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Disertaciones |
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LARA MARIA DE HOLANDA SOARES
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"COMO É DE DIREITO E DE JUSTIÇA": UM EMBATE DE CLASSES ENTRE TRABALHADORES E EMPREGADORES DA AGROINDÚSTRIA AÇUCAREIRA NOS PROCESSOS TRABALHISTAS DA JCJ GOIANA/PE (1971-1973)
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Líder : CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
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THOMAS DYSON ROGERS
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TIAGO BERNARDON DE OLIVEIRA
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Data: 13-abr-2021
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Resumen Espectáculo
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A cana-de-açúcar, originária do Sudeste Asiático, foi o produto que mais gerou riqueza na colônia. O açúcar virou hábito dos europeus e até hoje, além do etanol, é um dos principais produtos exportados do Brasil. A plantação extraiu tudo da força de trabalho, primeiro coagida e escravizada, depois proletarizada. Após a abolição da escravidão, os canavieiros tornaram-se legalmente livres, mas sem direitos sociais. Esta dissertação traz uma análise das condições dos trabalhadores da agroindústria açucareira entre 1971 e 1973, através dos processos trabalhistas da Junta de Conciliação e Julgamento de Goiana (JCJ Goiana/PE). Nos anos 1970, houve um grande investimento aliado a um discurso de modernização e desenvolvimento. Mas esses incentivos também contemplavam os trabalhadores? A indústria açucareira se firmou com incentivos estatais, através de órgãos como o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) em 1933. Seguindo a história social, espera-se contribuir com uma história desses trabalhadores, sujeitos ativos na construção de sua própria história, ainda que através de um instrumento do discurso oficial, que eram os processos da Justiça do Trabalho. Dado o volume de processos e sua homogeneidade, optou-se pela metodologia da história serial, para se construir uma série histórica. Além de traçar um perfil dos trabalhadores, também se observou como o Estado esteve presente nas relações trabalhistas. Alguns direitos foram conquistados pelos trabalhadores no governo de Getúlio Vargas, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943. Mas os assalariados rurais não foram contemplados por mais 20 anos, tendo seus direitos reconhecidos apenas em 1963, após a promulgação do Estatuto do Trabalhador Rural (ETR). A JCJ Goiana/PE, na Zona da Mata Norte pernambucana, foi inaugurada na mesma época. Os avanços sociais conquistados pelos trabalhadores provocaram uma grande reação, que resultou no golpe militar de 1964, quando os canavieiros foram reprimidos duramente, com a perseguição e prisão de líderes dos movimentos sociais e de todos que discordavam do projeto político estabelecido com a ditadura militar (1964-1985). Os processos evidenciam permanências históricas que marcam ainda hoje a zona canavieira, como a violência física e simbólica, as ameaças e a precariedade das condições de vida e de trabalho, como o não recebimento de salário-mínimo, férias ou auxílio-doença, reivindicados e denunciados pelos canavieiros na Justiça, denotando também o embate de classes entre trabalhadores e empregadores.
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ÉMERSON BARBOSA DA SILVA ALEIXO
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PASTORAL DO MEDO: SANTA INQUISIÇÃO E CRIME DE BIGAMIA NA CAPITANIA DE PERNAMBUCO (1593-1595)
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Líder : GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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BRUNO KAWAI SOUTO MAIOR DE MELO
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GRAYCE MAYRE BONFIM SOUZA
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AUGUSTO CESAR ACIOLY PAZ SILVA
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Data: 29-abr-2021
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Resumen Espectáculo
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Inquisição e bigamia no Brasil colonial são temas intensamente debatidos, porém nunca esgotados. Por este fato, trazemos à tona um crime de bigamia feminina ocorrido em Olinda, na Capitania de Pernambuco, no final do século XVI. A presente pesquisa se debruçou diante de um processo inquisitorial, analisando o caso de Marta Fernandes, denunciada à Santa Inquisição durante visitação oficial a estas partes do Brasil. Por sua relevância à historiografia, especialmente em face da figura feminina ter sido durante muito tempo “silenciada” nas produções historiográficas, objetivou-se analisar este delito de bigamia dentro do recorte temporal estabelecido, que se dá entre 1593-1595, período de tempo que marca o início e o fim do trâmite processual da acusada. Examinando como o bígamo era percebido pelas autoridades eclesiais, as repercussões sociais e morais que causavam no dia a dia da colônia. O processo analisado, enquanto principal fonte histórica desta pesquisa, encontra-se disponível para acesso no site oficial do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, sob o número 10.745. Utilizou-se a micro-história enquanto recurso metodológico para compreendermos os detalhes e as minúcias da fonte em questão, que nos permitiu visualizar como estas normas, códigos e leis, contribuíram para que Marta Fernandes, uma mulher parda, ex-escrava, forçada a um matrimônio arquitetado por seu ex-proprietário e amante, a fugir de sua ilha natal e a contrair novo matrimônio em terras ultramarinas, tendo seu primeiro cônjuge ainda vivo. Como embasamento teórico, utilizamos obras de Certeau (2005); Darton (1986); Fernandes (1995); Figueiredo (2004); Geertz (1989); Ginzburg (2003); Levi (2016); Novinsky (1996); Perrot (2007); Revel (1998); Siqueira (1978); Vainfas (1997); entre outros. Os resultados obtidos a partir da análise do processo inquisitorial desvela a perseguição e condenação ao crime de bigamia pelo Tribunal do Santo Ofício, ao mesmo tempo que revela uma mulher disposta a sobreviver em uma sociedade altamente hierarquizada; que não se apresenta como subversiva, e que diante de sua trajetória de vida, não se demonstrou apática à realidade colonial e masculina vigente do quinhentos.
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LUIZ HENRIQUE SANTOS FERREIRA DA COSTA
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O USO POLÍTICO DO PASSADO DAS LIGAS CAMPONESAS NOS PROCESSOS TRABALHISTAS DAS JUNTAS DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO DE NAZARÉ DA MATA, JABOATÃO DOS GUARARAPES E GOIANA DURANTE A DITADURA CIVIL MILITAR. (1964-1967)
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Líder : PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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ANTONIO TORRES MONTENEGRO
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MARCIO ANANIAS FERREIRA VILELA
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Data: 11-jun-2021
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Resumen Espectáculo
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Esta dissertação analisa conflitos trabalhistas na Justiça do Trabalho. As ações judiciais estudadas foram movidas por trabalhadores rurais contra seus empregadores nas Juntas de Conciliação e Julgamento de Nazaré da Mata, Jaboatão dos Guararapes e Goiana, durante o início da ditadura civil militar. Nos processos trabalhistas selecionados, os latifundiários acusaram os assalariados rurais de terem participado das Ligas Camponesas. Essas acusações faziam parte de um discurso que se apoiava nos signos combatidos pelo novo regime repressor que gradualmente se estabelecia, produzindo então um uso político do passado a partir do agenciamento de memórias que circulavam em parte da imprensa e entre a maioria dos latifundiários. Com isso, estabeleceram-se associações automáticas entre as Ligas e agitação social, insubordinação, greves e incêndios. O intuito dessa estratégia era criar argumentos para justificar demissões por justa causa. Ao mobilizar outras documentações para a pesquisa, como entrevistas com trabalhadores rurais e registros de imprensa, mostrou-se que as histórias presentes nas ações judiciais dizem de uma questão individual, mas também social. Podemos citar as manobras patronais para subtrair direitos dos empregados, uso patrimonialista das forças policiais, formação de milícias privadas e aumento da repressão e violência contra trabalhadores rurais quando do golpe de 1964.
