|
Disertaciones |
|
1
|
-
OSMAR HENRIQUE DOS SANTOS JUNIOR
-
EFEITOS DA MANIPULAÇÃO SEROTONINÉRGICA NO HIPOTÁLAMO E TRONCO ENCEFÁLICO DE ANIMAIS SUPERNUTRIDOS NA LACTAÇÃO
-
Líder : CLAUDIA JACQUES LAGRANHA
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
DAYANE APARECIDA GOMES
-
SEVERINA CASSIA DE ANDRADE SILVA
-
THAYNAN RAQUEL DOS PRAZERES OLIVEIRA
-
Data: 06-feb-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
Fatores comportamentais como o estilo de vida e um maior consumo alimentar, que causem maior ingestão calórica com diminuição do gasto energético, são fatores que podem desencadear a supernutrição. Um aumento no consumo alimentar (porções grandes ou mesmo grande número de porções) é capaz de alterar o metabolismo energético, ocasionando em sobrepeso e obesidade. Dados na literatura mostram que tanto o sobrepeso como a obesidade causam desequilíbrio homeostático celular podendo levar ao estresse oxidativo e consequente dano celular. O presente estudo tem como objetivo avaliar no tronco encefálico e hipotálamo os efeitos imediatos da supernutrição na lactação e da manipulação serotoninérgica sobre a função mitocondrial, balanço oxidativo e expressão gênica. Para nosso estudo utilizamos ratos da linhagem Wistar. 24h após o nascimento da prole todas as mães tiveram sua ninhada padronizada para 9 filhotes. No 3° dia de vida foi realizado a redução de ninhada onde os grupos foram divididos em normonutridos, mantendo um n=9 de filhotes por ninhada e o grupo supernutridos onde reduzimos para n=3 de filhotes por ninhada. O grupo supernutrido foi então subdividido em grupo veículo (Grupo Supernutrido+Salina-SS) e grupo tratado (Grupo Supernutrido+ Fluoxetina-SFx), da mesma forma o Grupo Normonutrido subdividido em grupo veículo
(Grupo Normonutrido+Salina-NS) e o grupo tratado (Grupo Normonutrido+Fluoxetina- NFx), a manipulação serotoninérgica se manteve até 21 dias de vida (3o ao 21o dia de
vida). Aos 22 dias de vida os animais foram eutanasiados para análises bioquímicas. No tronco encefálico nossos resultados mostram um aumento nos níveis de peroxidação lipídica, através dos níveis de malondialdeido (MDA) no grupo supernutrido, quando comparado ao normonutrido (p=0,0204) e redução na atividade da SOD (p=0,03). Analisando os efeitos da fluoxetina na supernutrição, verificamos aumento das enzimas antioxidante SOD (p=0,006), CAT (p=0,0041) e GST (p=0,015), os níveis de sulfidrilas foram reduzidos no normonutrido Fluoxetina (p=0,044) e aumentados no supernutrido fluoxetina (p=0,03) quando comparados aos seus controles. Houve um aumento na expressão gênica nos animais super fluoxetina na tirosina hidroxilase e BDNF no tronco encefálico (p=0,03; p=0,01), a expressão de mRNA to transportador SERT, foi aumentada nos animais normonutridos fluoxetina (p=0,006). Ao analisarmos o consequencias da supernutrição e tratamento com fluoxetina ou salina no hipotálamo, foi observado diminuição da peroxidação lipídica nos animais supernutridos fluoxetina (p=0,01), um aumento nos níveis de tióis totais (p=0,008) e maior expressão de mRNA de TPH2, TH, BDNF (p=0,02; p=0,02; p=0,03), a expressão de SERT foi diminuída no grupo supernutrido fluoxetina e mais expressão em seu controle (p=0,01).
|
|
2
|
-
LÍVIO PEREIRA DE MACÊDO
-
AVALIAÇÃO DO NÍVEL SÉRICO DE VITAMINA D EM INDIVÍDUOS COM HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA ANEURISMÁTICA VIVENDO ENTRE OS TRÓPICOS
-
Líder : HILDO ROCHA CIRNE DE AZEVEDO FILHO
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
MARIA DE FATIMA VIANA VASCO ARAGAO
-
DAYANE APARECIDA GOMES
-
FRANCISCO ALFREDO BANDEIRA E FARIAS
-
Data: 19-feb-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
A hemorragia subaracnoidea (HSA) não traumática corresponde a cerca de 3-5% dos acidentes vasculares agudos, situação que traz grandes impactos não apenas para a saúde do indivíduo, mas também influencia no sistema socioeconômico do entorno. A principal causa de HSA não traumática é a aneurismática. Nesse contexto, é amplamente explorado o grande espectro de influência extra-esquelética do metabolismo da vitamina D, bem como estudos quanto ao seu impacto no sistema cardiovascular, incluindo a formação e ruptura de aneurismas cerebrais. Objetivos: Avaliar o nível de vitamina D sérica em pacientes vivendo em zona tropical que sofreram hemorragia subaracnoideia aneurismática e sua correlação com as características demográficas e neurológicas. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico de corte-transversal para avaliar o nível sérico da vitamina D em uma população de estudo de 99 pacientes atendidos e diagnosticados com HSA em um hospital público de Recife- PE em um período de 11 meses. Resultados: Na amostra de estudo, composta por indivíduos com alta exposição solar devido ao estilo de vida que levam em região tropical, observamos insuficiência de vitamina D (85,9%), com mediana de 19,9 ng/ml, embora a maioria dos indivíduos sejam de pele com alta concentração de melanina fototipo IV e V, 39,4 % e 17,2% respectivamente. Além disso, são altas as taxas de exposição solar (IS 9,03 P50). A maioria dos indivíduos foram do sexo feminino (79,8%); não houve diferença estatística quanto ao índice solar entre os sexos. Quanto as repercussões neurológicas, não houve relevância estatística nas escalas clínicas de prognóstico avaliadas. Discussão: Como a amostra foi composta principalmente por indivíduos que tem como atividade econômica a agricultura, os valores de índice solar constatado são amplamente superiores a de outros estudos conduzidos em regiões de alta latitude. Em consoante com a revisão literária, alguns aspectos foram levantados com o objetivo de justificar tais achados que perpassam desde base da alimentação pobre desses indivíduos, o aumento de melanina na pele e alterações genéticas que nos direciona para possíveis mecanismos de fotoproteção natural as altas exposições solares verificadas. Sendo assim, tivemos ampla maioria (85%) de insuficiência de vitamina D o que de fato nos faz indagar a possibilidade de existir alguma influência do calcitriol nos receptores da vitamina D (VDR) nas paredes
vasculares e no sistema cardiovascular como um todo, que influenciem em eventos hemorrágicos desta natureza. Já com relação às repercussões neurológicas, mensuradas através de escalas de avaliação (escala de coma de Glasgow, WFNS, Hunt-Hess e escala tomográfica de Fisher) não houve diferença significativa dos resultados. Conclusão: Por se tratar apenas de um estudo descritivo, a relação causal dos fatos não pode ser estabelecida. A despeito disso, é relevante o fato de que em uma população exposta a uma alta exposição solar e acometida por HSA aneurismática apresente uma taxa significativa de insuficiência de vitamina D. Portanto, endossa as teorias de que a influência dessas moléculas derivadas do 7- deidrocolesterol podem ter um papel importante na fisiopatologia de patologias vasculares, como o aneurisma cerebral e a HSA.
|
|
3
|
-
KAROLLAINY GOMES DA SILVA
-
A RELAÇÃO ENTRE A INTERVENÇÃO SENSÓRIO-COGNITIVO- MOTORA E A SAÚDE MENTAL, COGNIÇÃO, ACHADOS CARDIOMETABÓLICOS, ANTROPOMÉTRICOS E COORDENAÇÃO MOTORA EM CRIANÇAS COM SOBREPESO/OBESIDADE DE ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE.
