FOLHA DE GRAFITE COMERCIAL COMO SUBSTRATO PARA ELETROPOLIMERIZAÇÃO DE CORANTES FENOTIAZÍNICOS E SUAS APLICAÇÕES ELETROANALÍTICAS
Folhas de grafite, eletropolimerização, poli(azul de toluidina), poli(azul de metileno), eletrodo descartável.
Folhas de grafite (GS, do inglês graphite sheets) apresentam propriedades interessantes, como elevada resistência mecânica, condutividade elétrica e estabilidade da superfície, além de serem produzidas em larga escala a baixo custo. Nessa tese, foram utilizadas folhas de grafite como substratos condutores para a eletropolimerização dos corantes fenotiazínicos, azul de metileno (MB, do inglês methylene blue) e azul de toluidina (TB, do inglês toluidine blue) visando o desenvolvimento de sensores eletroquímicos. A eletropolimerização foi realizada por voltametria cíclica, sendo observado que o potencial de inversão influencia fortemente a eletropolimerização do MB. O potencial de inversão de +1,2 V (Ag/AgCl) resultou em maior rugosidade do filme eletropolimerizado. O filme de poli(azul de metileno) (PMB do inglês, poly(methylene blue) depositado na superfície de GS, aumentou a sensibilidade para nitrofurantoína (NFT, do inglês, nitrofurantoin), minimizou a desativação do eletrodo e exibiu um intervalo linear de resposta de 5 a 100 μmol L-1, com limite de detecção de 55 nmol L-1. O sensor proposto foi aplicado com sucesso para quantificação de NFT em amostras de urina e água de torneira. Para o eletrodo modificado com o filme de poli(azul de toluidina) (PTB do inglês, poly(toluidine blue), observou-se uma melhora de desempenho analítico quando ciclos de potenciais em KOH 0,1 mol L-1 foram realizados após a etapa de crescimento do filme. Este procedimento também resultou em filmes mais lisos e compactos. O sensor desenvolvido apresentou um aumento na sensibilidade para determinação de triptamina (TRYP do inglês, tryptamine), menores limites de detecção, além de ser menos susceptível à desativação do eletrodo durante a eletrooxidação da TRYP. O GS/PTB-KOH apresentou uma faixa linear de 0,05 a 0,9 μmol L-1 e um limite de detecção 12 nmol L-1, permitindo a quantificação de TRYP em amostras queijo. Analitos modelo como procaína (PRO) e lidocaína (LID) também foram avaliados para explorar a aplicabilidade do sensor e observou-se um aumento na sensibilidade e menores limites de detecção. A eletropolimerização de corantes fenotiazínicos em folhas de grafite mostrou-se como uma estratégia promissora para análise rápida e barata usando um eletrodo descartável para sensoriamento de diferentes analitos.