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VIVIANE HOLANDA RANGEL
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VONTADES ENTRELAÇADAS PELA LEI: UMA DISPUTA DISCURSIVA ENTRE PARTES E MAGISTRADOS NOS PROCESSOS DE CRIMES SEXUAIS CONTRA MULHERES EM PERNAMBUCO (1963 – 1973)
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Líder : CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CAROLINA PINHEIRO MENDES CAHU DE OLIVEIRA
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CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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Data: 22-jul-2021
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Resumen Espectáculo
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Os crimes sexuais cometidos contra mulheres tiveram variadas interpretações ao longo dos séculos e das diferentes sociedades. O patriarcado fez com que, durante muito tempo, os corpos femininos fossem tidos como propriedade pública, quando não estivessem tutelados por homens. No ocidente, o desenvolvimento do capitalismo fortaleceu a ideia de que as mulheres eram propriedades masculinas, reforçando portanto o acesso que se poderia ter aos seus corpos. Também, a presença de um estado centralizado com o cristianismo como religião oficial desempenhou um papel fundamental no machismo institucional. O capital jurídico e médico, construídos sobre tais bases, fortaleceram juntos concepções misóginas sobre as capacidades femininas, um defendendo a sua debilidade e incapacidade, o outro produzindo conhecimento de modo a controlar seus corpos. Tal união acabou por fundamentar um sistema que culpabilizava as mulheres por quaisquer atos cometidos contra elas, com as denúncias de estupros e seus correlativos comportando frequentemente a dúvida de que a vítima poderia no mínimo ter consentido, quando não, ter efetivamente provocado a sua ocorrência a partir de algum comportamento. No Recife das décadas de 1960 e 1970, as denúncias desses crimes e os processos que se seguiam foram provas dessas tensões. Enquanto que a ida à delegacia simbolizava a noção de busca por um direito, também pressupunha a anuência com comportamentos sexuais cristalizados pela justiça, uma vez que as leis defendiam perfis e modelos de conduta específicos para os envolvidos, especialmente as do gênero feminino. Os exames sexológicos feitos pelo IML, imprescindíveis para o início do processo criminal, remontaram à união da medicina com o direito no controle da sexualidade e dos corpos femininos. Já no âmbito judicial, as narrativas desenvolvidas pelas vítimas, pelos acusados e pelos membros do judiciário instrumentalizaram conceitos que foram desde o ideal feminino da época até a noção de que haviam mulheres não merecedoras de serem protegidas pela justiça. No entanto, a análise das queixas-crime e dos processos judiciais mostrou que, mesmo tentando se encaixar em modelos preestabelecidos de sexualidade e comportamento, tais moldes nem sempre se alinhavam às práticas da população. Através dos depoimentos das partes e intervenções dos funcionários envolvidos, pôde-se perceber a intensa articulação que aconteceu entre as condutas esperadas e as ocorridas de fato e como o sistema judiciário agia nesse embate. O olhar sobre os processos demonstrou como as mulheres eram capazes de articular suas versões, criando caminhos onde poderiam ter seus objetivos alcançados. Sua busca por seus direitos revelou formas de viver suas vidas e suas sexualidades que não apenas se conformaram a corroborar normas instituídas, as contestando quando isto lhes era útil. A atuação feminina e os muitos discursos construídos em torno dos crimes sexuais mostraram que as mulheres se portavam não apenas como vítimas de um sistema que lhes oprimia. Eram, também, agentes ativos num período que mesclava permanências de pensamentos e estruturas patriarcais, com a transformação de conceitos de gênero, de família, de relacionamentos e de justiça.
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GIOVANNA MARIA TRAJANO DE LIRA
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PERDI TUDO, NÃO TEM MAIS NADA:histórias de mulheres internadas no Hospital de Alienados do Recife (1930-1940)
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Líder : CARLOS ALBERTO CUNHA MIRANDA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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YONISSA MARMITT WADI
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CARLOS ALBERTO CUNHA MIRANDA
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PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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Data: 10-ago-2021
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Resumen Espectáculo
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A história da loucura é uma temática em crescimento no campo historiográfico brasileiro nos últimos anos. E é nessa temática que esta dissertação se localiza. Buscamos contar a história de mulheres que foram internadas no Hospital de Alienados do Recife durante as décadas de 1930 e 1940, entendendo que essas internações estavam inseridas num determinado contexto social e político. Naquela época a psiquiatria galgava cada vez mais seu espaço como a ciência médica que poderia tanto prevenir as cidadãs “desajustadas”, como ter os seus discursos higiênicos e morais disseminados na mídia, nas famílias e nas escolas. Essa especialidade médica ainda assumiu um posto de exclusividade em relação a assistência aos alienados do estado, que anteriormente ficava a cargo da Santa Casa de Misericórdia. Assim, a partir da análise dos prontuários psiquiátricos procuramos trazer um espaço de fala para essas mulheres que tantas vezes foram silenciadas dentro e fora dos muros da instituição de saúde. Mulheres que tiveram seus corpos e sua história analisada pelos médicos internos do hospital a partir da larga assistência criada por Ulysses Pernambucano em inícios da década de 1930, isto é, a Assistência a Psicopatas. Esta englobou tanto instituições de prevenção, medicalização, investigação da vida pregressa da paciente como o Serviço de Higiene Mental, laboratórios, além de espaços onde a permanências das pacientes seria mais duradoura e constante como o Hospital de Alienados, a Colônia de Barreiros e o Manicômio Judiciário.
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ÉRICA DE OLIVEIRA SANTOS FERREIRA
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"OUVIR MEMÓRIA, TECER HISTÓRIA": OS TRABALHADORES RURAIS DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS (1950-1959)
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Líder : PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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JULIANA ALVES DE ANDRADE
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MARCELO GÓES TAVARES
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Data: 17-ago-2021
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Resumen Espectáculo
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Essa dissertação historiciza as experiências cotidianas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de Palmeira dos Índios em meio ao discurso e prática de industrialização e modernidade no Brasil na década de 1950. Discutimos quais espaços são ocupados por esses trabalhadores rurais, na cidade de Palmeira dos Índios que tinha como principal base econômica a produção agrícola, mas que se colocava dentro da vanguarda da modernização. As táticas de (re) existências construídas por estes trabalhadores (as) frente ao projeto excludente da modernização, a agricultura foi um meio de sobrevivência. Plantar para sobreviver. O trabalho com e na terra produziu redes de aprendizagens e trocas de conhecimentos técnicos entre pais e filhos, constituiu um quadro de relações sociais, políticas e culturais entre a comunidade. Essas experiências, estratégias, os espaços ocupados – feiras, cinemas, fábricas, armazéns - garantiam em parte a reprodução desta cultura e o fortalecimento das relações sociais, uma vez que o projeto de modernização implementado no Brasil, em Palmeira dos Índios (1950) não os inseria no projeto de cidadania . Observamos ainda, as relações entre cidade, memória. Munidos de experiência, estratégias e resistências, (re) inventaram em suas práticas cotidianas, modos de viver e enfrentar as adversidades. O trabalho, a agricultura incorporam as histórias de gerações de trabalhadores e trabalhadoras rurais de Palmeira dos Índios, que constroem laços de afetos, luta, resistências, sobrevivências e de vivências. Nesse sentido, o agenciamento de obras historiográficas, teóricas, jornais, fotografias, atas da câmara dos vereadores e os relatos de memórias compõem o quadro de fontes documentais importantes para o desenvolvimento da pesquisa.
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EWERTON WIRLLEY SILVA BARROS
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A METAMORFOSE DO FOLCLORE: UMA INSTITUCIONALIZAÇÃO ACADÊMICO-CIENTÍFICA POR VERÍSSIMO DE MELO (1944-1974)
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Líder : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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BENITO BISSO SCHMIDT
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FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
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DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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Data: 26-ago-2021
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Resumen Espectáculo
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Nesta dissertação, tive como pretensão a investigação da institucionalização do campo de estudos folclóricos nas esferas acadêmico-científica brasileiras. Para atender essa proposta, delimitei a pesquisa ao abordar a trajetória de Veríssimo Pinheiro de Melo (1921-1996) – um intelectual norte rio-grandense que participou desse processo de inserção institucional do saber folclórico no Instituto de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a partir da década de 1960. Em um cenário em que as ciências sociais já haviam se consolidado nas universidades brasileiras, sobretudo no formato de Centros e Departamentos Acadêmicos, investiguei a hipótese de que Veríssimo de Melo metamorfoseou o campo de estudos do folclore para inseri-lo no campo da antropologia cultural, como uma maneira de viabilizar a sua institucionalização acadêmica. Em vista disso, procurei problematizar a sua trajetória intelectual iniciada no Ensino Superior no ano de 1944, seguida do seu encontro com os estudos folclóricos, examinando o seu manuseio das fontes e métodos de pesquisa, mapeando as suas relações intelectuais, explorando ainda as relações de saber e poder que estavam no cerne das ciências sociais durante o período de sua trajetória profissional e, finalizando a pesquisa, em 1974, ano decisivo para a realização desses objetivos. Então, para a realização deste trabalho, utilizei e manuseei fontes bibliográficas, epistolares, periódicas e atas institucionais. No arcabouço teórico, fundamentei-me nas categorias de intelectual, campo, memória, emoções e biografia operacionalizadas, respectivamente, por Jean-François Sirinelli, Pierre Bourdieu, Henri Bergson, David Le Breton e François Dosse. O percurso metodológico que adotei e percorri foi balizado nas reflexões da análise de discurso elaborada por Michel Foucault.
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MAXUEL DE FRANCA LIMA
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EXPERIÊNCIA, TRABALHO E POLÍTICA: Os estivadores do porto do Recife (1891-1907).
