Síndrome da fragilidade e possíveis fatores associados em pessoas idosas com diabetes mellitus
Fragilidade; Pessoa idosa; Diabetes Mellitus tipo 2
Introdução: A fragilidade tem sido comum em indivíduos com diabetes, apresentando uma ligação direta com disfunção e sarcopenia, sendo um indicador importante da condição de saúde de pessoas idosas. Ambas as condições são elencadas pela alta prevalência e comorbidades associadas. Objetivo: Analisar a síndrome da fragilidade e os fatores associados em pessoas idosas com diabetes mellitus. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, do tipo série de casos, realizado em Recife/PE. Participaram pessoas idosas com idade a partir de 60 anos, com deambulação independente e não amputadas. A amostra por conveniência foi composta por dois grupos, um constituído por indivíduos diagnosticados com diabetes e outro composto por pessoas idosas sem diabetes. Foram avaliados quanto ao perfil sociodemográfico, dados clínicos, antropométricos e perfil de fragilidade avaliado pela Escala de Fragilidade de Edmonton. Foi realizada a estatística descritiva e o teste do qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher, seguido de análise de regressão logística multivariada (p<0,05 e IC de 95%). Resultados: A amostra consistiu em 224 pessoas idosas, 50% (n = 112) tinham o diagnóstico de DM2, de maioria do sexo feminino (62,1%) e com idade mediana de 69 anos (IIQ: 64 – 74). Foi observado que os indivíduos com diabetes apresentaram menor frequência de exercício físico em comparação com aqueles sem a doença (30,2% versus 43%), além de menor frequência de excesso de peso e obesidade pelo IMC (37,5% e 28,1%), observando uma maior frequência de baixa CP (82,1%). O modelo final da regressão mostrou que o sexo feminino e ter diabetes estiveram independentemente associados a uma maior razão de chances para fragilidade (todos os valores de p < 0,001). Conclusão: Diante dos resultados apresentados, é possível concluir que o perfil de fragilidade foi maior no grupo com diabetes. Uma maior associação com a fragilidade também ocorreu no sexo feminino, o que demonstra os enormes desafios impostos às pessoas idosas, visto um aumento da feminização e da prevalência do diabetes no Brasil.