SIMBIOSE ENTRE ALGAROBA E RIZÓBIOS NATURALMENTE ESTABELECIDOS EM SOLOS DE PERNAMBUCO: POTENCIAL DE APORTE DE NITROGÊNIO
Prosopis juliflora; Fixação Biológica De Nitrogênio; Nodulação
A algaroba, Prosopis juliflora (Sw) DC, é uma leguminosa capaz de aportar nitrogênio atmosférico pelo processo da fixação biológica de nitrogênio (FBN). Existem mais de 67 mil hectares de algarobais espontâneos em Pernambuco e não existem estimativas das quantidades de N aportadas por essa leguminosa e dos fatores que podem regular a eficiência da simbiose e nem quais são as características das populações de rizóbios nativos que nodulam a espécie. Portanto, o objetivo deste trabalho foi gerar uma melhor compreensão do processo de FBN em algarobais naturalmente estabelecidos em Pernambuco. Foram escolhidos seis algarobais, naturalmente estabelecidos, para avaliação da biomassa e quantificação do N aportado via FBN, utilizando a técnica da abundância natural. As biomassas foram estimadas e amostras de solo e plantas foram coletadas em cinco parcelas de 20 m X 20 m, em cada área. As amostras foram analisadas no CENA, USP. Um experimento em casa de vegetação foi conduzido com solo das seis áreas, cultivando algaroba como planta isca. Nodulação ocorreu nas plantas cultivadas nos solos de todas as áreas, comprovando a existência de populações de bactérias capazes de nodular a algaroba. Fixação biológica de nitrogênio ocorreu em cinco das áreas (Ibimirim, Tuparetama, Terra Nova e Ouricuri e Parnamirim) mas não em Floresta. Esta ausência da FBN não pode ser explicada pela ausência de rizóbios no solo, cuja presença foi comprovada no experimento de casa-de-vegetação. As proporções de N fixado nas folhas variaram de 24 a 71% nas cinco áreas, correspondendo a 5 a 66 kg ha-1, sendo maior em Ibimirim, devido à maior biomassa foliar. Extrapolando a quantidade média fixada (28,6 kg ha-1) para os 67 mil hectares estima-se um aporte anual de 2 Gg de N fixados nas folhas dos algarobais naturalmente estabelecidos em Pernambuco.