ETNOGRAFIA DA DIFERENÇA: GÊNERO E MORALIDADE EM LA BÊTE, QUEERMUSEU E NA COLEÇÃO DO MUSEU
D`ORSAY.
Antropologia da Moralidade; Gênero e sexualidade; Queermuseu; Performance; Arte e Política
Em torno da etnografia de duas exposições brasileiras, La Bête e Queermuseu, alvos de censuras e
críticas no Brasil, percebemos os enfrentamentos e conflitos morais de uma sociedade que não consegue se
aperceber do diferente, e que ainda enxerga o nu e as temáticas LGBT, questões de gênero e da diversidade
sexual como uma afronta moral, sobretudo quando incorporam em suas concepções curatoriais obras que ferem
as crenças das pessoas a partir de símbolos religiosos. E se a performance La Bête fosse realizada por uma artista
mulher, será que o nu feminino haveria desencadeado o mesmo estranhamento e polêmicas? Será que é realmente
o nu a centralidade das questões que estas exposições podem suscitar? No mesmo período em que ocorrem essas
censuras no Brasil, o Museu D`Orsay lança uma campanha convidando os pais a levarem os seus filhos a verem
o nu no museu. O que muda no contexto francês? Como a cultura é experimentada no campo das artes? Sendo
a arte política, e passando o Brasil por um momento de “turbulências” em seu contexto político, de que maneira
esses afrontamentos morais e essa “espetacularização” da moralidade a partir de uma exposição podem nos trazer
de reflexões? Esta tese busca responder como a política molda a moralidade a partir de diferentes contextos
culturais.