UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Recife, 27 de Junho de 2025

Visualização da Ação de Extensão


Ação de Extensão
Título: O Pensamento Vivo de Florestan Fernandes e sua relação com o Serviço Social brasileiro: 50 Anos de A Revolução Burguesa no Brasil.
Ano: 2025 Nº Bolsas Concedidas: 0 Nº Discentes Envolvidos: 7 Público Estimado: 200
Período do Evento: 07/05/2025 a 07/05/2025
Área Principal: Educação Área do CNPq: Ciências Sociais Aplicadas
Unidade Proponente: DEPARTAMENTO DE SERVICO SOCIAL - CCSA Unidades Envolvidas:
Tipo: EVENTO
Municípios de Realização: RECIFE - PE
Espaços de Realização: Auditório Denis Bernardes - CCSA/UFPE
Fonte de Financiamento: AÇÃO AUTO-FINANCIADA
Tipo do Evento: SEMINÁRIO Carga Horária: 8 Quantidade de Vagas: 200
Responsável pela Ação: EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
E-mail do Responsável: evelyne.medeiros@ufpe.br
Contato do Responsável: (81) 99986-8297
Url da Acão: https://sigaa.ufpe.br/sigaa/link/public/extensao/visualizacaoAcaoExtensao/2379

Resumo

Em ocasião da comemoração dos 50 anos da obra “A Revolução Burguesa no Brasil”, de Florestan Fernandes, o Departamento de Serviço Social (graduação e pós-graduação) da Universidade Federal de Pernambuco, juntamente com a Universidade de Pernambuco, o Movimento de Trabalhadores/as Rurais Sem Terra e o Projeto “O artesanato intelectual de Florestan Fernandes: uma perspectiva latino-americana sobre o desenvolvimento” (Edital Universal CNPq 2021), realiza uma jornada, no mês em que também se comemora o dia da/o assistente social, para debater o legado de Florestan Fernandes, sua influência no Serviço Social brasileiro e a atualidade de suas ideias para avançar na luta democrática por um Brasil mais justo, livre e igualitário. O evento ocorrerá no dia 07 de maio de 2025 e contabilizará o total de 8 horas. As demais atividades relativas à realização do referido evento se destinam à sua organização, planejamento, avaliação e sistematização de relatório final, contabilizando 64 horas. Serão, portanto, um total de 72 horas de atividades de extensão a serem desenvolvidas por parte da equipe executora para viabilização do referido evento. A atividade pretende contribuir para ampla publicização do pensamento de Florestan Fernandes, fortalecendo articulações e atividades em comum entre os diversos cursos das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, bem como entre Universidade e Movimentos Sociais.


Programação

No ano de 1975, Florestan Fernandes (1920-1995) publica A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica, considerada pelos seus intérpretes e estudiosos do pensamento social brasileiro o seu livro mais importante, alçando-se desde então à estatura de um clássico inconteste sobre nossa formação nacional. No entanto, o livro não se limita às fronteiras brasileiras, pois seu intuito seria explicar as dimensões continentais, latino-americanas, do capitalismo dependente como uma particularização das situações de classe burguesas, internas e externas, no contexto da expansão imperialista das nações centrais e dominação da superpotência capitalista em escala mundial. Já antes, em 1964, em A integração do negro na sociedade de classes, a temática da revolução burguesa surge no contexto de sua investigação sobre a emergência da categoria Povo no seio da formação histórico-social brasileira. O modo colonialista com que as elites das classes dominantes procuravam manter o “negro no seu lugar” constituía – e constitui ainda hoje – um amálgama com relações de dominação e exploração especificamente capitalistas.

Nesse sentido, Florestan Fernandes foi um dos primeiros intérpretes do Brasil a chamar atenção para o caráter inconcluso do nosso processo de descolonização. Escrito no contexto da ditadura empresarial-militar instaurada em 1964, o livro A revolução burguesa no Brasil desvenda as raízes autocráticas do poder burguês, nos âmbitos da sociedade civil e do aparelho estatal. A democracia, assim, à maneira oligárquica, só funcionaria restritamente para as elites das classes dominantes e seus funcionários subalternos das classes médias, cultivando-se o mandonismo, o patrimonialismo e a dominação das famílias gradas como estilo de vida.

