Avaliação de resíduos de Moringa oleífera Lam como matéria prima na produção de hidrocarbonetos via pirólise rápida
Biomassalignocelulósica; Pirólise; Óxido de zircônio; Cinética; Flynn, Wall e Ozawa; Hidrocarbonetos.
A procura por fontes de energias renováveis tem estimulado o desenvolvimento de processos capazes de substituir os produtos energéticos derivados de origem fóssil. A Moringa Oleífera Lam é uma planta importante, já que apresenta elevados teores de vitaminas e minerais, e se adapta aos diferentes tipos de solo, por isso se adaptou muito bem ao Nordeste Brasileiro. O óleo extraído da semente da moringa é utilizado para a fabricação de emoliente cosmético. Após a extração do óleo é gerado um grande volume de resíduo, que pode ser considerado uma ótima opção para produção de produtos energéticos renováveis devido à sua grande disponibilidade e baixo custo. Diante disso, o objetivo desse trabalho é realizar a pirólise térmica e catalítica da casca da vagem e torta da semente da biomassa lignocelulósica Moringa Oleífera Lam, mediante a utilização de catalisadores baseados em óxido de zircônio com modificações em suas propriedades pela adição de alumínio e/ou níquel para produção de hidrocarbonetos. Os catalisadores sintetizados foram caracterizados por EDX, DRX e adsorção/dessorção de N2. O estudo cinético para obtenção da energia de ativação envolvida no processo de degradação térmica e catalítica das biomassas foi realizado utilizando o modelo desenvolvido por Flynn, Wall e Ozawa (FWO). As energias de ativação envolvidas nas degradações térmicas das biomassas casca da vagem e torta da semente foram 170 e 230 kJ/mol respectivamente. Os processos térmicos de pirólise de ambas as biomassas foram realizados em um microrreator Tandem nas temperaturas de 550, 600 e 650 °C e os catalíticos a temperatura de 600 °C. A pirólise da biomassa casca da vagem, nas três temperaturas estudadas, promove um elevado rendimento a aromáticos, já a biomassa torta da semente apresenta um maior rendimento a hidrocarbonetos insaturados. A biomassa torta da semente nas temperaturas de 600 °C e 650 °C apresentam um rendimento a hidrocarbonetos 3 vezes maior que a casca da vagem, devido aos ácidos graxos residuais contidos na torta. Para ambas biomassas o aumento da temperatura favorece a produção de hidrocarbonetos com número de carbonos entre C5-C11 (faixa da gasolina). Para as duas biomassas ocorre um aumento na produção de hidrocarbonetos muito significativo durante a pirólise catalítica, em que são produzidos predominante hidrocarbonetos na faixa da gasolina e querosene, evidenciando que essas biomassas, que possuem alto teor de voláteis e baixos teores de umidade, carbono fixo e cinzas, são promissoras para a obtenção de hidrocarbonetos.