Construir “brechas” e caminhos: experiencias sociais e negritude entre pessoas educadoras negras do Museu do Homem do
Nordeste, Recife - PE
Educadores Negros; Mediação; Negritude; Museu do Homem do Nordeste; Autoinscrição
Este trabalho, desenvolvido em interlocução com pessoas negras que atuam ou já atuaram como educadoras do Museu do
Homem do Nordeste - Muhne, visa uma análise a respeito das experiências sociais e negritude. Partimos da compreensão deste museu
como dispositivo que colabora com a legitimação do pensamento social e museológico de Gilberto Freyre e do trabalho desenvolvido pelas e
pelos interlocutores da pesquisa como movimento de negociação entre o que está exposto no museu e as ausências que consideram
necessário evidenciar, a partir das narrativas que constroem. Em contraponto à concepção freyreana sobre as relações raciais no Brasil,
nos anos de trabalho e pesquisa no Muhne, foram observadas práticas que visavam ampliar e revisar os discursos em torno dessas relações,
bem como a abordagem sobre demais marcadores sociais da diferença - atrelados a eixos como cultura popular, saberes originários,
processos identitários e afins. O Muhne é aqui analisado, portanto, a partir de uma dinâmica relacional com as e os agentes que o
mobilizam, ativam e reinventam, através do trabalho de educação. A negritude constitui um elemento importante da análise, a pesquisa
ampara-se nesse conceito desde seu sentido mais geral, o de qualidade ou condição de ser negro - posição social associada a características
determinantes, fenotípicas, de uma racialidade negra -, até o vasto panorama no qual o termo se inscreve em torno de movimentos políticos
de valorização da experiência de ser negro e confronto à colonialidade. As relações observadas provocaram o questionamento: O que as
oralituras negras construídas durante a mediação artístico cultural evidenciam sobre a prática educativo museal? Pondo ênfase nesta
reflexão, o trabalho evidencia a mediação cultural e infere sobre os processos de autoinscrição, escrevivência, e negritude enquanto práxis
cuja mediação é capaz de manifestar; através de tais apontamentos, busca elaborar sugestões para uma conceituação destas práticas
plurais abarcadas pela mediação cultural.
PALAVRAS - CHAVE: Educadores Negro