USO DE SMARTWATCHES PARA IDENTIFICAÇÃO DE BIOMARCADORES DIGITAIS DE SÍNDROME DA FRAGILIDADE EM IDOSOS COMUNITÁRIOS
síndrome da fragilidade; envelhecimento; dispositivos vestíveis; idoso; biomarcadores.
Introdução: A detecção periódica e categorização sistemática da fragilidade em diversos ambientes de saúde são indispensáveis para viabilizar uma abordagem clínica eficaz. O uso de smartwatches apresenta-se como uma solução para enfrentar os desafios associados à avaliação da fragilidade, devido à sua viabilidade, praticidade, acessibilidade, reprodutibilidade, contudo, existe uma lacuna na investigação da aplicabilidade específica dos smartwatches nesse domínio da avaliação e monitoramento da fragilidade. Objetivo:O presente estudo tem como objetivo verificar se a presença de biomarcadores digitais relacionados à Síndrome da Fragilidade em idosos comunitários pode ser identificada através das medidas fornecidas pelos smartwatches. Métodos: Esta dissertação é composta por dois estudos. O Estudo 1 utilizou-se da metodologia de revisão de escopo no intuito de determinar se as medidas fornecidas pelos smartwatches podem ser utilizadas como ferramenta de identificação da síndrome da fragilidade em idosos comunitários. Foi realizada uma busca nas bases de dados: COCHRANE LIBRARY, EMBASE, SCOPUS, PUBMED/MEDLINE, LILACS, WEB OF SCIENCE e PEDRO. A busca nas bases de dados foi realizada entre julho e setembro de 2023. O Estudo 2 trata-se de um estudo transversal, onde foram utilizados os dados obtidos na linha de base do projeto “Utilização de smartwatches para monitoramento de infecções pelo COVID-19 em idosos comunitários: estudo de coorte prospectivo”, bem como os parâmetros obtidos a partir de uma pulseira de monitoramento, coletados durante um período de sete dias. Resultados: Com relação ao Estudo 1, foram incluídos 4 estudos que utilizaram medidas diárias de contagem de passos para síntese descritiva, e três dos quatro também utilizaram dados relacionados ao sono e FC para avaliar a fragilidade em idosos. Os resultados obtidos na revisão de escopo indicaram que parâmetros derivados de smartwatches (número de passos, dados sobre o sono, frequência cardíaca) têm sido utilizados para identificar estágios de fragilidade em diferentes ambientes, sendo a maioria dos estudos associados a outras condições clínicas. O Estudo 2 demonstrou que a presença de biomarcadores digitais relacionados à síndrome da fragilidade em idosos comunitários não pôde ser identificada através dos parâmetros número de passos e minutos de sono, fornecidos pelos smartwatches. No entanto, foram encontradas associações significativas negativas entre o número de passos e o baixo nível de atividade física (p 0,04), entre o número de passos e a fraqueza muscular (p 0,05) e correlação significativa positiva entre os minutos de sono leve e a presença de exaustão (p 0,03). Considerações finais: A revisão de escopo sobre o uso de smartwatches na avaliação da fragilidade oferece uma visão abrangente do estado atual do conhecimento, destacando tendências e lacunas na pesquisa anterior. O artigo original resultante consolidou os achados do estudo, proporcionando uma contribuição significativa para a literatura científica. A identificação de correlações entre parâmetros dos smartwatches, como o número de passos e minutos de sono leve, com três dos cinco critérios de fragilidade (baixo nível de atividade física, fraqueza muscular e presença de exaustão) sugere a potencial utilidade desses dispositivos na monitorização contínua de aspectos cruciais relacionados à saúde dos idosos.