Em pleno curso no mundo todo, a revolução digital é um fenômeno sem volta que afeta
a todos. Atualmente, vivenciamos um cenário preocupante de falta de profissionais da área de
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) capacitados para atender a demanda de um
mercado cada vez mais exigente. Para atender esse mercado, o modelo tradicional de
educação tem se mostrado ineficaz para promover, de forma significativa, habilidades que vão
além das adquiridas com conhecimento apenas técnico, tais como criatividade,
empreendedorismo, competências socioemocionais, entre outras. Parte importante de uma
solução para este problema é a adoção de abordagens de ensino inovadoras que façam dos
estudantes protagonistas de seu processo de aprendizagem.
No ensino de computação, a aprendizagem baseada em problemas (do inglês, PBL ou
Problem-Based Learning ) tem se destacado pelo seu equilíbrio entre o conteúdo e a prática, a
academia e o mercado profissional, trazendo clientes e problemas reais para fornecer um
ambiente de aprendizagem que proporciona aos alunos um envolvimento e uma consciência
real sobre os problemas que terão de enfrentar na profissão, desenvolvendo competências
(conhecimentos, habilidades e atitudes) relevantes para o mercado profissional e para o
convívio em sociedade. Dentre várias características dessa abordagem, este estudo tem como
foco a intencionalidade necessária por parte do aluno no PBL, trazendo responsabilidades pelo
seu aprendizado por meio de reflexão e planejamento sobre o que, como e por que aprender.
Nesse contexto, ainda existem muitos desafios a serem superados, dentre eles a dificuldade
de estimular a regulação e a autorregulação dos estudantes, o que levou a questão central de
pesquisa: Como aperfeiçoar o processo de avaliação em PBL aplicado a cursos de
computação, sob as perspectivas da autorregulação e da autoeficácia dos estudantes,
provendo uma solução de automonitoramento do progresso da aprendizagem que seja
útil e fácil de usar?
Assim, a partir da Design Science Research (DSR), esta pesquisa propõe uma solução,
chamada de PBL StudentBoard. Voltada principalmente para o estudante, essa solução é
baseada em um modelo de avaliação autêntica, que lhe permite monitorar o progresso da sua
aprendizagem por meio de uma interface concebida para dispositivos móveis e integrada ao
seu cotidiano. O monitoramento e automonitoramento levam a uma maior autoeficácia,
persistência e sucesso, pois sem monitoramento os alunos ficam em um estado de incerteza
sobre o quão bem estão aprendendo, impactando diretamente na efetividade da abordagem
PBL.
Como resultados dessa pesquisa, foi concebido um protótipo funcional da interface do
PBL StudentBoard, que pela avaliação de alunos e especialistas em PBL, atende às
expectativas, facilitando que os estudantes recebam feedbacks e monitorem seu aprendizado.

Neste estudo, propõe-se pesquisar as práticas de gestão do conhecimento utilizando o banco   de melhores práticas do Modelo de Maturidade para o planejamento estratégico, MMPE-SI/TI, proposto pela tese do doutor (TEIXEIRA FILHO, 2010). Nos Institutos Federais de Educação, com os profissionais e gestores da área de tecnologia da informação. Utilizou-se um questionário estruturado, conforme as melhores práticas de GC proposta pelo modelo de maturidade, foi aplicado neste grupo, com os dados coletados, aplicou-se a técnica de equações estruturais para verificar as práticas de gerenciamento do conhecimento nas diretoria e coordenações de TI nos IFEs. Com os resultados é possível identificar a atual situação dos IFE quanto ao uso destas práticas de gerenciamento do conhecimento nas diretorias e coordenações de tecnologia da informação.