-
Líder : SANDRA LOPES DE SOUZA
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
DANIEL DA ROCHA QUEIROZ
-
DEBORAH MARQUES DE OLIVEIRA
-
ROSANA CHRISTINE CAVALCANTI XIMENES
-
Data: 28-feb-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
Nas últimas décadas, o aumento crescente do sobrepeso e obesidade vem se tornando um problema em diferentes países, vindo a ser considerado um problema de saúde pública mundial. O aumento no risco do desenvolvimento do sobrepeso e obesidade possui relação com fatores ambientais, genéticos e socioeconômicos. Perturbações de processos biológicos durante períodos sensíveis do desenvolvimento produzem um aumento do risco de desenvolvimento do sobrepeso e obesidade infantil. Além de comprometimentos cognitivos e motores, crianças com sobrepeso e obesidade possuem uma tendência ao desenvolvimento de altas taxas de doenças mentais. Os exergames promovem uma combinação de estímulos visuais, auditivos, motores e atencionais, fornecendo impactos benéficos a variáveis físicas, cognitivas e psicossociais. Dessa forma, objetiva-se investigar o efeito a médio prazo dos exergames sobre aspectos cognitivos, motores e achados cardiometabólicos em crianças com sobrepeso ou obesidade. Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, no qual estão sendo coletadas informações sociodemográficas, de composição corporal, de aspectos cognitivos e neuromotores, alimentares e cardiometabólicas, além da relação entre a intervenção com a RV e esses parâmetros. Até o momento, foram analisadas 90 crianças com faixa etária de maior frequência entre 7 e 9 anos e 11 meses. Além disso, a maior parte das crianças avaliadas 32 (64%) eram declaradas pardas. A maior parte 49 (55,68%) das crianças possuem estado nutricional eutrófico, porém 9 (10,22%) e 12 (13,63%) apresentam sobrepeso e obesidade e 20 (42,55%) crianças apresentaram uma presença sugestiva de alterações cognitivas. A ingestão de alimentos in natura e minimamente processados apresentou um menor consumo. Na força de preensão manual, a maior parte das crianças 65 (79,26%) apresentaram classificação fraca, e 27(65,85%) fraca para MMII. No desempenho motor, 59 (67,81%) crianças atingiram quociente motor entre 86 e 115 pontos no score do teste KTK, que significa classificação normal. As análises bioquímicas de 34 crianças foram analisadas até o atual momento, 94,11% (32) ,76,47% (26) e 70,58% (24) estavam com níveis desejáveis do colesterol HDL, LDL e triglicerídeos.
|
|
4
|
-
CRISTINE ZELAQUETT DE SOUZA
-
BIÓPSIA VIRTUAL USANDO RADIÔMICA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA AVALIAÇÃO DE GLIOMAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
-
Líder : PAULA REJANE BESERRA DINIZ
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
DAYANE APARECIDA GOMES
-
MARCELO MORAES VALENCA
-
WELLINGTON PINHEIRO DOS SANTOS
-
Data: 25-mar-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
Radiômica é uma abordagem avançada de análise de imagens médicas que envolve a extração quantitativa de um grande número de características das imagens, com o objetivo de capturar informações minuciosas e não visíveis a olho nu. Essas características podem abranger padrões de textura, formas, intensidades e outras propriedades dos pixels ou voxels nas imagens médicas, como tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas (RM) e PET(ABDEL RAZEK et al., 2021). Os gliomas são tumores primários originários das células da glia e representam cerca de 27% de todos os tumores do sistema nervoso central (SNC) (OSTROM et al., 2018). A atualização da classificação de tumores do SNC pela OMS 202, destaca grandes mudanças que avançam o papel do diagnóstico molecular, atrelado a outras abordagens já estabelecidas como histologia e imuno-histoquímica. O objetivo do trabalho é investigar o desempenho da análise quantitativa baseada em radiômica em imagens de ressonância magnética, mais especificamente T1 pós-contraste e difusão na região tumoral, para predição da diferenciação dos tumores gliais de alto e baixo grau. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e retrospectivo, baseado em análise dos registros anátomo-patológicos e de imagens de RM de pacientes operados em um hospital terciário, atendidos entre 2019 a 2022, que obedeceram os critérios de seleção da amostra. Os dados de imagem das regiões tumorais serão segmentados manualmente. Um conjunto de características serão extraídas a partir de uma sequência T13D pós contraste usando o software 3D Slicer. Todos os tumores serão divididos em coortes de treinamento e validação aleatoriamente para estabelecer modelos para prever a presença de células malignas de gliomas de baixo e alto grau. Analisando os resultados histopatológicos, foram resgatados 285 pacientes com gliomas, dos quais 177 pacientes eram do sexo masculino (62%) e 108 do sexo feminino (38%). A idade média foi de 44,8 anos, com desvio-padrao de 18,75 anos e media ̃ na de 50,0 anos. Entre os gliomas, 165 (57,8%) eram glioblastomas, 38(13,3%) astrocitomas, 24 (8,4%) astrocitomas pilocíticos, 14 (4,9%) ependimomas, 13 (4,5%) oligodendrogliomas, 3 (1,05%) astrocitomas de células subependimárias, 1(0,35%) xantoastrocitoma e 27 (9,4%) gliomas de subtipo não especificado. Foram segmentados gliomas do SNC para análise radiômica, até o momento foi realizado extração de caracteres de 100% do total da amostra. A próxima etapa será a mineração dos recursos extraídos das imagens tumorais.
|
|
5
|
-
ANA LUCIA CRISPIM DE FARIAS
-
VIVÊNCIAS ADVERSAS NA INFÂNCIA RELACIONADAS AO PADRÃO DE CONSUMO DE ÁLCOOL ENTRE UNIVERSITÁRIOS
-
Líder : MURILO DUARTE DA COSTA LIMA
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
DAYANE APARECIDA GOMES
-
FELICIALLE PEREIRA DA SILVA
-
SANDRA LOPES DE SOUZA
-
Data: 05-abr-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
As experiências adversas na infância podem ser um fator predisponente para o consumo de álcool na idade adulta. O estudo teve como objetivo analisar as vivências adversas na infância relacionadas ao padrão de consumo de álcool entre universitários; identificar as vivências adversas na infância entre universitários; verificar o padrão de consumo de álcool entre os universitários; relacionar as vivências adversas na infância e o padrão de consumo de álcool entre os universitários. Tratou-se de um estudo observacional, transversal, analítico com abordagem quantitativa, realizado com 337 universitários do primeiro ao quarto ano do curso de medicina da Universidade Federal de Pernambuco no intervalo de junho a agosto de 2023, através da aplicação do Questionário Internacional de Experiências Adversas na Infância (ACE-IQ) e do Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT). Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, subsidiada pela Teoria da Origem Desenvolvimentista da Saúde e da Doença (DOHaD). Os resultados mostraram uma mediana de 21 anos, com predomínio de homens (52,2%), brancos (53,7%), estudantes (97%) e solteiros (99,1%).A análise do ACE-IQ evidenciou 306 (90,8%) universitários com múltiplas adversidades na infância, com predomínio de convivência com membro da família (mãe) tratado com violência (70,3%), abuso emocional (68,0%), assédio moral (66,8%), violência comunitária (56,1%), abuso físico (48,4%) e separação dos pais/divórcio ou morte (37,1%). Nas mulheres, o abuso sexual foi maior em relação aos homens e estes mostraram um percentual maior em relação a elas de assédio moral; negligência física; violência comunitária; convívio com abusador de álcool e/ou drogas no domicílio; com alguém cronicamente deprimido/mentalmente doente/institucionalizado ou suicida. O AUDIT mostrou 271 (80,4%) universitários com uso de baixo risco. No entanto, 251 (74,5%) consumiam bebidas alcóolicas, 69 (20,5%) referiram consumo de cinco ou mais doses num dia comum e 37 (11,0%) consumo excessivo pelo menos uma vez por mês. Os homens apresentaram um padrão de uso de risco mais elevado. Ademais, o percentual dos universitários com padrão de uso de risco foi maior entre os que sofreram separação dos pais/divórcio ou morte. Negligência emocional, separação dos pais/divórcio ou morte e abuso físico aumentaram as chances de consumo de álcool em maior quantidade. Os dados sinalizam a importância de investigar as vivências adversas na infância e o consumo do álcool de forma específica com a finalidade de realizar intervenções clínicas precoces.
