AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA E ANÁLISE EXERGÉTICA NA GESTÃO DE RSU: UM ESTUDO DE CASO NO AGRESTE DE PERNAMBUCO
Resíduos sólidos urbanos; Avaliação de ciclo de vida; Demanda de exergia acumulada; Sistema de gestão de resíduos.
Apesar de usual, o envio de resíduos sólidos urbanos (RSU) para aterros sanitários não atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina que estes locais devem receber apenas rejeitos. Assim, foi realizado um estudo de caso em Garanhuns/PE, para que fosse avaliada a implementação das alternativas citadas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos através de uma avaliação de ciclo de vida e uma análise exergética. Foram comparados 13 cenários contemplando, além do aterro, incineração, compostagem, digestão anaeróbia, reciclagem e coprocessamento. Adicionalmente, o emprego do RSU para substituir a lenha da Caatinga foi investigado, visto que este é um combustível comum no polo de laticínios da região. As simulações foram feitas no software EASETECH, sendo a avaliação de impactos ambientais realizada através do método ReCiPe 2016. A análise exergética utilizou a demanda de exergia acumulada e a eficiência de recuperação de recursos como métricas. Os resultados indicaram que o cenário 1(c), baseado na incineração, foi o de maior impacto nas mudanças climáticas. O melhor desempenho nesta categoria foi obtido pelo cenário 4(c), que incluiu compostagem, reciclagem e coprocessamento. Esta configuração também apresentou os melhores índices para eutrofização e toxicidade humana cancerígena, além da maior eficiência de recuperação de recursos (63,1%). Por fim, o uso do RSU para substituição da lenha se mostrou mais interessante do que para a geração de eletricidade, reduzindo as emissões associadas à mudança do uso da terra.