Instituições públicas e privadas devem preocupar-se com a qualidade de serviço ofertado ao seu público alvo. Para tanto, é necessário que invistam em métodos e técnicas para manter seus processos livres de problemas possíveis, proporcionando a entrega de serviços com qualidade. Porém, relatórios de fiscalização do Tribunal de Contas da União- TCU relatam que há pouca adesão do processo de gerenciamento de problemas nas Instituições Federais de Ensino Superior– IFES impactando assim negativamente, em diversos setores dessas Instituições. É o caso, por exemplo, de equipes de suporte de TI, de como lidar com os problemas, surgindo a necessidade de tratá-los de forma sistemática e eficiente. Segundo diversos autores, o Método de Análise e Solução de ProblemasMASPéamplamente utilizado no combate de problemas, evitando seu reaparecimento. No entanto, sabe-se que a aprendizagem de um método como o MASP pode não ser trivial. Além disso, o conteúdo pode não ser considerado interessante por algumas pessoas. Diante do exposto, este trabalho apresenta uma abordagem fundamentada em serious games, com o desenvolvimento de um jogo digital chamado de “MASP Heroes” no estilo RPG (Role Playing Game) baseado no MASP, para que seja utilizado na capacitação e treinamento de equipes de suporte de TI das IFES, e avaliar se o mesmo contribui para a aprendizagem e motivação da aplicabilidade do MASP em problemas reais enfrentados por essas equipes. Neste contexto, foram realizadas pesquisas na literatura, tanto para adaptação do conteúdo a ser explorado no jogo quanto sobre os recursos e técnicas para o seu desenvolvimento. Atualmente, o jogo encontra-se finalizado, testado e avaliado por meio de um experimento controlado com a participação de técnicos de TI de duas IFES no qual foram aplicados questionários para coletada de dados referentes à aprendizagem, motivação de aplicação do MASPemproblemas reais e qualidade do MASP Heroes. A partir da análise de dados foi possível perceber a importância dos serious games como ferramenta de aprendizagem, sendo que o grupo experimental, que teve como forma de tratamento o MASP Heroes, obteve melhor nível de aprendizagem que o grupo controle. Em relação à motivação para aplicação do MASP em problemas reais, o resultado deste estudo indica que apesar do MASPHeroes gerar um certo nível de motivação nos participantes, ao se analisar de forma estatística, a diferença entre os grupos não se mostrou significante, não sendo possível afirmar que o serious game pode, na maioria das vezes, influenciar de forma positiva o nível de motivação. Em relação a sua qualidade, segundo a escala do modelo de avaliação MEEGA+, o jogo obteve a classificação de “bom nível de qualidade”. Finalmente, com este estudo foi possível afirmar que o MASP Heroes pode ser utilizado como meio para ensinar e mostrar a importância de um método como o MASP e em algumas vezes motivar as equipes de técnicos de TI a utilizá-lo em problemas reais nas IFES.

Contexto: Nas instituições públicas federais de educação, a cada ano a população estudantil cresce, juntamente com o número de funcionários, gerando a necessidade de novos recursos tecnológicos, por exemplo, sistemas de informação mais eficientes e com maior qualidade. Devido as equipes de desenvolvimento serem pequenas, com pouca maturidade em processos, ocorrem atrasos para o atendimento às demandas, além do processo de build e entrega do produto de software ser custoso e não repetível, ocasionado pelo excesso de erros, demora para fazer a entrega e a implantação, acarretando em correções frequentes, fazendo com que a entrega demore horas ou dias sem garantia da qualidade do produto, pois um alto número de erros que são reportados tardiamente, gerando atrasos e consequentemente a perca dos prazos.

Objetivo: Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo sobre a adoção da integração e entrega contínua quanto ao ciclo de entrega do desenvolvimento de software no Instituto Federal do Acre (IFAC), de forma a verificar o impacto dessa adoção no processo de entrega e qualidade do produto.

Metodologia: Para a realização desse estudo, foi executada uma revisão sistemática da literatura (RSL) que analisou 54 estudos publicados entre 2016 e 2019, para coletar evidências sobre desafios enfrentados, melhores práticas e ferramentas utilizadas na adoção e uso de integração e entrega contínua. Durante a revisão sistemática, foram encontrados 32 desafios, 20 melhores práticas e 63 ferramentas. A partir das evidências coletadas, foi construída uma proposta de abordagem baseada em evidências para o processo de adoção e gestão de riscos de um pipeline de integração e entrega contínua, através da relação e combinação de desafios e soluções (melhores práticas e ferramentas). Como validação da abordagem, ela foi aplicada em um projeto piloto do IFAC, sendo avaliada quanto a viabilidade, através do GQM, após a adoção, utilizando o método de comparação do projeto irmão.