|
|
6
|
-
EULÁLIA REBECA DA SILVA ARAÚJO
-
NUTRIÇÃO E PLASTICIDADE FENOTÍPICA: eventuais efeitos do tratamento crônico com diferentes doses de riboflavina sobre o desenvolvimento sensório-motor e somático em ratos neonatos
-
Líder : RAUL MANHAES DE CASTRO
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
BELMIRA LARA DA SILVEIRA ANDRADE DA COSTA
-
LUIZ ALBERTO REIS MATTOS JUNIOR
-
RODRIGO MELLO GOMES
-
Data: 24-may-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
A plasticidade do desenvolvimento explica os distintos percursos que podem tomar os eventos ocorridos durante o crescimento e desenvolvimento fisiológico. Destaca-se, nesse contexto, o envolvimento nutricional como fator de modulação do desenvolvimento neonatal, incluindo intervenções com polifenóis e vitaminas. A riboflavina (vitamina B2) é um micronutriente hidrossolúvel, envolvido no neurodesenvolvimento, homeostase energética e função mitocondrial. Este estudo avaliou os efeitos do tratamento crônico com diferentes doses de riboflavina sobre o desenvolvimento sensório-motor e somático em ratos neonatos. Para isso, 48 ratos machos da linhagem Wistar foram distribuídos em quatro grupos experimentais: Controle (C), Riboflavina 1 (R1), Riboflavina 2 (R2) e Riboflavina 3 (R3). Os animais foram, respectivamente, submetidos ao tratamento com 0 mg/kg, 1 mg/kg, 10 mg/kg e 100 mg/kg de riboflavina, em solução salina (10 μL/g), durante os 21 dias pós-natais. Durante esse período, o desenvolvimento sensório-motor e somático foram avaliados através da ontogênese de reflexos, maturação somática, evolução do peso corporal e caracterização murinométrica. Após o tratamento com riboflavina, os animais foram submetidos aos testes de atividade locomotora (P28), força muscular (P28) e coordenação motora (P35). Em P36, os ratos foram eutanasiados por decapitação e os seus tecidos foram coletados e pesados para avaliação ex vivo do índice hepatossomático e expressão gênica para função mitocondrial (PCR-RT). Como resultados, os reflexos de recuperação de decúbito (p<0,0001), colocação pelas vibrissas (p<0,0001), aversão ao precipício (p<0,0001), geotaxia negativa (p<0,01) e queda livre (p<0,05) foram acelerados para os animais R3. A abertura ocular (p<0,01), a erupção dos incisivos superiores (p<0,01) e a erupção dos incisivos inferiores (p<0,05) foram mais rápidas para os animais R3. Com relação ao desenvolvimento físico, o grupo R3 apresentou menor ganho de peso corporal em comparação ao grupo controle (p<0,05), mas acompanhado de um padrão de crescimento murinométrico relativo ao peso corporal para todos os eixos (p>0,05). A atividade locomotora em CatWalk apresentou números reduzidos de steps (p<0,05) e cadência
(p<0,01), o que sugere melhor desempenho locomotor para os animais R3. Em Campo aberto, o grupo R3 apresentou menor gasto energético médio, sugerindo eficiência metabólica durante o exercício (p<0,05). A força muscular, ademais, mostrou-se padronizada para os grupos (p>0,05), assim justificando os achados relacionados ao peso dos tecidos, incluindo músculos sóleo e EDL, que se mostraram semelhantes entre todos os animais (p>0,05). Todos os animais tratados com riboflavina apresentaram melhor coordenação motora (R1 e R2: p<0,05; R3: p<0,01). Por fim, o índice hepatossomático, que indica reservas energéticas de glicogênio hepático, esteve acentuado para o grupo R3 (p<0,05). Juntos, esses achados podem sugerir que a intervenção neonatal com riboflavina, especialmente em alta dose, estimula o desenvolvimento sensório-motor e somático a curto e longo prazo.
|
|
7
|
-
CAIO MATHEUS SANTOS DA SILVA CALADO
-
TRATAMENTO NEONATAL COM RESVERATROL EM RATOS SUBMETIDOS À PARALISIA CEREBRAL: repercussões comportamentais e no hipocampo
-
Líder : ANA ELISA TOSCANO MENESES DA SILVA CASTRO
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
HENRIQUE JOSÉ CAVALCANTI BEZERRA GOUVEIA
-
RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
-
ROSANA CHRISTINE CAVALCANTI XIMENES
-
Data: 30-jul-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
A paralisia cerebral (PC) é uma doença multifatorial do neurodesenvolvimento caracterizada por lesões e afecções como a hipóxia-isquemia ou o parto prematuro trazendo repercussões negativas no desenvolvimento motor e postural. No entanto, a injúria cerebral precoce pode promover efeitos deletérios em outras regiões do cérebro envolvidas na cognição, como o hipocampo, podendo prejudicar a formação de memórias e o comportamento emocional. Nesse contexto, o tratamento com o resveratrol é apontado como um agente terapêutico promissor nas sequelas da PC por possuir fortes propriedades antioxidantes anti-inflamatórias no cérebro. Por essa razão, esse estudo teve como objetivo investigar os efeitos do tratamento neonatal com resveratrol sobre a memória episódica, a neuroinflamação e a proliferação celular no hipocampo de ratos submetidos à PC. O projeto teve seu início após aprovação no comitê de Ética da Universidade Federal de Pernambuco (CEUA- 0082/2022). Foram utilizados 60 filhotes ratos machos Wistar que foram divididos em grupos experimentais de acordo com o modelo da PC e da manipulação farmacológica. O modelo da PC associou à anóxia perinatal (P0-P1) e a restrição sensório-motora das patas posteriores (P2-P28). Os animais foram tratados com resveratrol (10mg/kg, 0,1 ml/100g) ou salina (P3-P21). Os grupos foram formados aleatoriamente, sendo eles: CS (n=15), CR (n=15), PCS (n=15) e PCR (n=15). Após o término do tratamento, foram avaliados nos testes de reconhecimento do novo objeto (TRO), Labirinto em T, Caixa Claro-Escuro, Labirinto Elevado em Cruz (LEC) e foram eutanasiados no P29 para avaliação da expressão gênica e imuno-histoquímica para células Iba+ e BrdU+ do hipocampo. Em comparação com os animais do grupo de CS, os animais com PCS demonstraram um desempenho inferior nas tarefas de memória, demonstrando uma redução no índice de discriminação no TRO no P22 (p<0,0001) e no P27 (p<0,0001), e uma redução da alternância no labirinto em T (p<0,01). Além disso, os animais apresentaram traços comportamentais semelhantes à ansiedade através de um aumento no tempo de permanência no lado escuro da Caixa Claro Escuro no P22 (p<0,0001) e no P29 (p= 0,0117), e um aumento no tempo de permanência nos braços fechados do LEC (P<0,001) no P28. Apesar disso, o tratamento com o resveratrol demonstrou ser capaz de atenuar esses danos, promovendo no grupo PCR um aumento no do índice de discriminação no TRO no P22 (p<0,001) e no P27 (p<0,0001), e um aumento da alternância no labirinto em T (p<0,001), melhorando a formação e recuperação de memórias episódicas de curto e longo prazo. Em adição a isso, os animais do grupo PCR demonstraram uma melhora no comportamento emocional, através de um aumento no tempo de permanência no lado claro da Caixa Claro-Escuro no P22 (p<0,0001) e P29 (p<0,0001), como também um aumento no tempo de permanência nos braços abertos do LEC no P28. Os animais do grupo PCR apresentaram uma redução na expressão gênica da IL-6 (p= 0,0175) e TNF-α (p=0,0007) e um aumento nos níveis de CREB-1 (p= 0,0020). Os animais do grupo PCS apresentaram um aumento do número de micróglias ativadas (Iba+) no DG (p<0,0001), CA1 (p<0,0001) e CA3 (p<0,0001) e uma redução da proliferação celular (BrdU+) no DG (p<0,0001), CA1 (p<0. 0001) e CA3 (p<0,0001), enquanto os animais PCR apresentaram uma redução na porcentagem de micróglias ativadas no DG (p<0,0001), CA1 (p= 0,0014) e CA3 (p<0,0001) e um aumento na proliferação celular no CA1 (p= 0,0003) e CA3 (p= 0,0008). Esses resultados demonstram efeitos promissores do resveratrol na paralisia cerebral reduzindo prejuízos na formação de memórias episódicas de reconhecimento de objetos e localização espacial e as alterações emocionais através da redução da neuroinflamação e do aumento de respostas neuroplásticas através do aumento de CREB-1 e da proliferação celular no hipocampo.
