“Atividade física voluntária materna e dieta hipoprotéica: efeito sobre a depressão alastrante cortical e o padrão de imuno-marcação”
Exercício físico. Atividade física voluntária. Dieta hipoproteica. Depressão alastrante cortical.
A desnutrição proteica ocasiona alterações no funcionamento do sistema nervoso central, influenciando de forma negativa no desenvolvimento fetal. A prática de exercício físico durante o período gestacional proporciona que o organismo fetal seja beneficiado com alterações adaptativas que podem atuar com neuroproteção, beneficiando a prole. O presente estudo tem como objetivo avaliar o efeito da dieta hipoproteica e da atividade física voluntária materna sobre aspectos eletrofisiológicos e morfológicos encefálicos, tanto nas mães quanto nos filhotes. A hipótese deste projeto é que a atividade física voluntária pré-gestação, age como agente reprogramador metabólico e neural, atenuando os efeitos associados a alterações neurais maternas e da prole induzidas pela desnutrição proteica materna gestacional e pós-gestacional. Ratas da linhagem Wistar (n=40) foram submetidas à atividade física voluntária (em rodas de corrida, contendo ciclocomputador), o que permite o registro da distância percorrida, tempo de atividade e gasto calórico. As ratas passaram por um período de adaptação (30 dias) e após esse período foram classificadas de acordo com o nível de atividade física diária em: sedentárias, baixa atividade, média atividade e alta atividade. Um grupo controle sedentário com peso e idade similar, foi alojado de igual modo nas gaiolas de atividade física voluntária, porém com a roda de corrida travada. Logo após o período de adaptação, as ratas foram acasaladas e após detecção da prenhez, receberam dieta hipoproteica durante a gestação. Após o período de aleitamento, quando as mães atingiram a idade entre 160 a 170 dias de vida, e os filhotes idade entre 35-45 dias, sob anestesia, foram submetidos ao registro eletrofisiológico da depressão alastrante cortical (DAC). Os parâmetros da DAC (velocidade de propagação, amplitude e duração) foram calculados. Ao fim do registro, os animais foram perfundidos e seus encéfalos, pós fixados foram seccionados e submetidos à imunomarcação com anticorpos específicos, para posterior análise imunohistoquímica. Os dados foram analisados estatisticamente com a ANOVA, seguido de teste “post hoc” (Holm-Sidak), quando indicado. Nossos resultados podem fornecer informações importantes sobre o papel modulador da atividade física voluntária pré-gestacional, durante e após a gestação no sentido de reprogramar os efeitos da desnutrição proteica sobre o sistema nervoso central.