TRABALHO ANÁLOGO À DE ESCRAVO NO BRASIL E A VIOLAÇÃO DO DIREITO HUMANO AO TRABALHO DIGNO: O OLHAR DOS ATORES NO RESGATE DE TRABALHADORES
Trabalho escravo. Trabalho Digno. Dignidade humana.
No contexto do movimento liberal, o Brasil começou, finalmente, o processo de abolição da
escravatura. Contudo, não o fez de forma revolucionária, pois eram muitos os interesses
particulares que predominavam no momento. A abolição no Brasil tomou passos lentos, de
forma gradativa ao que era esperado. Mesmo com a formalização da abolição não houve
garantia aos direitos básicos dos libertos desse sistema opressor, tornando-os, assim, reféns de
uma nova forma de exploração do trabalho humano. Uma liberdade com correntes invisíveis.
A falsa sensação de libertação, regada com nítida violação da dignidade humana. Assim, com
o objetivo de analisar o fenômeno do trabalho escravo contemporâneo, desconectado da ideia
já superada de ser apenas caracterizado quando há apenas restrição de liberdade de ir e vir das
vítimas, a pesquisa será delineada com a construção das narrativas por meio da aplicação de
entrevistas e com o método de história oral, pelo olhar dos atores sociais que participaram do
resgate de trabalhadores flagrados nessa situação, posto que, segundo dados do Observatório
da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas (SmartLab), entre 1955 e 2020
foram realizados mais de 50 mil resgates de trabalhadores em situação análoga à de escravo no
Brasil. Dados elevados e preocupantes para o país, que, desde 2003, comprometeu-se a
erradicar esse tipo de trabalho em seu território, perante a Corte Interamericana de Direitos
Humanos.