumento em sala de aula com professores de matemática. Ao
investigar a inserção da cultura africana e afro-brasileira no ensino da matemática,
com ênfase na formação docente, a partir da vivência com quatro professores da rede
pública, por meio de uma proposta formativa com o jogo Dara Nigeriano e a luz do
conhecimento Didático-Matemático (CDM) baseada no enfoque ontossemiótico da
cognição e instrução matemática (EOS). O estudo articulou as facetas mediacional,
ecológica e afetiva para analisar como os professores significam a presença (ou
ausência) dessa abordagem em suas práticas pedagógicas. Um dos elementos
centrais da proposta é o jogo de tabuleiro Dara, de origem nigeriana, utilizado como
recurso didático, cuja adaptação e discussão permitiram refletir sobre possibilidades
concretas de integrar saberes de matrizes africanas ao ensino de conceitos
matemáticos. Os dados analisados revelaram que, embora a presença da temática
ainda seja pouco abordada no ensino da matemática, os professores demonstraram
interesse e abertura, especialmente quando provocados a refletir a partir de vivências.
A proposta formativa mostrou-se potente para despertar consciência crítica,
engajamento afetivo e disposição para práticas pedagógicas culturalmente sensíveis.
A experiência com o jogo Dara contribuiu para ampliar o repertório didático dos
docentes e provocou reflexões importantes sobre o papel da matemática na
valorização da identidade e cultura. Com isso, a pesquisa aponta caminhos concretos
para a construção de uma educação matemática mais equitativa, lúdica,
interdisciplinar e comprometida com a justiça racial.