USO DE NANOPARTÍCULAS DE SULFETO DE COBRE (CuS) EM BIODOSIMETRIA PARA AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO (ROS) EM PLASMA SANGUÍNEO IRRADIADO
Nanopartículas de CuS; ROS; Estresse oxidativo; Radiossensibilidade.
A interação da radiação ionizante (RI) com a matéria se traduz pela transferência de energia da radiação para o meio irradiado, resultando em excitação ou ionização de átomos desse meio. Nos seres vivos, a RI é capaz de induzir alterações no ácido desoxirribonucleico (DNA, em inglês), molécula localizada no núcleo celular, que contém as informações essenciais ao desenvolvimento, funcionamento e transmissão de características hereditárias. Os efeitos da radiação sobre a molécula de DNA podem ser classificados em diretos e indiretos. No efeito direto, a radiação interage sobre a molécula de ácido desoxirribonucleico podendo causar quebras nas ligações das bases ou nas cadeias de sua estrutura. No chamado efeito indireto, a interação da radiação ionizante ocorre predominantemente com a molécula d’água, que é a mais abundante do corpo humano. Assim, esse fenômeno de interação, mais conhecido como radiólise da água, é significativamente importante na formação das espécies reativas de oxigênio (ROS, em inglês) e fundamental para o entendimento dos riscos associados à exposição individual às RIs. Uma vez que quanto maior o nível de exposição humana às radiações ionizantes (RIs) maior a formação de ROS no tecido, o estabelecimento de uma metodologia de avaliação dos níveis de espécies reativas de oxigênio pode contribuir em ações para a atenuação dos efeitos radioinduzidos. Neste contexto, esta pesquisa investigou a viabilidade do uso de nanopartículas de sulfeto de cobre (CuS) como um nanobiossensor da resposta individual ao estresse oxidativo radioinduzido, a partir de amostras de sangue periférico humano. De cada voluntário, amostras com 9 mL foram coletadas e divididas em 3 alíquotas, sendo uma controle (não irradiada) e duas outras que foram irradiadas in vitro, separadamente, com doses de 3 e 5 Gy. Constatou-se diferenças nos níveis de absorbância da complexação entre as nanopartículas de CuS e as espécies reativas, no plasma sanguíneo, variando com a dose. Os resultados obtidos sugerem que a metodologia proposta nesta pesquisa poderá fornecer uma rápida avaliação da radiossensibilidade individual, possibilitando sua utilização na previsão da resposta de tecidos irradiados.