PANDEMIA, VACINAS E VACINAÇÃO: experiências de profissionais da enfermagem sob uma
perspectiva antropológica
Enfermagem, vacinas, vacinação, pandemia, antropologia
Desde o final do ano de 2019 passamos a experienciar uma situação de adoecimento coletivo, uma
pandemia. Um vírus, denominado SARS-CoV-2, passou a infectar seres humanos e provocar a doença
Covid-19. A magnitude e impacto global desta pandemia veio acompanhada da preocupação de cientistas ao
redor do mundo, entre eles, cientistas sociais. Ao longo do ano de 2020 e até os dias de hoje, nos beneficiamos
com diversas publicações sobre o tema. Pudemos acessar análises ricas e inquietantes de diferentes estudiosos
sobre as reverberações da pandemia na vida de grupos mais vulneráveis, na organização dos serviços de saúde,
na (des)confiança sobre o fazer científico, nas desigualdades sociais agudizadas, no acesso a tratamentos e
vacinação contra a doença, só para citar alguns temas.
É justamente no fluxo desse empreendimento de cientistas sociais que esta tese ganha seus contornos.
Dentre uma série de questões que poderiam mobilizar uma pesquisa nesse momento, problematizo e reflito
sobre o lugar particular ocupado por profissionais de saúde, mais especificamente profissionais da
enfermagem. Considero aqui as/os enfermeiras/os e técnicas/os de enfermagem que, durante a pandemia e no
“pós-pandemia”, trabalharam/trabalham cotidianamente na organização, planejamento e execução das ações de
saúde pública voltada às vacinas e à vacinação. De modo a considerar a posição particular e crítica vivenciada
por essas profissionais de saúde na pandemia, tenho por objetivo compreender, antropologicamente, como se
conformam os usos e sentidos atribuídos por elas/eles às vacinas e à vacinação, levando ainda em consideração
as novas implicações que o contexto pandêmico trouxe para a rotina dessas/es sujeitas/os.