SOCIOEDUCAÇÃO:
PERCEPÇÕES E PRÁTICAS DE DOCENTES E AGENTES SOCIOEDUCATIVOS.
Socioeducação, Direitos Humanos, Socioeducandos, e Ressocialização.
Resumo
A temática desta dissertação é a Socioeducação: percepções e práticas de docentes e agentes socioeducativos. O presente estudo analisa concepções de socioeducação de agentes socioeducativos e de docentes, que são os atores sociais essencialmente responsáveis por empreender ações socioeducacionais junto a adolescentes e jovens autores de atos infracionais, em cumprimento de medida socioeducativa dc internação em unidades geridas pela FUNASE (Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco). Como lócus do estudo, escolhemos dois Centros de Atendimento Socioeducativos (CASES), situados na região metropolitana do grande Recife, sendo eles: Abreu e Lima e Cabo de Santo Agostinho. Entre os fatores preponderantes para escolha de tais unidades, destacam-se: As narrativas midiáticas que apontam tais instituições como “perigosas” e “violentas”; Os relatos de familiares que denunciam as múltiplas negligencias vivenciadas pelos internos; As dificuldades para implementação é consolidação do trabalho socioeducativo; A compreensão de que tais unidades recebem adolescentes e jovens autores de atos infracionais de alto potencial ofensivo como, por exemplo, homicídios, dentre outras problemáticas. A proposta metodológica consistiu numa abordagem qualitativa, tendo como instrumentos de coleta de dados às observações não participantes e entrevistas semiestruturadas. Participaram 8 (oito) docentes e 3 (três) agentes socioeducativos atuantes nas respectivas unidades pesquisadas. A análise e tratamento dos resultados basearam-se na proposta de análise de conteúdo elaborada por Bardin. Como resultante do estudo, percebeu-se que a materialização da socioeducação pelos atores do sistema, está intrinsecamente interligada com as lentes mentais de tais sujeitos coletivos, responsáveis por implementá-la. De acordo com amostragem, tanto docentes como agentes socioeducativos expressam duas premissas: a primeira diz respeito à perspectiva legalista da socioeducação. A segunda percepção, diz respeito ao empoderamento coletivo presente, nos discursos, nos planos de aula e nas práticas vivenciadas no ambiente educativo. Ao ser guiado por essa narrativa o docente atua visando fortalecer os laços societários rompidos pelo paroxismo infracional, permitindo aos socioeducandos torna-se socialmente empático, ajudando-os a romper com as narrativas infracionais, autores de suas próprias biografias.