LIQUEFACAO TERMICA DE BIOMASSAS LIGNOCELULOSICAS COMO ROTA PARA BIOCOMBUSTIVEIS AVANCADOS: AVALIACAO DAS CONDICOES OPERACIONAIS E DO POTENCIAL DE INTEGRACAO A BIORREFINARIAS
Liquefação térmica; Biomassa lignocelulósica; Bio-óleo; Bioenergia; Planejamento experimental; Conversão energética
Este estudo investigou a produção de bio-óleo através da liquefação térmica de biomassas lignocelulósicas — bagaço e palha de cana-de-açúcar e madeiras de eucalipto e Pinus — usando água e etanol como solventes. Foram conduzidos oito experimentos planejados, incluindo fatoriais 2³ com ponto central para hidrólise em água e 2² com ponto central para hidrólise em etanol. Catalisador (K₂CO₃), temperatura (280–350 °C) e tempo de reação (0–30 min) foram variáveis avaliadas, destacando-se o catalisador como mais influente na conversão e qualidade dos produtos. O etanol proporcionou os maiores rendimentos de bio-óleo, especialmente para bagaço de cana (63,25%), com menor teor de água (4,31–9,25%) comparado à água (4,26– 17,38%). Os bio-óleos apresentaram poder calorífico superior (25,59–35,68 MJ/kg) e os biochars variaram entre 14,18–27,97 MJ/kg, evidenciando potencial energético. Análises elementares mostraram teores médios de carbono (55,64–68,45%), razões H/C (1,07–1,63) e O/C (0,34–0,63), indicando redução de oxigênio comparado à biomassa original. Espectros de FTIR e CG-MS revelaram complexidade química com presença de fenóis, ácidos carboxílicos, cetonas e ésteres. A distribuição de carbono mostrou predominância no bio-óleo (68,02%) com etanol, enquanto com água foi menor, destacando-se o potencial da LT para biocombustíveis e insumos químicos, fortalecendo a viabilidade de processos sustentáveis para valorização de resíduos na indústria agroindustrial brasileira.