|
|
8
|
-
IHGU JOSE LUCENA GOMES
-
EXPRESSÃO DO GENE CARTPT NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL DE INDIVÍDUOS CONTROLE E COM ESQUIZOFRENIA: um estudo exploratório do Allen Human Brain Atlas
-
Líder : JOAO RICARDO MENDES DE OLIVEIRA
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
DENNISON CARREIRO MONTEIRO
-
ROSANA CHRISTINE CAVALCANTI XIMENES
-
SANDRA LOPES DE SOUZA
-
Data: 25-sep-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
O gene CARTPT (cocaine-and amphetamine-regulated transcript) codifica um pré-propeptídeo que após processado gera múltiplos peptídeos biologicamente ativos. Eles desempenham um papel importante no apetite, no balanço energético, na manutenção do peso corporal, no sistema de recompensa e na adicção. Mutações no CARTPT estão associadas a susceptibilidade à obesidade em humanos, devido ao aumento da ingesta calórica mediado pelo peptídeo CART. Não há até o momento estudos que tenham analisado a expressão desse gene entre indivíduos com esquizofrenia. Este trabalho analisa a expressão do gene CARTPT no córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL) de indivíduos controle e com esquizofrenia pela técnica de Hibridização In Situ do Schizophrenia Study, disponível no Allen Human Brain Atlas.
|
|
9
|
-
SAULO LOBO CHATEAUBRIAND DO NASCIMENTO
-
PREVALÊNCIA DO BRUXISMO EM VIGÍLIA E DO BRUXISMO DO SONO E FATORES ASSOCIADOS EM UNIVERSITÁRIOS
-
Líder : DAYANE APARECIDA GOMES
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
BELMIRA LARA DA SILVEIRA ANDRADE DA COSTA
-
DEBORAH MARQUES DE OLIVEIRA
-
MATILDE CESIANA DA SILVA
-
Data: 20-dic-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
O bruxismo em vigília e o bruxismo do sono são considerados comportamentos diferentes relacionados à atividade dos músculos mastigatórios observados durante a vigília e o sono, respectivamente. Os níveis altos de atividade muscular mastigatória aumentam o risco de consequências negativas para saúde bucal, com efeito, aumenta a probabilidade de desenvolver alterações no comportamento do indivíduo com representações de modificações no funcionamento normal dos processos biopsicossociais. O objetivo deste estudo é determinar a prevalência do bruxismo em vigília e do bruxismo do sono e os fatores associados em universitários, com a verificação da existência de associações entre as lesões encontradas, os gêneros, as faixas etárias, os fatores sociodemográficos e socioeconômicos. A amostra é composta por 213 estudantes de ambos os sexos de cursos da área da saúde da UFPE. A avaliação clínica do bruxismo foi realizada através dos critérios do Consenso Internacional sobre a Avaliação do Bruxismo, e as avaliações dos fatores associados, através de questionários validados. Foi observado que dos 170 estudantes avaliados, 59,4% apresentou bruxismo em vigília e 31,8% apresentou o bruxismo do sono. Ao avaliar a relação do perfil pessoal, demográfico e socioeconômico foi observado que existiu maior prevalência do bruxismo em vigília no grupo de alunos do sexo feminino (59,6%), com idade acima de 25 anos (71,1%), da cor preta (69,2%), residente da região do agreste pernambucano (60,9%), do curso de medicina (100,0%), estudante do campus da UFPE de Vitória de Santo Antão (61,0%) e que possuia classificação econômica B1 (66,7%). Para o bruxismo do sono existiu uma maior prevalência no grupo de alunos do sexo feminino (34,2%), com faixa etária acima de 25 anos (47,4%), da cor preta (46,2%), residente da região metropolitana do Recife (36,7%), do curso de medicina (100,0%), estudante no campus de Recife (35,2%) e que possui classificação econômica B1 (40,0%). Ao avaliar a relação dos fatores associados com o bruxismo em vigília, verificou-se que existiu maior prevalência no grupo que apresentou nível moderado de estresse segundo a PSS-10 (66,7%), sintomas depressivos segundo o QAEH-D (69,7%), alto nível de ansiedade-traço segundo o IDATE-traço (71,4%), alto nível de ansiedade-estado segundo IDATE-estado (78,9%) e que apresentou distúrbio do sono segundo o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg (61,5%). Para o bruxismo do sono há uma maior prevalência no grupo de alunos que apresentou nível moderado de estresse segundo a PSS-10 (33,1%), sintomas depressivos segundo o QAEH-D (42,1%), alto nível de ansiedade-traço
segundo o IDATE-traço (50,0%), alto nível de ansiedade-estado de acordo com o IDATE- estado (57,9%), e que apresentou má qualidade do sono segundo o Índice de Qualidade do
Sono de Pittsburg (36,5%). Ao se associar a Escala Visual Analógica (EVA) com o bruxismo em vigília, com o bruxismo do sono e com fatores associados foi observado que existe maior prevalência do nível moderado ou intenso de dor no grupo de alunos que apresentou bruxismo em vigília (52,5%), bruxismo do sono (61,2%), sintomas depressivo (52,6%), alto nível de ansiedade-traço (57,1%), alto nível de ansiedade-estado (68,4%) e distúrbios do sono (47,1%).
