DESENVOLVIMENTO DE UM PORTA-DOSÍMETRO OSL COM O MELHOR POSICIONAMENTO PARA MONITORAÇÃO DE DOSE EM CRISTALINO
porta-dosímetro; impressão 3d; cristalino; phantom de cabeça; posicionamento
Nas últimas décadas, cresceu a preocupação com a exposição do cristalino à radiação ionizante após estudos epidemiológicos que indicaram risco de catarata em doses inferiores aos limites estabelecidos pela International Commission on Radiological Protection (ICRP). Para proteção contra a radiação, foram reduzidos os limites de dose absorvida e exposição ocupacional, tornando-se importante a monitorização individual. Em 2019, foi introduzido o ezClip, um novo dosímetro para cristalino opticamente estimulado que utiliza BeO como cristal dosimétrico. No entanto, o porta-dosímetro comercial do ezClip, o BeOSL ELD, apresenta uma espessura de invólucro de 1,5 mm, mais fina do que a espessura de 3,0 mm normalmente utilizada para a grandeza operacional de cristalino. Isso pode resultar em desvios na dependência energética e angular em fótons de baixa energia. Além disso, não há consenso sobre a posição ideal do dosímetro em relação ao cristalino: acima do olho, na testa ou na lateral da cabeça. Um dosímetro posicionado sobre o olho pode subestimar a dose da lente em até 45%. Com o objetivo de desenvolver um porta-dosímetro que respeite a geometria ocular e possua o melhor posicionamento possível na cabeça em relação ao cristalino, foi utilizado o BeO para criar um novo porta-dosímetro denominado EyeBand. Foi desenvolvido um phantom de cabeça com olhos impressos em 3D para estudar o efeito do posicionamento dos dosímetros em comparação com um elemento detector na posição do cristalino. Os resultados mostraram que as respostas do BeOSL ELD e do protótipo EyeBand são muito semelhantes em toda a faixa energética analisada. A curva do EyeBand apresentou uma diferença média de +2,37% a 0º na faixa energética de 24 a 164 keV em comparação com o BeOSL ELD. A resposta relativa do EyeBand teve uma diferença média de +4,25% a 60º nessa mesma faixa energética. A avaliação experimental da dependência energética e angular demonstrou que o EyeBand atende aos requisitos da norma internacional e apresenta variação máxima da resposta relativa em Hp(3) de ±20% para fótons na faixa energética de 24 a 662 keV e ângulo de incidência entre 0° e ±60°. As respostas do novo Porta-Dosímetro Ocular do Crânio estão em torno de ±12,85% na faixa de energia de 24 keV a 164 keV, cobrindo todas as energias relevantes em radiologia intervencionista, com isso o novo Porta-Dosímetro Ocular do Crânio também atende a norma. Em relação ao posicionamento, o EyeBand Central obteve uma variação absoluta de 3,74% em todas as respostas em relação aos dosímetros localizados nos olhos na faixa energética de 24 a 164 keV. Portanto, o EyeBand Central é considerado adequado para a monitorização individual do cristalino e possui o melhor posicionamento.