XAMANISMO SURUWAHA E O ESPIRITO DO VENENO. Uma interpretacao do suicidio, pos-morte e concepcoes de saude e Bem Viver. Amazonas, Brasil.
Povos Indígenas, Suruwaha, Suicídio, Pós-morte, Bem Viver.
Esta tese antropológica concede atenção ao universo dos Suruwaha, povo indígena isolado de recente contato habitante da região do Médio Purus na Amazônia brasileira, para investigar suas relações com a saúde, doença, suicídio e pós-morte, procurando refletir essas relações nos significados de termos do dialeto Arawa atribuídos por eles mesmos (os Suruwaha) e que designam aspectos conceituais da filosofia do Bem Viver do grupo. Assim aqui é evidenciado uma produção descolonial que visa a interpretação de ontologia ameríndia, atendendo as preocupações da perspectiva decolonial, que busca desconstruir a visão hegemônica ocidental sobre a saúde, sendo uma contribuição a mais no diálogo condizente para uma melhor adequação dos serviços oferecidos e geridos pelo Estado. Vem a apresentar uma contextualização histórica e política fundamental para entender as estruturas de poderenvolvidas no contexto do atendimento à saúde indígena e apresenta críticas aos modelos biomédicos hegemônicos e suas invisibilidades aos sistemas xamânicos tradicionais, questionando a eficácia de programas padronizados de saúde e destacando a necessidade de modelos que respeitem a diversidade étnica e cultural e as epistemologias indígenas. Ressaltando nas impressões de campo a importância da interculturalidade na saúde, os resultados apontados nesse estudo são de interesse do campo de estudo da Etnicidade e Antropologia da Saúde e no diálogo com as Ciências da Saúde Coletiva.