Inativação Fotodinâmica de Nakaseomyces glabrata (Candida glabrata) Assistida por Zincoporfirina e Nanopartículas de Prata
fungo, nanopartícula metálica; plasmon; ZnTE-2-PyP4
Nakaseomyces glabrata (Candida glabrata) é um fungo patogênico de alta prioridade e grande incidência, com potencial resistência aos antifúngicos disponíveis. Nesse contexto, a inativação fotodinâmica (IFD) surge como tecnologia alternativa promissora, por não induzir resistência nos microrganismos alvos. A IFD ocorre quando um fotossensibilizador (FS) é excitado por uma fonte de luz em comprimento de onda contido na sua absorção, levando à produção de espécies reativas de oxigênio (do inglês, reactive oxygen species, ROS) e à morte do microrganismo por estresse oxidativo. Dos FSs, as Zn (II) porfirinas catiônicas (ZnPs) mostram-se atrativas pela sua eficiência na geração de ROS, interação celular e versatilidade estrutural. Ainda, a IFD pode ser potencializada pela ressonância de plasmon de superfície localizada quando nanopartículas de prata (AgNPs) são associadas aos FSs. Assim, este trabalho objetivou avaliar a IFD em células planctônicas e biofilmes de N. glabrata, utilizando a porfirina ZnTE-2-PyP4+ (ZnP-etil), livre e associada a AgNPs. Para isso, AgNPs negativamente carregadas e recobertas por polivinilpirrolidona, com perfil de extinção sobreposto à absorção da ZnP-etil, foram sintetizadas. As AgNPs foram caracterizadas por espectroscopia UV-Vis e microscopia eletrônica de transmissão (MET), apresentando diâmetro de ca. 14 nm. A associação AgNPs:ZnP-etil foi caracterizada por espectroscopias UV-Vis e de emissão, bem como por medições de potencial zeta (ζ). Na IFD, N. glabrata foi incubada com a ZnP-etil livre e associada a AgNPs em duas proporções (AgNPs:ZnP-etil, NE, 1:4 e 4:1 v/v), e irradiada com LED azul. A IFD nas células planctônicas foi acessada por contagem de unidades formadoras de colônias (UFCs) e nos biofilmes através de ensaio MTT. Modificações sutis no perfil espectroscópico da ZnP-etil foram observadas após associação com AgNPs e a análise do ζ indicou uma interação entre as AgNPs e a ZnP-etil. A IFD mediada por ZnP-etil livre (1,5 μM) promoveu uma redução <1 log10 das UFCs. Já a IFD com NE (0,3 μM) levou à completa erradicação das células planctônicas para o sistema 4:1 v/v e reduziu em ca. 4 log10 as UFCs a 1:4 v/v. Para os biofilmes, a porfirna livre (1,5 μM) diminuiu ca. 40% da viabilidade celular, enquanto NE 0,8 μM foi mais eficaz levando a uma redução de ca. 75% (ambas as proporções). Portanto, a associação AgNPs-ZnP-etil permitiu aprimorar a eficiência da IFD tanto em células planctônicas quanto em biofilmes de N. glabrata.