Analise dos fatores de risco da hipertensao: um comparativo entre areas com e sem cobertura do agente comunitario de saude
ACS; fatores de risco; hipertensão arterial; qualidade de vida.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) permanece como uma das principais causas de morbimortalidade no mundo, com alta prevalência em 2025 nos países em desenvolvimento. No Brasil, estima-se que mais de 30% da população adulta conviva com a doença, refletindo-se em estados como Pernambuco e cidades como Vitória de Santo Antão. A análise dos fatores de risco como sedentarismo, alimentação inadequada, obesidade e tabagismo mostra diferenças significativas entre áreas com e sem cobertura por Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A comparação dessas realidades evidencia a importância da atenção primária e das ações comunitárias no combate à hipertensão. Esclarecer a prevalência dos fatores de risco entre grupos com hipertensão e a contribuição do ACS no controle da doença e na melhoria da qualidade de vida. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, com 430 hipertensos residentes em áreas com e sem cobertura de ACS. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário semiestruturado com 44 questões dicotômicas e de múltipla escolha. Os dados foram processados em planilhas no Excel e serão analisados pelo programa OpenEpi versão 3.0.1, e por meio dos testes qui-quadrado e correlação de Pearson. Na área coberta, 97,2% utilizam a UBS, 95,8% aferem regularmente a pressão arterial e 74,3% apresentam níveis normais, com destaque para o uso de medicamentos (100%) e participação em programas como o Hiperdia (92,1%). Além disso, há maior acompanhamento profissional, com 79,4% sendo atendidos por cardiologistas e 43% por nutricionistas. A maioria conhece os fatores de risco para hipertensão (96,7%) e relata mudanças em sua vida após o diagnóstico (96,3%). Todos conhecem e confiam nos ACS, relatando vínculo, apoio e reconhecimento de sua contribuição para a prevenção e controle da doença. Por outro lado, na área descoberta, apenas 50,5% utilizam a UBS, 25,9% aferem a pressão arterial regularmente e apenas 30,9% têm a pressão arterial controlada. O acesso a especialistas é limitado, apenas 22,7% vai ao cardiologista e 43% ao nutricionista. O desconhecimento sobre hipertensão arterial é alto (80%) e a participação no Hiperdia é quase inexistente (96,3%), embora todos valorizem e queiram a presença do ACS na comunidade. Os dados demonstram que a atuação do ACS contribui para o controle da hipertensão arterial e a melhoria da qualidade de vida dos hipertensos, com melhores resultados nas áreas cobertas. Barreiras como baixa cobertura do ACS, falta de acesso aos serviços, pouca educação em saúde e desigualdades socioeconômicas aumentam os fatores de risco e limitam o cuidado efetivo. Essas lacunas apontam que o tema merece ser mais explorado em novos estudos para nortear políticas públicas mais justas e efetivas.