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Líder : JOSE BENTO ROSA DA SILVA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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PETRÔNIO JOSÉ DOMINGUES
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JOSE BENTO ROSA DA SILVA
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SUZANA CAVANI ROSAS
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Data: 15-sep-2021
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Resumen Espectáculo
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Esta dissertação investiga os estivadores do porto do Recife. Os estivadores eram os trabalhadores portuários que desempenhava um serviço fundamental para o funcionamento do porto, carregamento e descarga de mercadoria das embarcações. Ao longo do século XIX, estes estivadores também foram escravos, organizaram-se coletivamente por suas reivindicações, ainda sob a vigência do regime escravista, e em 1891 conseguiram fundar a Sociedade União Beneficente dos Estivadores. Nosso trabalho analisa esse processo de fazer-se dos estivadores enquanto uma categoria portuária e sua importância política nos primeiros anos de fundação da Sociedade até 1907.O sistema de contratação de mão de obra, o contexto político envolvido – abolicionismo, Proclamação da República – a luta pela consolidação da cidadania por meio da Sociedade, os conflitos com as autoridades públicas e com o patronato da estiva, as dificuldades de existência em um Recife marcado pelo desemprego e fome, foram aspectos que exploramos na vida dos estivadores. Estuda também como se deu a participação política desses sujeitos no período. Por meio da análise de suas greves e da atuação que ela ensejava visualizámos uma participação política intensa desses estivadores, marcado pela solidariedade entre eles e para com outras categorias. Assim, esse trabalho contribui com a historiografia que vem destacando a participação política da população mais pobre e negra na conformação do movimento operário.
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RENATO TORRES DE LIRA
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AFRICANOS E O USO DA LEI FEIJÓ EM PERNAMBUCO: resistência ao cativeiro ilegal entre as décadas de 1870 e 1880.
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Líder : MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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MARIA EMILIA VASCONCELOS DOS SANTOS
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PAULO HENRIQUE FONTES CADENA
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Data: 27-sep-2021
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Resumen Espectáculo
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O presente trabalho tem por objetivo discutir a resistência escrava exercida por africanos e seus descendentes que acessaram a Justiça pernambucana, entre as duas décadas finais da instituição da escravidão no Brasil, e tornaram-se autores de ações que visavam alterar seus respectivos estatutos jurídicos. Alegando que o cativeiro no qual permaneciam desde muito jovens era ilegal por ter ocorrido após a promulgação da chamada lei Feijó, de 1831, que criminalizou o comércio atlântico de escravizados. A documentação trabalhada compreende um total de seis processos entre petições judiciais e ações de liberdade propriamente ditas, pertencentes ao acervo público do Memorial da Justiça de Pernambuco. A atitude destes autores em confrontar a propriedade senhorial pela esfera judiciária se coaduna a de outros inúmeros que por todo o Império se intensificou posteriormente à lei Rio Branco, ou “do Ventre Livre” de 1871. Esta, a despeito de uma proposta de abolição gradual do Estado, representou conquista dos escravizados, em função da atuação do conjunto das formas de resistência até aquele ponto do século XIX, pois ampliou possibilidades de alforrias e da impetração de ações judiciais de liberdade. A riqueza documental das fontes aqui trabalhadas permite lançar o olhar para o período em questão e, retrospectivamente, para as décadas que registraram massiva e ilícita importação de africanos para o Brasil. Isto foi possível pelos depoimentos de autores e testemunhas, pela atuação de curadores e dos representantes do senhorio, que, mesmo às vésperas da abolição definitiva insistiam na manutenção da propriedade escrava e ilegal.
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HYAGO ÁTILLA SOUSA DOS SANTOS
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O DRAMA DA PRINCESA TRANSVIADA: JORNAL A AÇÃO, PÂNICO MORAL E CARTOGRAFIAS DA IDENTIDADE AMEAÇADA EM CRATO (CE), 1965-1972
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Líder : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ANTONIO MAURICIO FREITAS BRITO
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DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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ROBERTO MARQUES
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Data: 13-dic-2021
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Resumen Espectáculo
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Considerando o crescimento dos debates em torno dos conceitos de moral e autoritarismo na historiografia brasileira, este trabalho pretende elaborar uma reflexão sobre como a mídia impressa operava, no início do período ditatorial-militar brasileiro, como agente direto na promoção e manutenção de regimes de moralidade. Para isso, foi utilizado, como fonte primária e objeto central do trabalho, o jornal A Ação, periódico fundado em 1939 pela Ação Católica da Diocese de Crato, cidade localizada na Região do Cariri, no interior do Ceará. O recorte temporal escolhido foi entre 1965, ano seguinte ao Golpe Militar, e 1972. Utilizando o conceito do Pânico Moral, desenvolvido e trabalhado por autores como Stanley Cohen (2011), Erich Goode e Nachman Bem-Yehuda (2009) e Benjamin Cowan (2016), a pretensão geral dessa reflexão é buscar entender como a imprensa, ao enquadrar grupos de jovens considerados subversivos nos valores morais e políticos pregados no período, operava seguindo padrões específicos de enquadramento e estigmatização de sujeitos, identificando a problemática, atribuindo significados ao que era descrito e propondo intervenções de resolução que, por vezes, recorriam a ações autoritárias da tecnocracia moral que se instaurava. Em seu desenvolvimento, o trabalho foi dividido em seções que abordam a questão do movimento cultural que atuou em um projeto civilizatório e identitário para a cidade do Crato e em como esse projeto se readaptou à realidade brasileira na transição ao autoritarismo; em como jovens, em especial mulheres, eram tratadas pelo A Ação e afetadas por mecanismos de disciplinarização e modelamento de corpos construídos pela Igreja e pela elite local; em estabelecer uma análise comparativa sobre como a toxicomania, elemento fortemente combatido na ditadura, era encarada pela juventude local, consideravelmente influenciada pelos movimentos de contracultura e enquadrada pelo jornal, e em como alguns espaços e sujeitos marginalizados e não pertencentes à elite local eram abordados nesses discursos. Toda a análise parte da ideia de que as formas de repressão policial e militar não se restringiam à dimensão política da subversão e de ações anticomunistas, mas que, sobretudo, o regime autoritário solidificou e aperfeiçoou a máquina de tortura e violência simbólica (com a ação direta de instituições religiosas) como padrão normalizado de enquadramento de sujeitos desviantes.
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Tesis |
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GREYCE FALCÃO DO NASCIMENTO
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"A RESISTÊNCIA NO EXÍLIO: MIGUEL ARRAES E O JORNAL FRENTE BRASILEIRA DE INFORMAÇÕES (1969-1973)"
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Líder : ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN
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ANTONIO TORRES MONTENEGRO
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PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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THIAGO NUNES SOARES
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MARCÍLIA GAMA DA SILVA
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Data: 08-jun-2021
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Resumen Espectáculo
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Este trabalho tem por objetivo analisar a atuação dos sujeitos exilados que editaram o boletim Frente Brasileira de Informações, enquanto ferramenta de combate e resistência à ditadura civil militar brasileira. Discutimos a existência do informativo como forma de luta e de enfrentamento dos brasileiros que foram forçados a deixar o país, e também toda a trajetória desenvolvida pelo impresso, de sua produção até a sua repercussão. O Front se insere nas redes de comunicação, denúncia e resistência organizadas por exilados fora do país. A imprensa alternativa produzida no exílio dava oportunidade para que os indivíduos pudessem se expressar, refletir e estar mais próximos dos que partilhavam das mesmas condições e opiniões, através da troca de conhecimentos, experiências, e ampliação dos horizontes políticos e culturais. O objetivo do Front era, sobretudo, trazer notícias então censuradas no Brasil, informando à comunidade internacional, aquilo que não podia ser publicado na grande imprensa nacional, principalmente as denúncias de violação aos direitos humanos. Editado em nove países, Argélia, Alemanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Itália, Suécia, Suíça e Chile, Front noticiou e denunciou importantes desdobramentos no campo da informação, tanto aqui, quanto no exterior. Através do boletim, constatamos que a resistência à ditadura não se deu apenas internamente, e que a resistência no exílio foi parte importante desse período histórico.
