Adaptação transcultural para o português brasileiro, validação e confiabilidade do Impact of Brachial Plexus Injury Questionnaire
Inquéritos e questionários; Tradução; Plexo Braquial; Consenso; Fisioterapia; Reprodutibilidade dos testes; Confiabilidade dos dados.
A lesão traumática do plexo braquial (LTPB) é uma condição complexa, com recuperação lenta e de custo elevado devido aos gastos durante o tratamento como também devido ao impacto na produtividade laboral dos indivíduos. Na literatura há disponível o Impact of Brachial Plexus Injury Questionnaire, que avalia os impactos físicos e psicológicos no período pré e/ou pós cirúrgico, como também a quantidade da expectativa de melhora, poém no Brasil não há instrumentos específicos para esta população. Assim, o presente estudo teve como objetivo inicialmente realizar a tradução e adaptação para o português brasileiro, seguindo as diretrizes internacionais do International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research (ISPOR). Foi realizado um estudo Delphi para dar maior confiabilidade ao processo de adaptação. Após o consenso o instrumento adaptado foi aplicado na população alvo. A amostra foi composta por pacientes com LTPB (no período pré ou pó cirúrgico), recrutados do ambulatório de nervos periféricos do Hospital da Restauração e no Hospital Getúlio Vargas, Recife/PE. A análise das propriedades de medida foi realizada através da validade de conteúdo, validade convergente, validade de critério, consistência interna, e efeito chão e efeito teto, esta etapa seguiu as recomendações do Consensusbased Standards for the Selection of Health Measurement Instruments (COSMIN). Apresenta estrutura interna válida com quatro subescalas, um dominio de incapacidade e 43 itens, com boa validade de contéudo apresentando boa aplicabilidade e compreenção pelo público alvo. A versão em português do Brasil do IBPIQ teve uma boa consistência interna de 0,85 no domínio incapacidade e uma variação de 0,66 a 0,93 nas subescalas; boa validade convergente com correlações significativas e positivas com DASH nas subescalas limitação (r =0.54) e emoção (r = 0.50) e uma correlação de magnitude moderada com o domínio incapacidade (r = 0.44); validade de critério com comparação por cirurgia, apresentaram diferenças significativas entre os pacientes que fizeram vs. não fizeram cirurgia nos escores da subescala limitação [F(1, 48) = 4,23; p = 0,045], expectativa de melhora [F(1, 48) = 4,72; p = 0,035], e pontuação total [F(1, 48) = 4,41; p = 0,041] enquanto Nas comparações dos escores por tipo de lesão, nenhuma comparação foi significativa. Não foi observado efeito chão e teto. O IBPIQ-Br demonstrou boa validade de contéudo, consistência interna, validade convergente com moderada correlação com outro instrumento e validade de critério.