Atividade larvicida do óleo essencial da Etlingera elatior frente às cepas Rockfeller e de
campo do Aedes aegypti
Óleo essencial, Etlingera elatior, atividade larvicida, Aedes aegypti.
O Aedes aegypti é o principal vetor de arboviroses como a dengue, a zika e a
chikungunya. Recentemente, o Brasil tem enfrentado um aumento significativo nos casos de
dengue, tornando a situação alarmante. Embora existam duas vacinas disponíveis no
mercado, a prevenção continua sendo a melhor estratégia, destacando-se a necessidade de
evitar o acúmulo de água parada e o uso de inseticidas. Contudo, o uso prolongado de
inseticidas sintéticos tem contribuído para o desenvolvimento de resistência no mosquito.
Assim, alternativas como o uso de óleos essenciais surgem como promissoras para o controle
do Aedes aegypti, ao mesmo tempo em que minimizam os impactos adversos associados aos
inseticidas tradicionais. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo o uso do óleo
essencial da Etlingera elatior como larvicida frente às cepas de campo e Rockefeller do
Aedes aegypti. O óleo essencial foi extraído por hidrodestilação da inflorescência da E.elatior
variedade porcelana e caracterizado usando técnicas de cromatografia gasosa (GC/EM e
GC/DIC). Dodecanal (42,26 %), dodecanol (25,84%) e α-pineno (15,89%) foram os
principais constituintes encontrados no óleo. O resultado do larvicida para a cepa Rockefeller
mostrou CL 50 de 19,5 ppm para o óleo essencial; 61,4 ppm para o dodecanal e 7,6 ppm para o
dodecanol. Já o resultado do larvicida para a cepa de campo mostrou CL 50 de 45,1 ppm para o
óleo essencial; 83,8 ppm para o dodecanal e 14,2 ppm para o dodecanol. A cepa de campo do
Ae. aegypti mostrou uma CL 50 maior em relação a cepa Rockefeller para o óleo essencial e
seus compostos majoritários dodecanal e dodecanol. Cálculos da razão de resistência (RR)
mostraram que a cepa de campo mostrou-se suscetível à resistência (RR<5) em relação a cepa
Rockefeller utilizada neste estudo. Os bioensaios enzimáticos com as enzimas α-amilase e
protease com os extratos intestinais das larvas suscetíveis (cepa de campo) mostraram que o
óleo essencial, o dodecanal e o dodecanol foram capazes de inibir a atividade dessas enzimas
do intestino do inseto sendo esse portanto um fator para a mortalidade larval durante os
experimentos e consequentemente da atividade larvicida desses compostos. Os resultados
mostraram o potencial promissor da atividade larvicida do óleo essencial da E.elatior como
uma opção natural no controle do Ae. aegypti assim como a diferença da CL 50 entre as cepas
de campo e Rockefeller do mosquito utilizada neste estudo.