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SUZANA DO NASCIMENTO VEIGA
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POR CABEÇA DE CASAL: MULHERES NAS REDES DE TRANSMISSÃO, PARTILHA E ADMINISTRAÇÃO DE RIQUEZAS NAS REDES DE TRANSMISSÃO, PARTILHA E ADMINISTRAÇÃO DE RIQUEZAS NAS CAPITANIAS DO NORTE (SÉCULOS XVI E XVII)
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Líder : SUELY CREUSA CORDEIRO DE ALMEIDA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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GIOVANE ALBINO SILVA
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JANAINA GUIMARAES DA FONSECA E SILVA
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JEANNIE DA SILVA MENEZES
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SUELY CREUSA CORDEIRO DE ALMEIDA
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Data: 11-jun-2021
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Resumen Espectáculo
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Esta tese tem como objetivo central compreender e historicizar as experiências de governo, administração e mando feminino nos meandros das redes de herança, partilha de terras e riquezas dentro do empreendimento colonial. O espaço para nossa análise se concentra especialmente na Capitania de Pernambuco durante os anos de 1534 até o ano de 1630. Neste período buscamos não apenas entender a atuação das mulheres como governadoras de terras e territórios, senhoras de engenho, lavradoras de canas etc. Mas, principalmente de entender essas experiências como costumeiras e parte do funcionamento cotidiano de uma sociedade que se expandia sobre outra. Ou seja, compreendendo que a possibilidade de atuação feminina nos espaços de poder dentro de Portugal no Antigo Regime fora possíveis desde a sua legislação, como também que as circunstâncias geradas pela expansão de Portugal e as conquistas ultramarinas possibilitaram as mulheres um maior espaço físico, jurídico e prático de atuação em espaços de poder. Este trabalho, portanto, tem como tese central que o exercício da Cabeça do casal pelas mulheres era não apenas possível e ocorria muito mais comumente do que suporíamos, como também era parte das possibilidades dessa sociedade, dependendo da condição e qualidade dos indivíduos e não apenas do seu sexo.
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JOSÉ WELLINGTON DE OLIVEIRA MACHADO
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AS ARTES DE PINTAR E AS ARTES DE SE PINTAR: LEMBRANÇAS E ESQUECIMENTOS SOBRE MÁRCIA MAIA MENDONÇA, UMA ARTISTA TRANSEXUAL CATÓLICA300
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Líder : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ELIAS FERREIRA VERAS
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SANDRA PALMA SALEIRO
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ANTONIO TORRES MONTENEGRO
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DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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FRANCISCO REGIS LOPES RAMOS
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REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
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Data: 01-jul-2021
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Resumen Espectáculo
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Esta pesquisa tem como foco as corpografias de uma artista transexual católica. As carnes que saíram do parto em 1949 ganharam próteses sociais e culturais que ajudaram a construir os corpos, as artes e a subjetividade de Márcio e Márcia Mendonça. Mas, nunca existiu unidade, homogeneidade ou coesão nesses sujeitos, o que havia eram vários corpos, diversas artes e muitas subjetividades, porque tanto ele como ela transitavam entre a tradição e a transgressão, fazendo, desfazendo e refazendo a existência. A composição dos corpos e subjetividades dependia das conexões, dos encontros com outros corpos, sejam eles de carne, de tinta, de gesso, de barro, de madeira, de cimento, de sons, de palavras, de ideias, etc. Existiram vários partos e muitas mesas de operação ao longo de sua vida. As suas carnes foram operadas pela sociedade e pela cultura, através das roupas, dos calçados, dos brinquedos, das tintas, dos quadros, dos painéis, dos desenhos, do piano, do violão, do cinema, das esculturas e das arquiteturas. O corpo de Márcio foi sendo montado, desmontado e remontado através da mãe, do pai, do padrinho, da madrinha, das vizinhas, dos cinemas, da Escola de Belas Artes de Recife, do Mosteiro de São Bento de Olinda, dos conventos, das missões, dos frades capuchinhos, dos índios Kanelas, da contracultura, do catolicismo popular e das artes. A mesma coisa aconteceu com a Márcia, o seu corpo não era feito apenas de hormônios, silicone ou de operações legais e ilegais. Ela nasceu através dos encontros com as travestis e as transexuais de Fortaleza, de São Paulo e de Paris, com os corpos que conheceu nas ruas, na TV, nas revistas e nos jornais. Não se montou apenas com vestidos, calçados e maquiagens, a sua pele estava coberta de tinta, de barro, de madeira, de colares, de terços, de hábitos religiosos e não religiosos. Ela nasceu através das idealizações de uma cultura afrancesada, do contato com as ruas e com os rios de Limoeiro do Norte e Paris, com as catedrais do Brasil e da Europa, com as exposições de arte, com os carnavais, com os cabarés de Montmartre, com Pigalle e com o Bosque de Bolonha. Ela montava-se através dos cusquenhos, do Cine Jangada, da Boate Casa Blanca, do canto gregoriano, das músicas clássicas, da MPB, da música internacional e do forró. Esse corpo diverso, múltiplo, nômade, foi enquadrado pelas memórias pré-mortes e pós-mortes, que cristalizaram e engessaram uma identidade para Márcio e Márcia Mendonça, a de pintor sacro.
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JEFFREY AISLAN DE SOUZA SILVA
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A RELAÇÃO DE PERNAMBUCO: CULTURA JURISDICIONAL E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DOS MAGISTRADOS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO (PERNAMBUCO, SÉC. XVIII-XIX)
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Líder : MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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PAULO HENRIQUE FONTES CADENA
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ANDRÉA LISLY GONÇALVES
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ANDRÉA SLEMIAN
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Data: 09-jul-2021
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Resumen Espectáculo
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Entre os séculos XVII-XVIII, os homens-bons das câmaras das principais vilas da capitania de Pernambuco recorreram aos reis portugueses, solicitando a instalação de um Tribunal da Relação na localidade. Alegavam a existência de sucessivos empecilhos que deveriam ser enfrentados por aqueles que desejassem recorrer de seus pleitos ao Tribunal da Relação da Bahia. Para além do desejo de emancipação da tutela jurídica do tribunal baiano, os pernambucanos buscavam reafirmar a centralidade da capitania na região. A partir de 1808, com a vinda da família real para o Brasil, a capitania sofreu sucessivas mudanças em sua estrutura administrativa, com o aumento do número de comarcas e vilas, possíveis graças a política de adensamento e expansão da malha jurídica desenvolvida pela corte joanina, instalada no Rio de Janeiro. Foi diante desse quadro de ampliação da estrutura administrativa da justiça e do temor relacionado a possibilidade de novas insurreições e sedições na capitania de Pernambuco, que o rei d. João VI expediu, em 6 de março de 1821, um alvará régio autorizando a criação de um Tribunal da Relação, que seria instalado na vila do Recife. Os encaminhamentos administrativos para o estabelecimento do Tribunal da Relação foram dados pelo príncipe d. Pedro, especialmente a expedição das cartas de nomeação dos magistrados que ocupariam os cargos de desembargadores no tribunal. Os magistrados que passaram pela capitania de Pernambuco entre o final do século XVIII e início do século XIX, período de nossa pesquisa, tiveram significativa importância no processo social e político vivenciado no território, atuando em funções de governo e administração da justiça, em um contexto permeado por conflitos, onde buscaram operar segundo seus interesses e as funções que exerciam na sociedade do Antigo Regime. O contexto político das experiências constitucionais vivenciadas no Brasil após o início da Revolução do Porto e a formação das Cortes portuguesas, atrasou o estabelecimento do Tribunal da Relação de Pernambuco. Deputados portugueses chegaram a alegar que não existia um alvará régio expedido pelo monarca que autorizasse a criação do tribunal. No Brasil, os desembargadores nomeados recorreram ao príncipe d. Pedro, para que o regente continuasse com o processo de instalação da instituição, que iniciou seu funcionamento em 13 de agosto de 1822, na vila do Recife, diante de um conturbado contexto social e político vivido na província.
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LUCIAN SOUZA DA SILVA
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ESMAGANDO A CABEÇA DA HIDRA: A PARAÍBA DO NORTE NO ALVORECER DA ABOLIÇÃO, 1877-1888
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Líder : CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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MARIA SARITA CRISTINA MOTA
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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EDNA MARIA MATOS ANTÔNIO
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JOSE BENTO ROSA DA SILVA
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MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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Data: 15-jul-2021
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Resumen Espectáculo
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Não disponível.
