BARREIRAS E FACILITADORES DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DOMICILIARES PARA IDOSOS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 PODEM SER INFLUENCIADOS PELO TIPO DE SUPERVISÃO?
O exercício físico é uma alternativa não farmacológica, eficiente e de baixo custo que contribui para o envelhecimento saudável e pode servir para melhorar a capacidade funcional do idoso. Todavia, barreiras como falta de tempo, despesas com transporte e distância do local para a prática de exercícios têm sido utilizadas para justificar o grande percentual de idosos ainda não suficientemente ativos. Com o surgimento da COVID-19, as dificuldades decorrentes do distanciamento social, fortemente recomendado durante a pandemia, somaram-se as barreiras já existentes. Nesse cenário, programas de exercícios físicos domiciliares surgiram como alternativa para promoção da saúde, diante das barreiras associadas a prática de exercícios físicos entre idosos. Assim, este estudo objetivou analisar as percepções das barreiras e dos facilitadores relatadas por idosos e profissionais de Educação Física participantes de um programa de exercícios domiciliares sob a perspectiva de dois tipos de supervisão: 1- supervisão por videochamada e 2- supervisão mínima por mensagem de texto, durante o contexto da pandemia da COVID-19. Um estudo de caso de abordagem qualitativa foi conduzido, com idosos e profissionais que participaram anteriormente de um ensaio controlado aleatorizado realizado em todo território brasileiro. Participaram do ensaio controlado aleatorizado três profissionais e 38 idosos comunitários, dos quais 12 participaram deste estudo qualitativo. Destes 12 idosos, 83,3% mulheres, ± 69 anos, 41,7% supervisão por videochamada. Todos os participantes do presente estudo foram entrevistados por videoconferência. Resultados: os facilitadores relatados por idosos de ambos os grupos foram: melhora da aptidão física, bem-estar físico e mental, incentivo de pessoas próximas, supervisão profissional. O facilitador interação social foi exclusivo do grupo supervisionado por videochamada. Já as barreiras reportadas por idosos de ambos os grupos foram: indisponibilidade de horário, dificuldade de utilização de equipamento. Os três profissionais apresentaram uma barreira em comum: idosos com pouca familiaridade com a tecnologia. Já os facilitadores identificados pelo treinador online foram: alcance geográfico e interação social. O treinador offline relatou os facilitadores: tempo dedicado reduzido, acessibilidade por meio da tecnologia. Conclui-se que os facilitadores e as barreiras percebidas por idosos submetidos a programas de exercícios domiciliares seja sob os modelos de supervisões propostos são semelhantes. Contudo, supervisões remotas que acontecem de maneira assíncrona podem gerar insegurança devido à ausência de supervisão profissional em tempo real. Na perspectiva dos profissionais, a interação social experenciada na supervisão por videochamada foi um facilitador e grande diferencial destacado.