A categoria autocracia burguesa desvenda, nesses termos, um componente estrutural e histórico presente no conjunto do tecido social brasileiro, revelando a atualidade de A revolução burguesa no Brasil para o debate dos dilemas da democracia em formações capitalistas de origem colonial, periféricas, dependentes e sufocadas pelos dinamismos do capital financeiro internacional. 

Mesmo que não seja de nosso conhecimento a existência de uma literatura específica, ou mesmo de uma pesquisa de maior fôlego, que trate sobre a influência do pensamento de Florestan Fernandes no Serviço Social brasileiro, partimos do pressuposto de que tal aproximação tem um importante marco histórico:  a  renovação  crítica  do  Serviço  Social  brasileiro  na luta contra o conservadorismo.

As páginas iniciais do livro Ideologia do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil, de Safira Bezerra Ammann (1980), prefaciado por Florestan Fernandes, também sinalizam os caminhos   desse   diálogo.   Além   disso, duas   das   mais   importantes   e   imprescindíveis referências, já clássicas no Serviço Social Crítico da América Latina, também apresentam profunda relação com o legado deixado por Florestan. Referimo-nos à Marilda Vilela Iamamoto e José Paulo Netto. O segundo traz na sua própria trajetória político-acadêmica a presença irremediável [frente à natureza de seu objeto de pesquisa] da referência marxiana  e  marxista, temperada pelas ideias de Florestan Fernandes e do orientador de sua tese, Octavio Ianni. Daí  surge,  em  1990,  a  publicação  intitulada Ditadura  e  Serviço  Social:  uma  análise  do Serviço  Social  no  Brasil  pós-64,  valorosa  contribuição  para  os  fundamentos  da  profissão, sendo  hoje  um  dos  livros  mais  lidos  nos  cursos  de  graduação  de  Serviço  Social  no  país, que,   inclusive,   representa   um importante   salto   no   esforço   presente   e   explícito   de entrelaçar os fundamentos da profissão aos fundamentos da vida social, particularizados através dos elementos constitutivos da formação social brasileira.

Na   década   seguinte, outra   publicação   passa   a   se   destacar   como   uma   importante contribuição e referência na formação de assistentes sociais, mais precisamente, no debate sobre neoliberalismo, Estado brasileiro e políticas sociais. Trata-se do livro Brasil em contra-reforma: desestruturação do Estado e perda de direitos, de Elaine Rossetti Behring (2003) que, ao priorizar o diálogo com a formação social brasileira a partir, por exemplo, da concepção de heteronomia contida no pensamento de Florestan Fernandes, dentre outros/as autores/as, reforça a atualidade desse legado que nos deixou contribuições imprescindíveis para  pensar  a  formação  do  capitalismo brasileiro,  ontem  e hoje. Desse modo, é possível identificar alguns pontos de encontro entre o processo de Renovação Crítica do Serviço Social brasileiro e o pensamento social brasileiro, com destaque para a obra A revolução burguesa no Brasil.

Contudo, algumas questões ainda persistem: Qual a relação entre a renovação crítica do Serviço Social, ainda em curso, e o pensamento de Florestan Fernandes como um todo? Como se deu a incorporação dos conteúdos de suas obras e do seu pensamento vivo na formação de assistentes sociais no Brasil e quais os desafios ainda postos nesse processo? 

A renovação crítica do Serviço Social construiu-se como parte do processo político-organizativo da classe trabalhadora na luta contra o conservadorismo na América Latina. Em outras palavras, a aproximação com o pensamento de Florestan Fernandes fez sentido na luta de classes e na necessidade de melhor conhecer as  formas  de  dominação burguesas  assumidas  por  aqui.  Sobre isso, vale destacar que, não por coincidência, muitas das principais referências intelectuais nos estudos sobre sua obra estavam organicamente vinculadas à política. Conectadas, portanto, aos problemas de um tempo histórico marcado pela consolidação do capitalismo monopolista, bem como às necessidades sociais e as diversas formas de enfrentamento pelas classes sociais, em especial, através do Estado. Isto ancoradas em uma questão cuja centralidade estava nos dilemas relativos aos caminhos descaminhos da revolução brasileira. Por isso, temas como o caráter da revolução burguesa, a questão da transição, a relação entre modernização e atraso e o padrão de dominação burguesa no Brasil tornaram-se articuladores dos conteúdos e das análises características de uma imagem marxista do Brasil. Certamente os estudos sobre a fascistização impregnada socialmente nas estruturas de poder adquirem hoje enorme atualidade.