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FRANCISCA GABRIELA BANDEIRA PINHEIRO
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MÉDICOS, POLÍTICOS E CATÓLICOS: os grupos locais e a organização do combate à lepra no Ceará (1918-1952)
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Líder : CARLOS ALBERTO CUNHA MIRANDA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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PEDRO FELIPE NEVES DE MUÑOZ
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ANA BEATRIZ RIBEIRO BARROS SILVA
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CARLOS ALBERTO CUNHA MIRANDA
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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WELLINGTON BARBOSA DA SILVA
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Data: 20-ago-2021
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Resumen Espectáculo
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A presente pesquisa busca estabelecer alguns níveis de compreensão sobre o combate à lepra no Ceará durante os anos de 1918 a 1951, destacando as ações médicas, políticas e religiosas e como elas influenciaram nos caminhos que o cuidado com essa doença tomou no estado cearense. A lepra surge como um problema social no Ceará ainda no final do século XIX, mas foi no início do século XX que começou a receber maior atenção da sociedade cearense, sendo tratada como uma doença que deveria ser combatida com a segregação compulsória dos acometidos por ela. Esse contexto gerou a elaboração do primeiro plano de combate à lepra do estado no ano de 1918, porém, o referido plano teve poucas ações colocadas em prática, o que ocasionou um interesse da imprensa escrita em divulgar constantemente o problema da lepra, cobrando maior ação por parte das autoridades públicas. O jornal O Nordeste, de orientação católica, e a revista Ceará Médico foram periódicos que se destacaram nesse cenário, o que ocasionou o envolvimento de católicos e médicos em discursos e práticas de combate à lepra. Devido a pouca atuação pública, a doença foi combatida através das ações privadas, direcionando a forma que a doença foi tratada no estado. Essa situação começa a sofrer alterações em meados da década de 30, momento em que as autoridades públicas passaram a dedicar mais atenção aos assuntos relativos a essa enfermidade, tornando a lepra um assunto público, deixando as ações privadas em segundo plano. Esse cenário trouxe uma nova perspectiva para o combate à lepra, com mais investimentos e, somado a isso, os avanços científicos proporcionaram mudanças na forma de tratar a doença, culminando nas primeiras altas oficiais de doentes de lepra no Ceará, em 1951.
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MARA LIGIA FERNANDES COSTA
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AS FACES DO DESEJO: HISTÓRIA, LITERATURA E PSICANÁLISE NA FICÇÃO DE CLODOALDO FREITAS (1880-1924)
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Líder : FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
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ANTONIO JORGE DE SIQUEIRA
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ANTONIO PAULO DE MORAIS REZENDE
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PAULO MARCONDES FERREIRA SOARES
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PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
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Data: 20-ago-2021
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Resumen Espectáculo
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A tese apresenta um estudo da produção literária piauiense a partir do romance-folhetim, designado como uma produção escrita que conquistou popularidade no decorrer do século XIX. Lançada inicialmente na imprensa francesa o romance-folhetim alcançou o restante da Europa e também o Brasil, ao mesmo tempo em que cooptava uma quantidade significativa de autores interessados em conquistar uma fama literária. Ainda no início do século XX, o modelo literário do romance-folhetim também foi explorado por autores piauienses, especialmente o literato Clodoaldo Freitas (1855-1924) e foi justamente uma parcela desse conjunto ficcional que este estudo se propôs a compreender de que maneira a produção folhetinesca foi vivenciada na imprensa piauiense, o quanto foi cooptada pela literatura estrangeira e nacional, o quanto o folhetim se transformou em espaço para a deflagração de embates ideológicos, políticos, e, especialmente, mensurar o alcance do romance-folhetim como um interlocutor de determinadas perspectivas culturais. Dividida em três capítulos a tese, inicialmente apresenta as configurações do campo literário no qual Clodoaldo Freitas fez parte. A análise contemplou o processo de construção de Freitas como um intelectual, desde a sua formação escolar até os arranjos sociais no meio literário piauiense e maranhense. Em um segundo momento, o estudo optou por realizar uma análise da imprensa piauiense ao destacar as incursões de diferentes grupos intelectuais em constituir uma imprensa de viés literário. Ao considerar a localização da obra ficcional de Clodoaldo Freitas no período analisado foi possível contemplar análise das relações de gêneros, uma vez que, o conjunto literário apresenta modelos de feminilidade ideais que tentavam reforçar aos seus leitores experiências desejáveis moralmente no que diz respeito aos papeis familiares. Em sua parte final, a proposta de análise contempla aspectos mais introspectivos dos romances-folhetins, à medida que o autor elege temas como a sexualidade e as perversões sexuais. Para efetivar tal análise recorro a um diálogo com as contribuições teóricas de Michel Certeau, Roger Chartier, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, Joan Scott, Guacira Lopes Louro, Sigmund Freud e Elizabeth Roudinesco. A tese apresenta o conjunto literário de Clodoaldo Freitas composto por romances, contos, novelas, além de incluir na análise crônicas e artigos de crítica, publicados nos principais veículos de imprensa das cidades de Teresina (PI) e São Luís (MA). Subsidiam também o corpus documental deste estudo biografias, memórias, e, principalmente fontes hemerográficas do período contemplado em análise.
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LUANNA MARIA VENTURA DOS SANTOS OLIVEIRA
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AS DUAS FACES DA ALFÂNDEGA DE PERNAMBUCO: FISCALIDADE, COMÉRCIO E ESCRAVIDÃO NO PORTO DO RECIFE (1711-1759)
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Líder : SUELY CREUSA CORDEIRO DE ALMEIDA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ANGELO ALVES CARRARA
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GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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GUSTAVO ACIOLI LOPES
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MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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SUELY CREUSA CORDEIRO DE ALMEIDA
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Data: 26-ago-2021
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Resumen Espectáculo
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Nesta tese investigamos como incidia a tributação sobre os escravizados nas instituições fiscais existentes no Pernambuco da primeira metade do século XVIII, sem dissociá-la das formas tributárias aplicadas em outros espaços da América portuguesa e do Império. Demonstramos como a alfândega de Pernambuco foi administrada pela Provedoria da Fazenda e consequentemente pelo Provedor que atuava como juiz da Alfândega, o que a diferenciava, em termos de funcionamento, de outras capitanias. Defendemos a existência de um sistema fiscal moldável às conjunturas políticas e econômicas vividas pela Coroa portuguesa, bem como às realidades e experiências impostas ao escravismo no Novo Mundo. Havia um pluralismo jurídico que permitia a coexistência de diversas leis, ordens e alíquotas, próprias da lógica administrativa do Antigo Regime. Sem uma lógica única e padronizada, que só será implementada na segunda metade do século XVIII, em cada circunstância buscou-se encontrar uma forma de se realizar o “comércio das almas” sua tributação. Nesse período, o centro do império, em relação à tributação dos escravizados, situava-se na Bahia, onde atuavam os principais agentes de controle e fiscalização sobre esse comércio no Estado do Brasil. Tais mecanismos e aparatos fiscais serviram, portanto, como parâmetro de funcionamento para a alfândega de Pernambuco.
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PRISCILLA EMMANUELLE FORMIGA PEREIRA
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ECHOS DE UMA REVOLTA: PRAIEIRA, IDEIAS E ARENAS DE DISPUTAS PELO PODER NA PARAHYBA DO NORTE (1830-1860)
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Líder : CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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PAULO HENRIQUE FONTES CADENA
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SERIOJA RODRIGUES CORDEIRO MARIANO
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SUZANA CAVANI ROSAS
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VITORIA FERNANDA SCHETTINI
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Data: 27-ago-2021
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Resumen Espectáculo
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Ao investigarmos a participação da Paraíba do Norte na Revolta Praieira (1848-1849), nos deparamos com as especificidades da adesão dos liberais da cidade de Areia e a ideia de eco, ou seja, a repercussão do conflito nas disputas políticas locais. Deste modo, o objetivo principal desta tese é analisar a cultura política da elite provincial; tendo em vista as arenas/espaços de disputas pelo poder neste contexto. Apontamos quatro arenas onde as figuras políticas paraibanas atuavam, a primeira é propriamente a rua; o espaço da revolta, quando Areia vira palco do conflito armado. A segunda arena é a memória, local de profunda disputa pela verdade sobre os eventos. A terceira, a Assembleia Legislativa, que no contexto político era o mais alto nível de poder a ser ocupado na província, palco da atuação dos agentes políticos daqueles que ficaram conhecidos por “cabeças” da revolta. E, por último, que imprensa. Que possuiu um papel fundamental nas disputas partidárias que foram estabelecidas após a província ser imersa no conflito na cidade de Areia, sendo a principal voz deste eco da revolta na Paraíba. Pois, constatamos que o eco da revolta foi exposto justamente na intensa luta partidária que se instaurou meses após a conflagração do conflito em 21 de fevereiro de 1849 através do debate de dois jornais; O Reformista (1849-1850), que personifica a bandeira levantada pelos rebeldes praieiros em prol de reformas através de uma Assembleia Constituinte. E o Jornal Conservador; A Ordem (1849-1851) que surge em resposta direta aos liberais, assumindo a defesa do governo. Sendo assim, elaboramos em nosso exercício dois planos de questionamentos, o primeiro tendo em vista os agentes políticos e as arenas onde atuavam e o segundo plano, observar os principais ecos/repercussões da Revolta de Pernambuco na província paraibana. Sob estes aspectos, após análise da documentação em questão constatamos que quando se trata da repercussão da revolta na província, este eco será personificado no jornal liberal O Reformista, a partir do debate em torno de reformas e a Constituinte, herança direta do movimento dos praieiros.