|
|
|
Tesis |
|
1
|
-
BARBARA JUACY RODRIGUES COSTA DE SANTANA
-
Paralisia cerebral experimental e Plasticidade Fenotípica: estudo de funções motoras, do metabolismo e do balanço energético em ratos submetidos ou não a antagonista do receptor
REV-ERB α
-
Líder : ANA ELISA TOSCANO MENESES DA SILVA CASTRO
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
ANA ELISA TOSCANO MENESES DA SILVA CASTRO
-
DIEGO BULCÃO VISCO
-
HENRIQUE JOSÉ CAVALCANTI BEZERRA GOUVEIA
-
MATILDE CESIANA DA SILVA
-
WALESKA MARIA ALMEIDA BARROS
-
Data: 27-mar-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
A Paralisia Cerebral (PC) é considerada um grave problema de saúde que afeta muitos dos recém-nascidos e crianças no mundo. Anualmente, são registrados cerca de 30.000 a 40.000 novos casos no mundo, sendo no Brasil, cerca de 17.000. Apesar do grande número de casos, há poucos estudos sobre as modificações secundárias à lesão neurológica da PC, e particularmente, sobre as eventuais alterações metabólicas. O sedentarismo por si só tão associado à síndrome metabólica é uma característica marcante da PC, e deve seguramente contribuir, de forma importante, para o agravamento do quadro. Os déficits motores observados na doença, estão associados à atrofia e à redução da massa magra. Além disso, a infiltração de tecido adiposo no músculo e seu aumento na medula óssea estão ligados à etiologia da hiperglicemia, às dislipidemias, à hipertensão e ao diabetes mellitus tipo 2. A PC e, portanto, suas consequências metabólicas secundárias ocorrem no período crítico do desenvolvimento dos sistemas nervoso e muscular. Durante essa fase crítica, fatores intrínsecos e extrínsecos influenciam, de forma determinante, a evolução do sistema neuromotor. O organismo sensível e plástico tem a expressão do seu fenótipo susceptível às condições, ou mesmo manipulações ambientais, que podem trazer consequências em longo prazo na promoção da saúde ou da doença. Neste contexto, nós postulamos que o receptor REV-ERB α encontrado na superfície do núcleo de células musculares, nervosas e outras, é um alvo biológico passível de manipulação farmacológica que pode ser capaz de reverter as alterações presentes na PC. Essa hipótese é reforçada pela recente evidência de que o tratamento com antagonista do receptor REV-ERB α reduz a degradação proteica muscular, aumenta o número das células satélites e melhora a função muscular em animais com distrofia muscular, cuja perda muscular, tal qual na PC, é muito importante. Os receptores REV-ERB α tem sido apontado como potenciais alvos terapêuticos nas miopatias e de transtornos no metabolismo dos lipídeos. Essa conjunção de fatores nos leva a proposição de avaliar as eventuais alterações metabólicas em ratos submetidos à PC, bem como as possíveis repercussões do tratamento com antagonista do receptor REV-ERB α sobre parâmetros motores e metabólicos. Para tanto, o estudo será realizado em duas fases, utilizando-se o modelo experimental da PC. O modelo experimental da PC resulta da associação entre anóxia perinatal e restrição sensório-motora das patas posteriores do rato em período neonatal. Na primeira fase do estudo, 20 ratos machos serão divididos nos seguintes grupos: Controle (N=10); e PC (N=10). Esses grupos serão avaliados aos 60 dias de vida pós-natal quanto: o consumo e eficiência alimentar, a sequência comportamental, os parâmetros da atividade locomotora e gasto energético induzido pela atividade física, a tolerância à glicose e à insulina, os parâmetros bioquímicos do sangue, o depósito de gordura no músculo e tipos de fibras musculares, os depósitos de tecido adiposo em diferentes regiões do corpo, o índice de adiposidade, ativação da micróglia e por fim, marcadores inflamatórios. Na segunda fase do estudo, outros 40 ratos machos serão divididos nos seguintes grupos: Controle Salina (N=10), Controle Antagonista (N=10), Paralisia Cerebral Salina (N=10) e Paralisia Cerebral Antagonista (N=10). Os animais dos grupos Controle Antagonista e Paralisia Cerebral Antagonista receberão tratamento com o antagonista dos receptores REV-ERB α, o SR8278, na dose de 3mg/kg diluídos no veículo com DMSO/PBS, via intraperitoneal do 22 0 aos 28 0 dias de vida pós-natal. Nesses animais, serão avaliados até os 30 dias de vida pós-natal: o consumo e eficiência alimentar, os parâmetros da atividade locomotora e gasto energético induzido pela atividade física, o depósito de gordura no músculo e tipos de fibras musculares, a força muscular, alterações metabólicas no fígado e a índice de adiposidade. A partir do presente estudo, pretende-se verificar e compreender na PC eventuais alterações metabólicas secundárias aos déficits motores, e se o tratamento com o antagonista do receptor REV-ERB α as modificam ou não. Os resultados desse estudo podem assim auxiliar no desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes para o tratamento da PC.
|
|
2
|
-
MOARA RODRIGUES COSTA
-
ÁCIDOS ANACÁRDICOS COMO POTENCIAIS AGENTES ANTI-INFLAMATÓRIOS EM MODELOS IN VITRO DA DOENÇA DE PARKINSON: ANÁLISE DE MECANISMOS MOLECULARES, BIOQUÍMICOS E EPIGENÉTICOS
-
Líder : BELMIRA LARA DA SILVEIRA ANDRADE DA COSTA
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
ANGELA AMANCIO DOS SANTOS
-
BELMIRA LARA DA SILVEIRA ANDRADE DA COSTA
-
CHRISTINA ALVES PEIXOTO
-
MATHEUS SANTOS DE SOUSA FERNANDES
-
SANDRA LOPES DE SOUZA
-
Data: 29-abr-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
A Doença de Parkinson (DP), descrita pela primeira vez em 1817 pelo médico-farmacêutico inglês James Parkinson, é atualmente a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo. De etiologia multifatorial, essa “explosão” de casos diagnosticados de DP se dá não apenas pela susceptibilidade genética e/ou envelhecimento populacional, mas também por fatores relacionados aos aspectos socioeconômicos do indivíduo, de seus hábitos alimentares, da prática de exercício físico, bem como da exposição a poluentes e/ou toxinas ambientais (GOETZ, 2001; DORSEY et al., 2018; ROCCA, 2018). De qualidade neuroprogressiva, os indivíduos afetados pela DP podem apresentar diferentes queixas a depender da gravidade em que se encontra a doença. Os sintomas não-motores, geralmente de aparecimento precoce, podem incluir distúrbios na qualidade do sono, anosmia, depressão e constipação intestinal. Já os sintomas motores, de aparecimento tardio e mais comumente considerados no diagnóstico clínico, incluem a bradicinesia, o tremor em repouso e rigidez muscular (BRAAK et al., 2004; KALIA & LANG, 2016; OBESO et al., 2017). Evidências diversas sugerem que o início e progressão da DP, bem como de seus sintomas motores e não-motores, está diretamente relacionada a dois eventos reconhecidos como principais biomarcadores da doença, isso é, a morte progressiva de neurônios dopaminérgicos (DA) na substantia nigra pars compacta (SNpc), e o acumúlo e transporte de agregados intracitoplasmáticos de α-sinucleína conhecidos como Corpos de Lewy (CLs), dentro ou fora do sistema nervoso central (OBESO et al., 2017; SCHAPIRA et al., 2017; PAVLOU et al., 2017). Dados epidemiológicos e de diferentes modelos experimentais da DP demonstraram que a exposição à neurotoxina Rotenona – pesticida largamente utilizado na prática agrícola – é capaz de induzir déficits motores e comportamentais típicos do parkinsonismo (ex.: locomoção comprometida em moscas Drosophila melanogaster modelo de DP), além de perturbar a homeostase celular através de mecanismos celulares, moleculares e bioquímicos sinérgicos, que resultam no acúmulo de CLs, na disfunção mitocondrial, no estresse oxidativo, na ativação de cascatas inflamatórias e
8
apoptóticas e também na desregulação da expressão de vários genes (ANUSHA & SUMATHI, 2016; DE SOUZA et al., 2018; MEDEIROS-LINARD et al., 2018; AUGUSTO et al., 2020; INNOS & HICKEY, 2021). Apesar do crescente número de casos, a DP continua sem cura e o tratamento farmacológico atual se concentra no alívio dos principais sintomas motores e cognitivos da doença, não evita a neurodegeneração progressiva e ainda induz o aparecimento de efeitos colaterais em longo prazo. Nesse sentido, compostos fenólicos ou polifenóis — produtos naturais do metabolismo secundário de plantas — são amplamente conhecidos por suas propriedades citoprotetoras e atualmente têm sido investigados como agentes nutracêuticos e nutrigenômicos capazes de prevenir e/ou aliviar alterações bioquímicas, celulares e moleculares, bem como comportamentais e cognitivas descritas para diversas doenças neurodegenerativas, incluindo a DP (ARMSTRONG & OKUN, 2020; DE ARAUJO et al., 2021; SELVAKUMAR et al., 2020; DEVI et al., 2021; RODRIGUES-COSTA et al., 2021). Os Ácidos Anacárdicos (AAs) são polifenois presentes em plantas da família Anacardiaceae e que podem ser extraídos da fruta e castanha-de-Caju, do pistache e de folhas de Gingko biloba. Descrições de suas propriedades e uso medicinal remontam à 700 a.C, na medicina antiga ou Ayurveda e, atualmente, é considerado um potencial agente terapêutico contra diversas doenças devido a seus efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, anti-tumorais e epigenéticos (HAMAD & MOBOFU, 2015, HUNDT et al., 2015, DE SOUZA et al., 2018; PARK et al., 2018, GOMES JÚNIOR et al., 2020). Em modelos experimentais in vitro e in vivo da DP, verificou-se que o tratamento com AA foi capaz de proteger a cognição e prevenir danos provocados pela exposição a pesticidas, incluindo a rotenona, ao reduzir efeitos de estresse oxidativo, disfunção mitocondrial e neurodegeneração em células dopaminérgicas (SONG et al., 2011;; MEDEIROS-LINARD et al., 2018; AUGUSTO et al., 2020); contudo, mecanismos celulares e moleculares pelos quais essas ações promovidas pelo tratamento com AAs ocorreram ainda precisam ser elucidados. Sabe-se que inflamação relacionada à patologia da DP envolve ativação de microglia e astrócitos, os quais respondem a esses estímulos inflamatórios produzindo mediadores que levam à perda de neurônios dopaminérgicos. A neuroinflamação
9
induzida pela ativação microglial causa ativação do fator de transcrição gênica NF-kB, o qual pode induzir a expressão de moléculas com perfil inflamatório e citotóxico, dentre os quais microRNAs inflamatórios ou inflamma microRNAs (BRITES, 2020). Evidências recentes demonstraram que a liberação de exossomas a partir da microglia ativada também contribui para a degeneração de células dopaminérgicas. Estes exossomas além de transportarem lipídios, proteínas e mRNAs, são enriquecidos também microRNAs (BRITES & FERNANDES, 2015; TSUTSUMI et al., 2019). A captação e libertação de exossomas pela microglia tem então um importante papel na neuroinflamação associada a doenças neurofegenerativas e, no cado da DP, a microglia desempenha fundamental função na transmissão da proteína α-syn (XIA et al., 2019). Assim, no presente estudo, avaliando uma perspectiva translacional, adotamos um modelo experimental in vitro de DP com linhagem de células humanas, no intuito de investigar a participação da interação neurônio-microglia em efeitos anti-inflamatórios e citoprotetores dos AAs.
