EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA CAPACIDADE FUNCIONAL DE PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO E ESOFÁGICO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Câncer esofágico, câncer gástrico, exercício, treinamento aeróbico, exercício resistido, capacidade funcional.
A abordagem clínica do câncer esofágico e gástrico envolve uma combinação de tratamentos neoadjuvantes e ressecção cirúrgica. A desnutrição inerente a esse tipo de câncer, resulta em declínio da força muscular (FM) e capacidade funcional (CF). O objetivo desta revisão é avaliar as evidências sobre efeitos do exercício físico na capacidade funcional de pacientes com câncer de esôfago e estômago. Trata-se de uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados que avaliaram o impacto de um programa de exercício na capacidade funcional de pacientes com câncer esofagogástrico. As buscas envolveram as bases de dados PubMed, PEDro, Cochrane Library, Embase e CINAHL. O desfecho primário da revisão foi a CF. A FM apresentou-se como desfecho secundário. O risco de viés foi avaliado usando a ferramenta da Cochrane Colaboration, por meio do software RevMan e o grau de evidência foi avaliado pelo sistema GRADE. De 111 artigos rastreados, oito estudos, envolvendo um total de 673 pacientes foram incluídos na síntese qualitativa. Os estudos variaram em termos de medidas da capacidade funcional, protocolos de exercícios e o momento terapêutico em que o programa de treinamento foi implementado (durante neoadjuvância, pré ou pós cirúrgicos). A abordagem durante a terapia neoadjuvante produziu efeito positivo no teste de caminhada de 6 minutos (TC6) e na força de preensão palmar (FPP), p<.05. O efeito do exercício realizado no pré-operatória apresentou resultados divergentes para a força muscular inspiratória (Pimáx), sendo inconclusivo para esse desfecho. Porém, na avaliação da capacidade funcional pelo TC6 o resultado foi estatisticamente significativo (p<0,001) A implementação do exercício no pós-operatório apresentou impacto na melhora do TC6 e consumo de oxigênio máximo (VO2máx). No entanto, na avaliação da força muscular pela FPP, não houve diferença significativa entre os grupos (p=0.758). Embora alguns estudos apontem para resultados positivos a favor do exercício físico na melhora da capacidade funcional e na força muscular de pacientes em tratamento de câncer esofagogástrico, novas pesquisas são necessárias, não só para confirmarem as evidências já existentes, mas também para uma melhor prescrição e aplicação clínica desses protocolos de intervenção.