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LEONARDO CARNEIRO VENTURA
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A trama dos sons: invenção e arquivo na fabricação de uma escuta do Nordeste (1910-1950)
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Líder : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ADALBERTO DE PAULA PARANHOS
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DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
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RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
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REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
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Data: 30-ago-2021
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Resumen Espectáculo
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Este trabalho trata da emergência de um dispositivo arquivístico sonoro pensado para reter o que seriam as dimensões sonora e musical da região Nordeste. Entrecruzando práticas discursivas oriundas do campo da imprensa, da literatura, dos estudos do folclore, da música, da poesia, ele investiga os fios de som acionados por determinados agentes na elaboração do que seria uma sonoridade e uma musicalidade nordestinas. Para tanto, propõe as noções de regime de audibilidade e cartografia auditiva. A primeira funciona para nomear o conjunto de imagens sonoras associadas, desde as primeiras décadas do século XX, ao espaço imaginado do Nordeste, assim como suas condições históricas de surgimento. A segunda cuida de identificar nas obras – acadêmica, literária, musical – de determinados autores, autoras e artistas, os traços de sonoridade e de musicalidade que operam para constituir o Nordeste enquanto território sonorizado, musicado. Este trabalho busca pensar a elaboração de um arquivo sonoro para o espaço nordestino, enquanto produto do enfrentamento do tempo, em especial, do advento da modernidade, por determinados grupos atuantes na sociedade brasileira naquele período. Leva em conta os movimentos aglutinantes de pessoas e ideias como o Regionalismo Tradicionalista, o Modernismo, ambos da década de 1920, além do Movimento Folclórico, de final da década de 1940. Segue o entrelaçamento de suas linhas até o surgimento de uma indústria fonográfica, com polos de produção nas cidades do Rio de Janeiro e Recife, além de perseguir outras práticas sonoras que contribuíram para cristalizar a ideia de uma música e um som do Nordeste, enquanto, ao mesmo tempo, excluía dela os corpos dos cantadores e cantadoras que, em primeiro lugar, os inspiraram.
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PRISCILLA DE SOUZA MARIANO E SILVA
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ENTRE A LEI E O COSTUME: MAGISTRADOS NA COMARCA DE PERNAMBUCO E AS SUAS RELAÇÕES COM OS PODERES LOCAIS ENTRE OS ANOS DE 1705 A 1808
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Líder : GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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VICTOR HUGO ABRIL
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GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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JEANNIE DA SILVA MENEZES
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ROMULO LUIZ XAVIER DO NASCIMENTO
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SUELY CREUSA CORDEIRO DE ALMEIDA
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Data: 30-ago-2021
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Resumen Espectáculo
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O principal objetivo deste trabalho é compreender como funcionava a administração da justiça letrada na comarca de Pernambuco durante o século XVIII. As nossas análises se concentram nos magistrados que ocupavam os lugares de juiz de fora e ouvidor, homens legitimados a dizer o direito e distribuir a justiça em nome do rei, em virtude do saber jurídico adquirido na Universidade de Coimbra. Em outras palavras, buscamos entender como esse saber jurídico era utilizado nos domínios da comarca de Pernambuco, enfatizando as redes e estratégias tecidas entre esses magistrados e membros das elites locais, e suas influências na prática da justiça desses juízes de fora e ouvidores. Diante dessa problemática, faz-se necessário entender como funcionava a educação, o sistema de nomeações e as carreiras na área da magistratura régia, além da dimensão da jurisdição desses bacharéis ao ocuparem os lugares de letras da capitania. Com isso, esperamos poder delinear as estratégias de negociação, a influência das redes de amizade ou de afiliação na distribuição da justiça letrada na comarca de Pernambuco durante o século XVIII.
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ESTEVAM HENRIQUE DOS SANTOS MACHADO
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ESCANDALOSAS NEGOCIAÇÕES: COMÉRCIO E COMERCIANTES ENTRE CAMINHOS E DESCAMINHOS NO OCASO DO PERÍODO COLONIAL EM PERNAMBUCO (1780-1808)
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Líder : GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ANGÉLICA DE VASCONCELOS SILVA MOREIRA SANTOS
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BRUNO KAWAI SOUTO MAIOR DE MELO
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FABIO KUHN
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GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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SUELY CREUSA CORDEIRO DE ALMEIDA
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Data: 29-sep-2021
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Resumen Espectáculo
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A presente tese doutoral pretende analisar a atuação socioeconômica dos membros da elite mercantil e riqueza na praça do Recife entre os anos de 1780 e 1808 objetivando compreender suas principais estratégias sociais utilizadas para obtenção de mando e prestígio, Tem por finalidade construir uma história social dos comerciantes recifenses no ocaso do século XVIII que ofereça sentido às suas ações sociais a partir da perspectiva de uma dimensão relacional de poder. De maneira geral, a presente tese corrobora uma linha interpretativa sobre a sociedade colonial em que se observa sociedade em que oferta e procura não determinavam perfeitamente as relações econômicas, a busca pela política como forma de alcance de objetivos econômicos, era uma característica importante das relações pessoais. Concluiu-se ao longo do trabalho a tendência desta elite mercantil à diversificação econômica e à verticalização dos empreendimentos, uma busca ainda existente por nobilitação, mesmo à despeito das flexibilidades existentes no final do século XVIII para a obtenção de hábitos das Ordens Militares ingresso no Santo Ofício, uma penetração na estrutura do Império Ultramarino Português a partir da obtenção de ofícios e a importância para as dinâmicas do comércio os agentes ocasionais.
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PAULO FILLIPY DE SOUZA CONTI
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COM IMPORTÂNCIA E ZELO PELO SERVIÇO RÉGIO: A TRAJETÓRIA DO BACHAREL JOÃO BERNARDO GONZAGA (c.1740 - c.1780).
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Líder : ROMULO LUIZ XAVIER DO NASCIMENTO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ISABELE DE MATOS PEREIRA DE MELLO
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GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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JEANNIE DA SILVA MENEZES
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ROMULO LUIZ XAVIER DO NASCIMENTO
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SUELY CREUSA CORDEIRO DE ALMEIDA
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Data: 11-oct-2021
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Resumen Espectáculo
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A tese busca entender os desafios e estratégias para a construção de uma carreira como magistrado da monarquia portuguesa. Apresentamos a trajetória de um funcionário que, além da formação necessária para ingressar no serviço, precisou criar mecanismos para a sua manutenção nos quadros da Justiça, o bacharel João Bernardo Gonzaga. Entre os anos de 1737 e 1798, o personagem esteve por poucos momentos fora do exercício de um ofício régio. E a sua trajetória nos mostra como uma visão extremamente tecnicista, baseada em argumentos como “carreira universitária” e “erudição no mundo das leis”, são insuficientes para entender as diferentes características do seu tempo de serviço e de tantos outros profissionais em posições correlatas. Ao respeitar a plasticidade entre os caminhos do personagem estruturante da tese e do grupo auxiliar de análise (utilizado para potencializar as análises sobre a leitura dos bacharéis e a inserção no serviço), esperamos revelar traços comuns quanto à prática desses sujeitos quando investidos da autoridade conferida por um lugar de letras. Discussão presente na primeira parte da tese. Dentro da mesma perspectiva, são consideradas as vinculações pessoais e familiares e, sobremaneira, a capacidade de cada profissional, após a inserção no serviço, de manter uma comunicação política competente com os seus superiores. Na segunda parte do texto, dedicamo-nos à característica mais marcante da trajetória de João Bernardo Gonzaga: a experiência ultramarina. Em Pernambuco, foi ouvidor-geral e primeiro-ministro da Mesa da Inspeção do Tabaco e Açúcar. Na Bahia, esteve à frente da Mesa da Inspeção e da Intendência Geral do Ouro, com o status de desembargador e promessa de banco na Relação do Porto. Assim, diante de eventos concretos, podemos explorar diferentes meandros da função de dizer o direito em nome do rei. Finalmente, na terceira e última parte da tese, ao analisar aspectos dos pedidos de mercê feitos pelo personagem, propomos a consideração de mais um fator para a manutenção dos magistrados nas carreiras da Justiça: a construção de uma comunicação competente. Competência verificada através do reconhecimento do lugar ocupado por cada um dos lados na comunicação e do modelo argumentativo utilizado. O que apesar de ser colocado como referência direta ao sujeito analisado, também pode servir como perspectiva analítica para outros oficiais régios.