|
|
3
|
-
DENNISON CARREIRO MONTEIRO
-
EFICÁCIA, TOLERABILIDADE E ACEITABILIDADE DA ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA REPETITIVA NO TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL
-
Líder : EVERTON BOTELHO SOUGEY
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
AMAURY CANTILINO DA SILVA JUNIOR
-
ANTONIO MEDEIROS PEREGRINO DA SILVA
-
HEIDRICH LOPES VIRGULINO DE MEDEIROS
-
JOAO RICARDO MENDES DE OLIVEIRA
-
LEONARDO MACHADO TAVARES
-
Data: 15-may-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
Historicamente, as doenças mentais eram percebidas como mais comuns nas mulheres e, até o início do século XIX, elas eram consideradas intelectualmente inferiores aos homens, não sendo encorajadas a obter uma educação formal. (STUDD, 2006) . O cientista Henry Maudsley chegou a defender em “Sex in mind and in education”, de 1874, que as mulheres não seriam aptas para o trabalho, devendo direcionar sua energia para a criação dos filhos. Nesta obra, o autor reconheceu a importante associação entre o ciclo menstrual com sintomas físicos e psíquicos. (MAUDSLEY, 1884) Na mesma época, o ginecologista Robert Battey desenvolveu um controverso procedimento que consistia na ressecção dos ovários (“ovariotomia normal”), para tratar diferentes manifestações neuropsiquiátricas, incluindo a “histero-epilepsia”, a ninfomania, a dismenorreia e a “loucura menstrual”. Esta “castração” feminina acabou sendo considerada como uma medida excessiva e, em muitos casos, desnecessária, resultando em prejuízos significativos na vida sexual e reprodutiva. (KOMAGAMINE; KOKUBUN; HIRATA, 2020)
|
|
4
|
|
|
5
|
-
RODRIGO DE MATTOS BRITO
-
EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA CEREBELAR POR CORRENTE CONTÍNUA ANÓDICA ASSOCIADA AO TREINO DE CAMINHADA NA MOBILIDADE FUNCIONAL EM ADULTOS COM ATAXIA CEREBELAR
-
Líder : KATIA KARINA DO MONTE SILVA MACHADO
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
TAMINE CAPATO
-
PEDRO BRAGA NETO
-
KATIA KARINA DO MONTE SILVA MACHADO
-
LORENA FIGUEIREDO DE MELO
-
SANDRA REGINA ALOUCHE
-
Data: 24-may-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
A ataxia cerebelar é um sintoma neurológico caracterizado por prejuízo da coordenação, equilíbrio, postura e aprendizado motor, advindos de lesões ou doenças no cerebelo. Tais características propiciarão a uma marcha denominada marcha atáxica, a qual tem como características: lentidão, passos irregulares, dificuldade de coordenação entre membros e redução da estabilidade postural, fatores que aumentam o risco de queda nessa população. Intervenções farmacológicas ainda não são capazes de modificar essas características da marcha atáxica cerebelar, por isso outras propostas devem ser estudadas. Nesse contexto, o treino de caminhada (TC) e a estimulação transcraniana cerebelar por corrente contínua (ctDCS) são estratégias fisioterapêuticas com potencial de modificar positivamente as características da marcha atáxica. Apenas um estudo utilizou a combinação do TC com a ctDCS, porém foi realizado em crianças que tivessem sintomas atáxicos devido a paralisia cerebral. Dessa forma, se faz necessário a investigação dos efeitos do TC associado a ctDCS na mobilidade funcional em pacientes com marcha atáxica cerebelar. O presente estudo será realizado através de um ensaio-clínico randomizado duplo cego com voluntários com ataxia por lesão cerebelar. Para isso, os voluntários serão alocados quanto dois grupos a depender de sua mobilidade funcional inicial e passarão por duas etapas de intervenção: (i) treino de caminhada na esteira; (ii) estimulação transcraniana por corrente contínua, que poderá ser real ou fictícia (sham). O tratamento será composto por 5 sessões, sendo uma a cada dia durante 5 dias.
|
|
6
|
|
|
7
|
-
PRISCILA MAIA FERREIRA SILVA
-
COMPULSÃO ALIMENTAR, INSATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL E FATORES ASSOCIADOS EM ADULTOS
-
Líder : ROSANA CHRISTINE CAVALCANTI XIMENES
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
BELMIRA LARA DA SILVEIRA ANDRADE DA COSTA
-
DIEGO CABRAL LACERDA
-
JOSE JAILSON COSTA DO NASCIMENTO
-
LISIANE DOS SANTOS OLIVEIRA
-
ROSANA CHRISTINE CAVALCANTI XIMENES
-
Data: 07-jun-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
A insatisfação com a imagem corporal e a compulsão alimentar podem apresentar consequências devastadoras para o indivíduo, levando ao prejuízo no comportamento alimentar, no desempenho psicossocial, físico e cognitivo, e ainda a transtornos de ansiedade e depressão. A relação entre a compulsão alimentar e obesidade apresenta-se sempre significante nos estudos, visto na medida em que as grandes quantidades de alimento ingeridas podem contribuir para essa condição. Assim, podem associar-se a compulsão alimentar às comorbidades relacionadas com o excesso de gordura corporal, tais como depressão, transtornos de personalidade e ansiedade. Objetivo: Determinar a prevalência de compulsão alimentar e insatisfação com a imagem corporal em adultos e verificar possíveis associações com preditores independentes do distúrbio em adultos. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, a ser realizado em adultos residentes na cidade do Recife – PE, Brasil, atendidos pela clínica escola de nutrição do Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA. Serão coletadas informações demográficas, socioeconômicas, comportamentais, psicológicas/de saúde mental, estado nutricional,
nutrição, e de consumo alimentar. Os dados serão analisados através dos testes Qui- quadrado de Pearson, Qui-quadrado para tendência e a regressão multivariada de Poisson,
com ajuste robusto da variância e utilização do método backward para identificação dos preditores independentes da insatisfação corporal.
