DETECÇÃO DE ÍONS Ag(I) POR ANÁLISE DE IMAGEM DIGITAL USANDO
SONDA DE CISTEAMINA E PONTO QUÂNTICO DE CARBONO DOPADO COM
NITROGÊNIO
imagem digital; FDIB; funcionalização; prata; carbon dot
A funcionalização de pontos quânticos de carbono dopados com nitrogênio (N-CQDs)
com biomoléculas é uma estratégia eficaz para a passivação de defeitos superficiais,
visando o aumento do rendimento quântico, da sensibilidade e da estabilidade da
fluorescência. Neste contexto, este trabalho desenvolveu e otimizou uma nanossonda
para a detecção seletiva de íons de prata (Ag+ ) utilizando o método de fluorescência
com imagens digitais (FDIB). As nanopartículas (N-CQD) e as sondas funcionalizadas
com cisteína (CYS-CQD) e cisteamina (CA-CQD) foram caracterizadas por técnicas
espectroscópicas (FT-IR, UV-vis, Fluorimetria, Raman), estruturais (DRX) e
morfológicas (TEM, DLS, Potencial Zeta). As otimizações analíticas empregaram uma
câmara com UV-LEDs (365 nm) e captura via smartphone (canal Azul). Os resultados
indicaram nanopartículas de morfologia quase esférica com diâmetro médio de 4,01
nm e máxima emissão em 456 nm. Observou-se uma tendência à aglomeração em
meio líquido, evidenciada pelo aumento do tamanho para 24,7 nm na sonda CA-CQD
e um diâmetro hidrodinâmico (DLS) em torno de 1000 nm, atribuído a interações
eletrostáticas e instabilidade coloidal (potencial Zeta entre -14,5 e +5,07 mV) em pH
4. Análises de Raman (ID/IG 1,10) e DRX confirmaram a estrutura parcialmente
grafítica. Comparativamente, a cisteína induziu oscilações na fluorescência devido
aos seus grupos carboxílicos, enquanto a cisteamina proporcionou fotoluminescência
estável e previsível. O método otimizado com cisteamina apresentou faixa linear de 5
a 190 µg L-1 , com LOD de 33 µg L-1 atendendo aos limites do CONAMA para águas
doces. A sonda demonstrou boa seletividade, tolerância iônica, estabilidade de 15 dias
e recuperação entre 80–120% em amostras reais, validando o sistema como uma
ferramenta portátil, robusta e de baixo custo para monitoramento in situ.