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TÉRCIO DE LIMA AMARAL
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O INTELECTUAL SUJEITADO E RELACIONAL: UMA BIOGRAFIA INTELECTUAL DE MAURO MOTA (1908-1984)
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Líder : FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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TIAGO DA SILVA CESAR
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ANTONIO JORGE DE SIQUEIRA
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CARLOS ANDRE SILVA DE MOURA
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DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
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FLAVIO JOSE GOMES CABRAL
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ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN
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Data: 27-oct-2021
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Resumen Espectáculo
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Esta tese é uma biografia intelectual sobre o poeta, jornalista, geógrafo e gestor cultural Mauro Ramos da Motta e Albuquerque, mais conhecido como Mauro Mota. Nascido no início do século 20 na capital pernambucana, ele passou parte da juventude no município de Nazaré da Mata, no interior do estado, e mais tarde formou-se na Faculdade de Direito do Recife, em 1937. Com a carência de cursos na área de ciências humanas e sociais no período, assim como outros intelectuais de sua época, não exerceu a carreira jurídica e trilhou sua vida profissional a partir das redações dos jornais impressos. Iniciou a carreira no jornal Diario da Manhã, em 1935, ligado a família do governador Carlos de Lima Cavalcanti. Posteriormente, em 1941, ele foi contratado pelo Diario de Pernambuco, dos Diários Associados, onde consolidou sua carreira como editor de um suplemento literário bastante influente na região Nordeste, colunista e diretor da empresa. Nossa tese analisa, além de sua importância para o jornalismo, a obra intelectual, as redes de relacionamento e participação dele em instituições de caráter científico e cultural, como a Academia Brasileira de Letras e o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Desenvolvemos este trabalho sobre Mauro Mota a partir de dois eixos téoricos proporcionados pelo debate de filósofos como Judith Butler e Vladimir Safatle: a construção da identidade sujeitada e relacional. Por meio de sua relação com o sociólogo Gilberto Freyre, tratamos a dependência e subordinação àquele que foi o principal nome das ciências sociais e humanas de Pernambuco no século 20. Mauro construiu sua identidade pública sob a sombra da obra freyriana, além de cumprir ordens, caprichos e copiar traços da obra do sociólogo seus trabalhos jornalísticos e científicos. Essa relação lhe proporcionou ganhos expressivos, mas veio, muitas vezes, acompanhada de um alto preço, como a aliança com o Golpe de 1964. Já o aspecto relacional defendido nesse trabalho se apresenta por meio das relações – estratégicas e mesmo afetivas – travadas por Mauro Mota ao longo da vida, como a com o crítico Álvaro Lins, amigo de infância, e intelectuais que orbitavam dentro da esfera do suplemento literário. Mauro Mota foi um dos principais nomes da intelectualidade pernambucana no período e a análise de sua obra intelectual, bem como as práticas relacionais em torno dela, é de fundamental importância para entendermos a trajetória e o legado de uma geração que foi atuante e influente até meados da década de 1980 em Pernambuco.
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ROSELY TAVARES DE SOUZA
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O CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE CULTURA EM PERNAMBUCO (1975-1988)
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Líder : ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CARLOS SANDRONI
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CLÁUDIA ENGLER CURY
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EMANUELA SOUSA RIBEIRO
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ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN
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REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
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Data: 29-oct-2021
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Resumen Espectáculo
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O estudo aborda as políticas públicas de cultura desenvolvidas no Conselho Estadual de Cultura-CEC, em Pernambuco, entre 1975 a 1979. O recorte temporal justifica-se porque nesse período instituições culturais foram criadas ou reformuladas com o objetivo de elaborar políticas públicas e efetivar ações para o setor cultural. Evidenciamos no desenvolvimento desse processo os múltiplos interesses individuais e coletivos, visões de mundo e ideais de curto ou longo prazo para cultura em âmbito nacional de maneira geral e, em Pernambuco, de modo particular. Nesse sentido, detalhamos as modalidades de atuação do conselho estadual, pois a instituição se apresentou como um lugar privilegiado para se estudar as características da vida política no setor cultural experienciadas pelos conselheiros representantes do CEC. O objetivo dessa tese é compreender quais políticas públicas para a cultura foram elaboradas pelos conselheiros do CEC, por meio da instituição. Além disso, objetivamos mapear quem foram esses conselheiros, suas relações sociais, institucionais, afetivas e, por fim, como o órgão estabeleceu articulações em âmbito nacional com as demais instituições culturais criadas no período. Assim, metodologicamente, analisamos os documentos produzidos na instituição, o principal deles, as Atas das reuniões. Para cotejar com essa fonte, investigamos os jornais: Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Diário da Manhã e Diário da Noite, além do Boletim trimestral do Conselho Federal de Cultura e o texto final do Plano Nacional de Cultura. Como resultados, esse estudo nos possibilitou compreender sobre a não existência de fato, de uma política cultural e uma política pública cultural pronta e acabada em Pernambuco, mas que esteve em permanente construção ao longo dos anos, fruto de muita articulação pessoal e prestígio, desses “homens de cultura” ao quais gozavam os conselheiros, sobretudo o presidente do CEC, Gilberto Freyre. Somado a isso, a centralidade do sociólogo no processo de elaboração das políticas públicas de cultura à frente do CEC foi de grande relevância para articulação no constructo da política cultural nacional. Consideramos, por fim, que este estudo contribuiu para anunciar novas problemáticas, abrindo novas frentes de investigação referente ao tema tais como: a disputa da Casa da Cultura como um importante espaço cultural na cidade do Recife; as relações de sociabilidades efetivadas pelos conselheiros, e a centralidade do patrimônio cultural para a política cultural em Pernambuco que tomou corpo nos anos 1980. Visto que ainda consta no acervo do conselho uma farta documentação inexplorada, a dispor para novas pesquisas sobre o tema, nesse grande mosaico, os bastidores da política pública cultural em Pernambuco na segunda metade do século XX.
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JANINE PRIMO CARVALHO DE MENESES
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MEMÓRIA E HISTÓRIA NO DIREITO À TERRA QUILOMBOLA: O TIMBÓ DE JOSÉ VICTORINO DA CONCEIÇÃO ANCHIETA - GARANHUNS, PE (SÉC. XIX - TEMPO PRESENTE)
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Líder : ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CIBELE BARBOSA DA SILVA ANDRADE
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ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN
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JOSE BENTO ROSA DA SILVA
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LUIZA NASCIMENTO DOS REIS
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MARIA EMILIA VASCONCELOS DOS SANTOS
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Data: 16-nov-2021
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Resumen Espectáculo
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A memória das Comunidades Remanescentes de Quilombo no Brasil é fonte basilar para o conhecimento histórico das mesmas e efetivação de seus direitos. O século XX foi marcado pela reivindicação do direito à terra quilombola, sendo este conquistado com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e o Decreto 4887 de 2003, quando terras quilombolas passam a ser tituladas coletivamente. A memória do Timbó perpassou os mais de duzentos anos desde a aquisição desta propriedade na segunda década do século XIX, fundamentando a delimitação e demarcação de suas terras enquanto Comunidade Remanescente de Quilombo do Timbó. Contudo, em seu Relatório Técnico de Identificação e Delimitação produzido pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária, não constam documentos manuscritos contemporâneos ao fundador do Timbó, tornando este o intuito da presente tese, contribuir com o conhecimento histórico desta comunidade. Esta pesquisa identificou inventários, papéis de compra e venda de terras, títulos de terras, bem como processos judiciais, documentos encontrados no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano e no Memorial da Justiça, que dialogaram com a memória de José Victorino da Conceição Anchieta, o fundador mítico da comunidade do Timbó. Pôde-se, deste modo, revisitar o lugar de escravizado angolano fugido conferido a esta personalidade histórica, que assume um novo lugar, o de um comprador de terras e senhor de riquezas. Conjuntamente à posição sócio histórica de José Victorino, o presente trabalho discute a simbologia de Zumbi dos Palmares como ícone de luta quilombola e apropriação histórica desta personagem em narrativas memoriais do Timbó.