|
|
8
|
-
LUCAS EDUARDO RODRIGUES DOS SANTOS
-
EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO POR ÁUDIOS BINAURAIS E DE EXERCÍCIOS AUTOSSELECIONADOS NAS RESPOSTAS INTEROCEPTIVAS E PERCEPTUAIS DE INDIVÍDUOS COM SINTOMAS DE DEPRESSÃO
-
Líder : TONY MEIRELES DOS SANTOS
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
BRUNO RIBEIRO RAMALHO DE OLIVEIRA
-
FLAVIO DE OLIVEIRA PIRES
-
HASSAN MOHAMED ELSANGEDY
-
KATIA KARINA DO MONTE SILVA MACHADO
-
TONY MEIRELES DOS SANTOS
-
Data: 19-jul-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
A interocepção é a capacidade de perceber sinais internos do nosso organismo. Essa capacidade exerce influência em diversos fatores relacionados a saúde física e mental. Individuos com algum tipo de disfunção interoceptiva podem ser mais propensos a desenvolver quadros ou episódios de transtornos psicológicos como depressão e ansiedade. Isto se deve ao fato de como cada pessoa atribui interpretações às suas percepções internas, como por exemplo frequência cardíaca e respiração. Uma forma de potencializar não somente a capacidade de percepção mas também de atribuição interoceptiva, pode estar em técnicas de neuromodulação, bem como na prática de exercícios físicos. Estas duas estratégias têm se mostrado como promissoras formas de tratamento de pessoas com sintomas de depressão, maximizando sensações positivas de alta ativação (prazer, excitação, motivação, bom humor) e atuando na modulação da atividade elétrica cortical. Neste sentido, o presente projeto de pesquisa tem como objetivo central investigar se o exercício físico associado a neuromodulação por áudios binaurais impacta positivamente nas respostas de interoceptivas e perceptuais de individuos com sintomas de depressão. Para isso, serão conduzidos três estudos originais: 1) Confiabilidade da medida de interocepção cardíaca; 2) Verificação da influência da estimulação binaural na interocepção; e 3) Ensaio clínico randomizado para investigar os efeitos do exercício e da estimulação binaural nos individuos com sintomas de depressão.
|
|
9
|
-
MIRIAN CELLY MEDEIROS MIRANDA DAVID
-
RELAÇÃO DA EXPOSIÇÃO À LUZ E RITMO DE ATIVIDADE-REPOUSO COM A MEMÓRIA DE UNIVERSITÁRIOS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
-
Líder : RHOWENA JANE BARBOSA DE MATOS
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
RHOWENA JANE BARBOSA DE MATOS
-
CAROLINA VIRGINIA MACÊDO DE AZEVEDO
-
JOHN FONTENELE ARAUJO
-
KELLY CRISTINA ATALAIA DA SILVA
-
MARIO ANDRÉ LEOCADIO MIGUEL
-
Data: 26-sep-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
Durante a pandemia da COVID-19, os universitários foram expostos abruptamente ao ensino remoto, acarretando modificação na exposição à luz, ciclo sono-vigília, interação social, atividade física, entre outros, que podem interferir em processos mnemônicos dos alunos. Portanto, objetivou-se investigar a relação da exposição à luz e ritmo de atividade-repouso com a memória de universitários durante a pandemia da COVID-19. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFPE sob o protocolo: 32360720.4.0000.5208. A pesquisa foi realizada em dois momentos: entre agosto e novembro de 2020 (n=45); e entre julho e dezembro de 2021 (n=61). Incluiu-se universitários de ambos os sexos, entre 18 e 30 anos, da Universidade Estadual da Paraíba ou Universidade Federal de Campina Grande e da Universidade Federal de Pernambuco ou Universidade de Pernambuco. Utilizou-se os instrumentos: actímetro por 14 dias para avaliar o ritmo de atividade-repouso e ritmo de exposição à luz; Teste da Figura Complexa de Rey-Osterrieth para avaliar a memória visuoespacial; Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey para memória verbal; Digit Span Test para memória numérica sequencial; e o Questionário de Matutinidade e Vespertinidade de Horne & Ostberg para verificar o cronotipo. Analisou-se os dados no programa Graph Pad Prism 6.0, considerando nível de significância p<0.05. Como resultados parciais, observou-se que houve correlação nas variáveis observadas, como por exemplo: a maior exposição à luz em 2020 e a maior aprendizagem e interferência proativa quanto à memória verbal (p<0,05); maior Índice de Função Circadiana de exposição à luz e a melhor memória numérica sequencial (p<0,05), enquanto a maior variabilidade intradia correlacionou-se com pior desempenho neste tipo de memória (p<0,05). Houve também correlação entre maior Índice de Função Circadiana e estabilidade interdia de exposição à luz e a pior memória visuoespacial (p<0,05). Ao avaliar a influência da luz azul, a maior exposição a esta durante o sono associou-se com pior memória visuoespacial de curto prazo (p<0,05). Quanto à relação entre o ritmo de atividade-repouso e a memória em 2020, verificou-se que a maior atividade correlacionou-se com melhor memória numérica sequencial e verbal, porém com pior memória visuoespacial (p<0,05). Além disso, a maior amplitude relativa correlacionou-se com melhor aprendizado, memória de curto e longo prazos (p<0,05) e maior variabilidade intradia com pior memória de reconhecimento (p<0,01) e a acrofase mais tardia associou-se com menor velocidade de esquecimento (p<0,05). Em 2021, também foi observada a correlação entre a maior atividade motora durante o sono e a menor amplitude relativa com pior memória numérica sequencial (p<0,05), como também a maior atividade em 2021 com melhor memória de curto prazo (p<0,05), menor interferência proativa (p<0,05) e maior interferência retroativa (p<0,01). Houve ainda correlação entre a maior estabilidade interdia com menor aprendizado (p<0,01) e interferência proativa (p<0,05), enquanto a maior variabilidade intradia relacionou-se com pior memória verbal de curto e longo prazo e menor interferência retroativa (p<0,05). Como perspectiva da conclusão do trabalho, busca-se fazer as análises comparativas para observar as diferenças em períodos distintos da pandemia.
|
|
10
|
-
ANA DOLORES FIRMINO SANTOS DO NASCIMENTO
-
Perfil de emergências neurológicas públicas e privadas da cidade do Recife – o acidente
vascular encefálico e a pandemia de COVID19.