Resultados e Conclusões: As principais contribuições deste trabalho foram: (1) a criação de um corpo de conhecimento, a partir das evidências coletadas como resultado da revisão sistemática, que funciona como um framework para compor o pipeline concreto e efetivo a ser implementado; (2) um processo de adoção de pipeline; e (3) uma abordagem para o gerenciamento de risco utilizando o corpo de conhecimento. Por fim, este trabalho também contribui apresentando estratégias mínimas para adotar o pipeline de integração e entrega contínua, através do relato de experiência da adoção e uso dessas práticas em um projeto piloto do IFAC.

A língua de sinais é uma habilidade de comunicação visual que permite que indivíduos com diferentes tipos de deficiência auditiva e surdez se comuniquem. É a língua e o símbolo de identificação usada, no dia a dia, pelas pessoas com este tipo de deficiência. A grande maioria das pessoas com essa deficiência não têm contato com a língua oficial falada e escrita, e com isso enfrentam severas barreiras de comunicação, tendo enormes dificuldades de acesso a informações básicas e a serviços públicos. Língua Brasileira de Sinais (Libras), é a língua oficial de sinais do Brasil sendo usada por milhões de brasileiros surdos e também ouvintes. É sabido que, apesar dos esforços de inclusão social e laboral, ainda é pequeno o número de ouvintes habilitados a se comunicar por meio de Libras. Essa barreira invisível interfere na comunicação entre esses dois grupos e não promove autonomia do cidadão surdo nas atividades rotineiras de trabalho e de cidadania. Nesse sentido, a Inteligência Artificial (IA) tem sido usada como uma ferramenta para facilitar esta comunicação e promover a inclusão sócio-digital de surdos, oferecendo modelos baseados em aprendizagem de máquina que podem reconhecer e traduzir sinais de uma língua para a outra. Apesar do sucesso dos modelos de aprendizagem de máquina em diferentes tarefas, seu desempenho em reconhecimento de sinais ainda é limitado pela dificuldade de obtenção de dados para treinamento; já que existem poucas e limitadas bases de dados disponíveis nas línguas de sinais e menor ainda é a quantidade de sinais e dados rotulados em Libras. Este trabalho propõe a criação de uma base de dados rotulada de vídeos com intérpretes nativos e tradutores profissionais sinalizando palavras e expressões em Libras. Para a construção desta base foi criada uma metodologia baseada em estudos relacionados, no suporte da equipe de sinalizadores e nas bases existentes na literatura. Outro ponto considerado foi utilizar sinais que permitam fazer uma correlação com uma das principais bases de dados de sinais utilizada na literatura, a base de Sinais Americana (em inglês, American Sign Language Video Dataset - ASLVD), de forma a viabilizar uma associação entre os sinais em Libras e os sinais em ASL a fim de fomentar o desenvolvimento de sistemas de reconhecimento e tradução entre as duas línguas de sinais. O dataset V-LIBRASIL é constituído de um corpus paralelo Português-Libras. A partição em Português é formada por 1364 termos extraídos e traduzidos da parte em Inglês do corpus paralelo English – ASL da base ASLLVD. Esses termos foram sinalizados na Língua Brasileira de Sinais por 3 articuladores especialistas totalizando 4.066 sinais que integram a partição Libras da base V-LIBRASIL. Ademais, para oferecer uma cobertura a diferentes planos de fundo, os articuladores foram filmados em um ambiente chroma key, o qual permite adicionar diferentes cenários de fundo após a gravação dos sinais, possibilitando o treinamento de modelos computacionais mais robustos a ruídos e condições adversas. A base de dados está disponibilizada em um portal estruturado V-LIBRASIL Vídeo Dataset (https://libras.cin.ufpe.br/), o qual permite a pesquisa por sinais e também o download dos dados para fomentar o desenvolvimento de novos modelos e sistemas na área de reconhecimento de língua de sinais.