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ADAUTO GUEDES NETO
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JOSÉ COMBLIN, PADRE DA AMÉRICA LATINA EM TEMPOS DE DITADURAS: PROTESTO DA VERDADEIRA ANGÚSTIA NO PENSAR-FAZER UM NOVO JEITO DE SER IGREJA (1968-1980)
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Líder : CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ALZIRINHA ROCHA DE SOUZA
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CARLOS ALBERTO CUNHA MIRANDA
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JOSE ADILSON FILHO
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MARIA DO SOCORRO DE ABREU E LIMA
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MARLUZA MARQUES HARRES
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Data: 30-nov-2021
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Resumen Espectáculo
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Este trabalho de tese analisa a trajetória do padre e teólogo José Comblin na América Latina a partir da sua atuação por um novo jeito de ser Igreja, especialmente entre o Brasil e o Chile em tempos de ditadura militar. Tendo como perspectiva teórica e metodológica os estudos que através do sujeito compreende o contexto histórico ao qual este está inserido e que por ele transita, o objetivo do trabalho em tela é identificar as propostas lançadas por José Comblin para a Igreja Católica latino-americana, mas sobretudo os impactos de tais ideias, a reação conservadora Católica e dos governos ditatoriais responsáveis por sua expulsão do Brasil em 1972 e do Chile em 1980. Neste sentido, a referida tese oferece contribuições para a discussão de dimensão político-religiosa, no sentido de apontar a perspectiva de atuação do clero progressista na América Latina, sobretudo no âmbito do Nordeste brasileiro e no Chile, ao passo que, ainda existam lacunas a preencher para compreender o processo que culminou com as suas expulsões do Brasil e do Chile. Para tanto, apoiamo-nos num amplo corpus documental, dentre os quais, destacamos suas correspondências, os arquivos da repressão brasileira: prontuários, informações, pedidos de buscas, relatórios, telegramas e históricos da sua trajetória que, compõem o acervo do Arquivo Nacional do Brasil, bem como as fontes disponíveis no DOPS-PE, no Centro de Pesquisa e Documentação José Comblin – UNICAP, Memorial Raimundo Nonato e no Centro de Formação Missionária-PB. Desse modo, tendo em vista a plausibilidade que as fontes e o método histórico-crítico nos forecem, bem como a originalidade que a presente pesquisa oferece, buscamos traçar as diferentes nuances que envolveram a trajetória do padre belga erradicado na América Latina, por um novo jeito de ser Igreja em tempos de ditaduras.
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JOANA MARIA LUCENA DE ARAUJO
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TRABALHADORES RURAIS E A JUSTIÇA DO TRABALHO: A LUTA POR DIREITOS ATRAVÉS DOS PROCESSOS TRABALHISTAS DA JUNTA DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO DE NAZARÉ DA MATA (1963-1979)
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Líder : REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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MARCUS AJURUAM DE OLIVEIRA DEZEMONE
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CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
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PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
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SAMUEL CARVALHEIRA DE MAUPEOU
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Data: 03-dic-2021
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Resumen Espectáculo
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Este trabalho tem por objetivo investigar como os direitos trabalhistas impactaram as relações de trabalho na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Concentramos nossas análises no período de tempo que vai de 1963 a 1979. Esse intervalo foi importante porque acompanhamos os desdobramentos da aprovação e da aplicação do Estatuto do Trabalhador Rural (ETR), bem como as posteriores reformas na legislação trabalhista proposta pelos governos militares. A década de 1970 foi emblemática pois, entre 1965 e 1979, foram adotadas as mais importantes políticas governamentais voltadas ao campo brasileiro. Estas políticas propuseram, entre outras medidas, os projetos de colonização como alternativa à Reforma Agrária. Além disso, em 1971 houve a implantação do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRORURAL) que travava da Previdência dos trabalhadores rurais. A documentação privilegiada nesse trabalho são os processos trabalhistas da Junta de Conciliação e Julgamento de Nazaré da Mata. Nesses documentos, encontramos registros e histórias de trabalhadores, tanto rurais quanto urbanos, que vivenciaram mudanças expressivas no cenário social, político e econômico brasileiro. Desde a aprovação da CLT até a mudança do regime democrático da ditadura militar (1964 a 1985). As caixas alinhadas nas prateleiras, divididas por ano e município, dão a impressão de que, seja qual for o momento, havia processos e portanto uma justiça atuante.
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ARTHUR GUSTAVO LIRA DO NASCIMENTO
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O NORDESTE E AS IMAGENS: O CINEMA DOCUMENTAL DO INSTITUTO JOAQUIM NABUCO DE PESQUISAS SOCIAIS (1960-1979)
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Líder : FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CLAUDIO ROBERTO DE ARAUJO BEZERRA
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FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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IZABEL DE FÁTIMA CRUZ MELO
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PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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PAULO CARNEIRO DA CUNHA FILHO
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Data: 21-dic-2021
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Resumen Espectáculo
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Esta tese analisa a relação entre o cinema documental e o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (IJNPS), no modo como emergiu dentro das ciências sociais e da cinematografia brasileira um conjunto de imagens sobre o Nordeste. O IJNPS foi um órgão federal criado por iniciativa do sociólogo Gilberto Freyre em 1949 e sediado no Recife. A instituição assumiu um importante papel no apoio e financiamento às produções cinematográficas que convergiam com a proposta da pesquisa social produzida pela casa. Tornou-se um espaço de circulação e debates entre cientistas e cinegrafistas. Através dessas relações, constroem-se representações sobre o Nordeste que evidenciam as transformações políticas e culturais no país. Durante a direção executiva de Mauro Mota (1956-1970) e Fernando Freyre (1970-1979), o IJNPS realizou ações importantes sobre o gênero documental, como a produção dos filmes Aruanda (1960), O Cajueiro Nordestino (1962), A cabra na região semi-árida (1966) e Cultura Marginal Brasileira (1975). Além de uma série de eventos destinados a pensar e debater o documentário, a exemplo da realização, na década de 1970, das três edições da Mostra e Simpósio do Filme Documental Brasileiro. Estas iniciativas culminaram na construção de um próprio setor cinematográfico na instituição, hoje denominada Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Identifica-se, assim, a importância do IJNPS no fortalecimento do documentário nacional e as condições históricas de desenvolvimento do gênero como um agente da pesquisa e reflexão social. A partir da História Cultural do Cinema, consideramos além das questões estéticas, suas representações, os aspectos de produção, fomento, trajetórias dos cineastas e seus significados para a História.
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PATRÍCIA MARCIANO DE ASSIS
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ADMINISTRANDO A (IN)SEGURANÇA: EXPERIÊNCIAS DE CONFLITO E NEGOCIAÇÃO DA CHEFATURA DE POLÍCIA NA SOCIEDADE OITOCENTISTA CEARENSE
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Líder : SUZANA CAVANI ROSAS
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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FRANCISCO LINHARES FONTELES NETO
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MARCOS LUIZ BRETAS DA FONSECA
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SUZANA CAVANI ROSAS
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WELLINGTON BARBOSA DA SILVA
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Data: 22-dic-2021
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Resumen Espectáculo
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Essa tese tem como objeto de estudo a relação da Chefatura de Polícia com a administração da segurança/insegurança na província do Ceará, buscando compreender como os seus componentes participaram do processo de centralização do poder público na sociedade cearense oitocentista. A nossa hipótese é de que esta instituição serviu como parte desse processo, implementado pelo Estado imperial a partir da década de 1840, atuando na administração policial e inserindo-se em disputas de poder local ou negociação conforme as experiências dos sujeitos envolvidos. Para tanto, além da discussão bibliográfica com autores da História da Polícia e do Estado imperial e do uso do aporte da História Social, utilizamos quatro tipos de fontes principais: ofícios e relatórios da Chefatura de Polícia, relatórios dos presidentes da província apresentados na Assembleia Provincial, leis imperiais e jornais (entre outras). A Chefatura de Polícia foi elaborada como proposta nacional a partir da reforma do Código do Processo Criminal de 1841, que criou os cargos de chefes de polícia, delegados e subdelegados, atribuindo-os funções policiais antes realizadas pelos juízes de paz, tendo uma estrutura hierárquica que tinha no chefe de polícia a figura central da administração policial na província e cujo trabalho era direcionado para a manutenção da ordem, segurança e tranquilidade pública nos locais de sua atuação (BRASIL. Lei no 261, de 03 de dezembro de 1841). Atribuições com as quais permaneceu até 1871, quando, por ocasião da segunda reforma, passaram a ser melhor delimitados os trabalhos jurídico-policiais, restringindo o poder judicial das autoridades policiais apenas ao “julgamento da infracção dos termos de segurança e bem viver” (BRASIL. Lei no 2.033, de 20 de setembro de 1871). A partir dela foi possível não só refletir sobre o trabalho desempenhado pelos policiais em torno das ideias de ordem e segurança, enquanto construções sociais que foram agenciadas por distintos sujeitos nos âmbitos local, provincial e nacional, mas também como ela foi uma das instituições imperiais que influenciaram mais diretamente a política de segurança do período, sobretudo quando observamos a relação entre Estado, polícia e sociedade no século XIX.
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