A questão que gostaríamos de chamar atenção é que, mesmo diante dessas evidências, o caminho ainda parece muito longo frente às necessidades postas não apenas   ao   conjunto   de   assistentes   sociais, mas   a   classe   trabalhadora   como   um   todo. Necessidades estas crescentes no tempo presente onde as raízes do Brasil parecem ter um novo e profundo destaque. O que reforça a necessidade de impulsionar estudos históricos, dentro e fora da Universidade, sobre a formação sócio-histórica do Brasil e da América Latina. Nisso Florestan Fernandes e seu pensamento cumprem papel importante junto ao conjunto de esforços empenhados por parte das organizações de trabalhadoras/es, a exemplo do MST, para tornar esse pensamento cada vez mais vivo entre nós.

Por isso, nos 50 anos de publicação da obra clássica A revolução burguesa no Brasil e a 30 anos do falecimento desse importante pensador e educador brasileiro, o Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco, da Universidade de Pernambuco, o Movimento de Trabalhadores/as Rurais Sem Terra, o Projeto “O artesanato intelectual de Florestan Fernandes: uma perspectiva latino-americana sobre o desenvolvimento” (Edital Universal CNPq 2021) realizam uma jornada, no mês em que se comemora o dia da/o assistente social, para debater o legado de Florestan Fernandes, sua influência no Serviço Social brasileiro e a atualidade de suas ideias para avançar na luta democrática por um Brasil mais justo, livre e igualitário.


Públicos Alvo

Interno:

Estudantes e docentes de graduação e pós-graduação do curso de Serviço Social e áreas afins


Externo:

Profissionais e pesquisadores do Serviço Social e áreas afins. Movimentos sociais e organizações populares interessadas.



Membros da Equipe

  LEUDIANE SANTOS LIMA
Categoria: DISCENTE
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA
  BEATRIZ MARIA CORREA DA COSTA
Categoria: DISCENTE
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA
  IVANILDO OLIVEIRA BARBOSA FILHO
Categoria: DISCENTE
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA

  BRUNO FERREIRA RODRIGUES DOS SANTOS
Categoria: DISCENTE
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA
  MARIA DA GUIA DA SILVA MONTEIRO
Categoria: EXTERNO
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA
  ARISTEU PORTELA JUNIOR
Categoria: EXTERNO
Função : PALESTRANTE

  EDUARDO MARA
Categoria: DOCENTE
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA
  FRANQUELINE TERTO DOS SANTOS
Categoria: EXTERNO
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA
  DIOGO VALENÇA DE AZEVEDO COSTA
Categoria: EXTERNO
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA

  GIOVANNY SIMON MACHADO
Categoria: DOCENTE
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA
  REGIVALDO FERREIRA DA SILVA
Categoria: EXTERNO
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA
  ELLEN MANUELLE DA SILVA
Categoria: DISCENTE
Função : ALUNO(A) VOLUNTARIO(A) (MEMBRO DA COMISSÃO ORGANIZADORA)

  MARIA CLARA ANDRADE DE MELO
Categoria: DISCENTE
Função : ALUNO(A) VOLUNTARIO(A) (MEMBRO DA COMISSÃO ORGANIZADORA)
  EVELYNE MEDEIROS PEREIRA
Categoria: DOCENTE
Função : COORDENADOR(A)
  MARIA AUGUSTA BEZERRA DA ROCHA
Categoria: DISCENTE
Função : MEMBRO DA EQUIPE EXECUTORA

  RODRIGO CASTELO BRANCO SANTOS
Categoria: EXTERNO
Função : PALESTRANTE
  FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
Categoria: DOCENTE
Função : COORDENADOR(A) ADJUNTO(A)
  SUZANA LUIZA DO NASCIMENTO BARROS
Categoria: DISCENTE
Função : ALUNO(A) VOLUNTARIO(A) (MEMBRO DA COMISSÃO ORGANIZADORA)



Lista de Fotos

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