PPGAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA - CFCH DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA - CFCH Téléphone/Extension: Indisponible

Banca de DEFESA: DANIELA APARECIDA FERREIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DANIELA APARECIDA FERREIRA
DATA : 31/01/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do 3o andar – Centro de Filosofia e Ciências Humanas – UFPE
TÍTULO:

ENTRE MOÇA [CRIADA] E MENINAS [MAL] CRIADAS: UMA CARTOGRAFIA ARQUEOLÓGICA DA “MULHER SOLTEIRA” EM FORDLÂNDIA E BELTERRA (1927-1945)


PALAVRAS-CHAVES:

Arqueologia do capitalismo na Amazônia; Arqueologia de gênero; Paisagem de gênero; Fordlândia; Belterra; Cidade operária; Companhia Ford Industrial do Brasil.


PÁGINAS: 315
RESUMO:

Fordlândia e Belterra são duas cidades empresas construídas e
administradas pela Companhia Ford no estado do Pará entre 1927 e 1945.
Fato nada incomum, é que a história sobre esses locais é
predominantemente contada a partir da voz, presença e do trabalho dos
homens. Em diálogo com pesquisas já desenvolvidas sobre gênero no
campo da arqueologia histórica em contextos urbanos e industriais,
busquei perceber de que forma as mulheres experienciaram as paisagens
de gênero de Fordlândia e Belterra. Os relatos evidenciaram uma possível
diferença na prostituição desenvolvida entre as duas áreas, o que me
levou a trabalhar com a hipótese de que a prostituição havia sido
negociada e renegociada de forma distinta em Fordlândia e Belterra. Para
responder à questão, realizei entrevistas exploratórias com moradoras e
moradores e recorri a uma diversidade de fontes documentais, tais como
fotografias, vídeos, jornais, mapas, relatórios administrativos e,

especialmente, aos processos judiciais. O uso das imagens de satélite
associado ao georreferenciamento de mapas da época e ao estudo da
organização espacial, através da aplicação da sintaxe do espaço contribuiu
para cartografar a presença e o movimento de cinco “mulheres solteiras”
nas paisagens das cidades operárias e no seu entorno. Como resultado,
ficou evidente que o imaginário sobre a prostituição, tanto em Fordlândia
como em Belterra, estão fortemente enraizados em aspectos morais que
limitavam a sexualidade das mulheres e que se relacionam com a
transição entre os papéis sociais atribuídos às mulheres relacionados à
preservação [ou não] da sua honra sexual. Acredito que a mudança
observada no desenvolvimento da prostituição se deu como parte das
transformações nas relações de trabalho entre as mulheres e a
administração da Ford nas cidades operárias. Estas transformações
repercutiram de forma a contribuir para que as mulheres ocupassem seus
lugares, ainda que de forma precária, ignorando as diversas fronteiras que
delimitaram o que ocorria dentro e que o estava fora. A análise da
paisagem de gênero de Fordlândia e de Belterra vem mostrando que as
diferenças observadas na organização dos espaços mantêm relação com
as mudanças nas relações de poder e nos papéis sociais que ainda hoje
atravessam as mulheres e homens no contexto das cidades operárias e
que vai muito além da narrativa masculina dominante.


MEMBROS DA BANCA:
Externa ao Programa - 3106437 - ANA CAROLINA GONCALVES LEITE - nullExterno à Instituição - DIOGO MENEZES COSTA
Externo à Instituição - MARCOS ANDRE TORRES DE SOUZA
Presidente - 1268207 - SCOTT JOSEPH ALLEN
Externa à Instituição - VIVIAN KARLA DE SENA
Notícia cadastrada em: 30/12/2024 14:49
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