-
Líder : ROSANA CHRISTINE CAVALCANTI XIMENES
-
MIEMBROS DE LA BANCA :
-
BELMIRA LARA DA SILVEIRA ANDRADE DA COSTA
-
JOAO EUDES MAGALHAES
-
JOSE JAILSON COSTA DO NASCIMENTO
-
PRISCILA MAIA FERREIRA SILVA
-
ROSANA CHRISTINE CAVALCANTI XIMENES
-
Data: 29-nov-2024
-
-
Resumen Espectáculo
-
A definição de emergência e urgência é algo bem complexo na literatura científica. Giglio-Jacquemot (2005) mostra várias definições na literatura médica nacional e internacional, que se podem assim resumir: emergência é uma situação em que há risco iminente de vida e que por isso deve ser diagnosticada e tratada o quanto antes. Há, portanto, uma necessidade de tratamento imediato para se manter funções vitais, evitar incapacidades ou complicações graves. Urgência é uma situação clínica ou cirúrgica sem risco de vida iminente. São situações que precisam ser tratadas com brevidade para que não se agravem e acabem constituindo uma emergência. A autora menciona também o termo “problemas de rotina” que seriam situações em que o risco de vida é inexistente, mas que causam sofrimento e preocupação ao indivíduo e por isso acabam levando a pessoa a procurar atendimento médico com rapidez. Por fim, a autora conclui que é preciso ter cuidado ao classificar determinado quadro clínico, pois algo que é taxado como um “problema de rotina” pode se transformar em uma emergência, a depender de
18
uma infinidade de variáveis, e que as patologias apresentam um continuum evolutivo que não deve ser desprezado. Uma situação que deve ser classificada como emergência é o acidente vascular cerebral (AVC). Descrito inicialmente por Hipócrates (460-370 a.C.) como uma patologia que levava a um entorpecimento e anestesia que podia seguir-se de incapacidades motora e intelectual permanentes; em sua fisiopatologia, é caracterizado pela interrupção do fluxo sanguíneo em determinada região cerebral. Esse fenômeno pode ocorrer por obstrução ou ruptura de vasos, sobretudo arteriais. É classicamente subdividido em AVC isquêmico (AVCI), quando o mecanismo de origem é a obstrução do fluxo sanguíneo e em AVC hemorrágico (AVCH), que se dá por ruptura arterial e extravasamento de sangue para o interior do parênquima encefálico ou para o espaço subaracnóideo. O AVCI responde por algo em torno de 85% dos casos de AVC, sendo o AVCH responsável pelos 15% restantes (SILVA et al.,2015). Durante muitos séculos, o AVC foi tratado como uma doença de instalação súbita e curso irreversível, onde os profissionais da área de saúde nada podiam fazer, na emergência, para mudar o desfecho da doença. A partir dos trabalhos do NINDS-National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS,1995) e do ECASS III – European Cooperative Acute Stroke Study (HACKE et al.,2008), a comunidade médica internacional começou a vislumbrar a possibilidade de oferecer aos pacientes a chance de diminuírem suas sequelas físicas e cognitivas após um AVCI. Esses trabalhos instituíram o trombolítico rt-PA ou alteplase, como medicamento capaz de promover uma recuperação neurológica total ou parcial, nos casos de AVCI agudo. Foram selecionados inicialmente, no protocolo de atendimento, para receber tal substância aqueles pacientes que tiveram o início dos sintomas até 4,5h do início da administração da fármaco. No entanto, sabe-se que o melhor desempenho da droga acontece naqueles pacientes com menor intervalo de tempo entre o início dos sintomas e sua administração; o que se chama na emergência de “janela terapêutica”. Assim, o número necessário de pacientes a serem tratados (NNT) para que tenhamos 1 pessoa sem incapacidade ou com incapacidade mínima é dependente do tempo entre o ictus e o início da administração da alteplase (entre 60-90min NNT= 4-5; entre 91-180 min NNT= 9; entre 181-270 min NNT= 14.1) (KAIRA et al.,2010). Após a consagração do tratamento trombolítico venoso com rt-PA em até 4,5 horas, os profissionais que atendem estes pacientes emergenciais, passaram a tentar estender essa janela de tempo, obtendo sucesso com o auxílio de técnicas de neuroimagem avançada, utilizando
19
ressonância magnética e com o tratamento intra-arterial nas salas de exames de hemodinâmica (Nogueira et al.,2018; Thomalla et al., 2018; Campbell et al., 2019; Martins et al.,2020;). Independente de todo arsenal utilizado para reperfusão cerebral, o tempo decorrido entre o início dos sintomas e a terapêutica instituída é o fator primordial para que se obtenham os melhores resultados: tempo perdido é cérebro perdido (“Time is Brain”) e por isso, o tratamento agudo do AVC é a grande emergência neurológica da atualidade por combinar muitos pacientes acometidos pela doença e o pouco tempo para instituir a melhor terapêutica. Em artigo publicado, Silva et al. (2019) mostraram a epidemiologia das emergências neurológicas na América do Sul. As situações clínicas mais prevalentes foram: acidente vascular cerebral (AVC), estado de mal convulsivo e traumatismo cranioencefálico grave (TCE). Contudo, tais doenças dividem a atenção ainda com muitas patologias infectocontagiosas. O AVC apresentou uma incidência que variou de 73 a 183/100.000 ao ano, sendo a primeira ou segunda causa de morte a depender do país estudado. Uma taxa de 10% desses óbitos ocorre em pessoas < 45 anos e 80,4 – 87,3% são acidentes vasculares cerebrais isquêmicos. Em levantamento realizado no período de novembro e dezembro de 2017 nos atendimentos da emergência neurológica do hospital da restauração, Valença et al. (2019), observaram que em 1070 usuários atendidos pela neurologia, 46% tiveram o diagnóstico de AVC, 15% crise convulsiva,12% cefaleia primária, 3% paralisia facial periférica idiopática e 3% delirium. Todas as outras situações somaram 22%. O AVC correspondeu, portanto, a praticamente metade dos atendimentos de uma grande emergência neurológica publica da cidade do Recife. Em outro estudo no mesmo período e local, Nascimento et al. (2019), verificaram que dos 227 pacientes que tiveram diagnóstico de AVCI, apenas 5% chegaram dentro da janela terapêutica e, 2% foram submetidos à trombólise venosa, ou seja, 7 pacientes. A mediana de tempo entre iniciar os sintomas e ser atendido pelo neurologista foi de 24h entre aqueles com diagnóstico de AVCI e 16h de AVCH. Dentro desse contexto de atendimentos de emergências, o ano de 2020 iniciou com um novo desafio. Em um mundo, teoricamente mais preparado para tratar doenças infecciosas, conforme afirmou Undurraga (2020), vive-se o paradoxo que essas mesmas doenças conseguem ser transmitidas mais facilmente graças à globalização, viagens aéreas frequentes, resistência a antimicrobianos, ameaça de bioterrorismo e o surgimento de novos patógenos somados a fatores socioeconômicos e ambientais. E, nesse contexto, em 11 de março de 2020 a OMS decretou que
20
o mundo passava a viver uma pandemia pelo novo coronavírus. (WHO, 2020). Segundo a OMS, uma pandemia acontece quando determinada doença considerada nova se dissemina pelo mundo. Contudo, as pandemias podem atuar de diferentes formas na sociedade. Existiram pandemias de doenças não transmissíveis como obesidade e dependência de tabaco que levam lentamente a problemas de saúde e que são preveníveis ao longo do tempo e dão oportunidade de os sistemas de saúde absorverem suas consequências. Em contrapartida, o desafio de uma pandemia por agente infectocontagioso se torna mais grave quando a rápida transmissibilidade se soma à gravidade da doença e isso acaba necessitando de resposta rápida do setor de urgência/ emergência, em larga escala (FREITAS et al.,2020). O novo coronavírus ou COVID19 foi um vírus detectado em dezembro de 2019, em meio a um surto de pneumonia de etiologia desconhecida na cidade de Wuhan, na China, causando o que atualmente se chama de SARS- CoV2. (HUANG et al., 2020) Vários planos de contingência nos serviços de saúde, públicos e privados, foram mundialmente realizados. (AHA/ASA, 2020; Mont’Alverne et al.,2020). As principais orientações dos gestores de saúde para a população foram: usar máscaras e manter isolamento social. Ao passo que observávamos unidades de terapia intensiva sendo lotadas de pacientes e novos espaços sendo criados para esse fim nos serviços de saúde; e emergências sendo buscadas por pessoas com sintomas respiratórios de todas as gravidades; percebíamos um esvaziamento de serviços especializados como emergências cirúrgicas (fato atribuído à diminuição de traumas) bem como das emergências cardiológicas/neurológicas (fato relacionado em parte à política de orientação de isolamento social e busca de atendimento médico para situações de maior gravidade na avaliação dos pacientes, bem como o temor de, ao sair de casa, se expor ao vírus). Em trabalho publicado on-line Diegoli et al (2020) mostraram que, na cidade de Joinville, no sul do Brasil, a taxa de internamento por AVC, durante o primeiro mês após medidas rígidas de isolamento social para combate à epidemia de COVID19, caiu 36,4%, quando comparado com mesmo período de 2019. Os autores também concluíram que não houve aumento da proporção de AVC hemorrágicos ou de pacientes com quadros mais graves. Outros achados, sem significância estatística nesse estudo, foram a diminuição no número de tratamentos de AVC por terapias de reperfusão e uma redução da janela de tratamento de 4 para 3,4horas. Hadju et al. (2020) mostraram que, em 17 centros distribuídos pela Europa e América do Norte de tratamento agudo
21
de AVC por trombectomia, o número de procedimentos diminuiu 32% e a janela terapêutica aumentou em 54minutos. Na contramão do que foi observado nas emergências, alguns estudos sugerem que a infecção por COVID19 teria potencial de exacerbar fatores de risco ou, isoladamente, ser causa de AVC (BHATIA; SRIVASTAVA 2020). Varatharaj et al. (2020), em uma série de casos com 153 pacientes com Covid19 e complicações neurológicas, mostrou que o AVC foi a complicação neurológica mais frequente, estando presente em 66% dos pesquisados. A presente tese irá discorrer sobre o atendimento do acidente vascular cerebral na maior emergência neurológica pública do estado de Pernambuco, bem como em um serviço privado da cidade do Recife durante os meses iniciais da pandemia de Covid19.
|
|